Reticências da Sociedade by Ana Sofia Horta
São sempre demasiadas as formas para nos expressarmos – hip hop tuga
O hip hop nasceu na década 70 em àreas com comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas de Nova iorque. Afrika Bambaataa pseudônimo de Kevin Donovan (Bronx) é um DJ estado-unidense e líder da Zulu Nation, reconhecido como fundador oficial do Hip Hop.
Nasceu e foi criado no Bronx e, quando jovem, fazia parte de um gangue. Reconhecido como o criador oficial do movimento, estabeleceu quatro pilares essenciais na cultura hip hop: o rap, o DJing, a breakdance e a escrita do grafite.
Desde quando emergiu primeiramente no South Bronx (zona com bairros), a cultura hip hop se espalhou por todo o mundo. Posteriormente, foi acompanhada pelo rap, identificado como um estilo musical de ritmo e poesia, com uma técnica vocal diferente para utilizar dos efeitos dos DJs.
O hip hop chegou a Portugal na década seguinte, começando pelos guetos mas espalhando-se depressa e infiltrando os suburbios da cidade de Lisboa e Porto. Zonas como Massamá, Amadora, Cacém, Vila Nova de Gaia, Maia, e Margem Sul do Tejo foram consideradas o berço deste movimento.
Ma de Radio "Novo Rap Jovem" numa extinta radio a radio energia, em 1994 quando a RDP decidiu criar a terceira radio o mesmo se mudou para a Antena 3 onde passou apresentar o Repto o programa de radio mais divulgou o Rap nacional onde passava muitas das maquetes de artistas que mais tarde iriam se firmar no panorama nacional.
Foi com a compilação Rapública lançada em 1994 que o hip hop se afirmou de vez entre os portugueses. O refrão “Não sabe nadar, yo” chegou às bocas do povo rapidamente. Até o Presidente da República na época, Mário Soares, o usou num dos seus discursos polémicos: “As gravuras não sabem nadar, yo!”
Começaram a despertar álbuns marginais, mais alternativos e caseiros, sem quaisquer preocupações comerciais. Como referiu Sam the Kid, uma das estrelas do hip hop tuga, numa entrevista “as pessoas quando começam a fazer música não pensam no negócio, pensam só em criar”.
Depois de 10 anos do movimento, surgiram grandes álbuns, pelas grandes gravadoras, que uniram o útil ao agradável. Apostaram, assim, na fusão entre o rap e vários estilos musicais para atingir um público-alvo bastante selectivo - os jovens.
E assim o hip hop tornou-se numa forma, num movimento de protesto e defesa da sociedade, apontando o que está mal e glorificando o que temos de melhor. A beleza está nos beats, nas rimas, nos compassos, na originalidade de cantar as palavras e inventar títulos, sendo ao mesmo tempo uns bons historiadores e jovens cultos que percebem o que fazem e o que dizem sem pensar na sua comercialização nem na sua fama exemplos? Sam the Kid e Valete.
Com a ajuda da wikipédia.
Ana Sofia Silva Horta
Educadora de Infância no Desemprego
Oeiras
[Escreve todas as terças-feiras na rubrica Reticências da Sociedade]
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