Aumentos salariais de 3,9% nos próximos 2 anos
Os trabalhadores e a administração da Autoeuropa acordaram um aumento de 3,9% nos salários para os próximos dois anos. Esta melhoria salarial é não só bastante superior aos 2% que a empresa tinha proposto inicialmente como fica inclusive acima dos 3,8% pretendidos pela comissão de trabalhadores no começo das conversações.
O pré-acordo assinado na passada quinta-feira [21 de Outubro] com a nova gestão de António de Melo Pires, o primeiro português ao volante da filial portuguesa da Volkswagen, destina- se a vigorar entre 1 de Outubro de 2010 e 30 de Setembro de 2012, refere o comunicado da fábrica de Palmela. “O aumento salarial para as categorias de operadores e especialistas é de 3,9%. O prémio de objectivos
mantém-se, apesar de algumas alterações nas condições da sua atribuição. O compromisso para os dias de não-produção, os chamados down days, assinado pela primeira vez em 2003, continuará a ser utilizado como instrumento prioritário para fazer face a quebras no volume de produção”, alega o documento do pré-acordo.
Com a aprovação, o acordo “contém inúmeros benefícios sociais para os colaboradores, com destaque para as situações de gravidez e maternidade, incentivos à prática desportiva e novos compromissos em matéria de ergonomia e qualidade dos postos de trabalho”.
A Volkswagen Autoeuropa compromete-se, igualmente, a converter contratos temporários em permanentes, tendo presente a situação do mercado e os indicadores internos, bem como a não fazer nenhum processo de despedimento colectivo até 30 de Dezembro de 2012.
Numa adenda ao texto do Acordo Laboral que agora será votado por todos os colaboradores, a Volkswagen Autoeuropa compromete-se a “continuar os esforços junto do Governo, das entidades locais e da AFIA, no sentido de alargar o número de fornecedores nacionais da fábrica. Será também incentivada a instalação de fornecedores estrangeiros no Parque Industrial, como forma de redução dos custos logísticos e aumentar a incorporação nacional”, conclui o texto do acordo que vai ser apresentado aos trabalhadores a 2 de Novembro e votado dois dias depois.
Comissão de trabalhadores satisfeita
“Foi um acordo complicado. Começámos a negociar em Agosto com reuniões constantes nas últimas duas semanas", disse António Chora, coordenador da Comissão de Trabalhadores.
Agora a comissão vai ouvir a opinião dos funcionários da empresa e espera-se uma resposta positiva. O acordo, diz António Chora, deverá ser aprovado. “Mas não fazemos vaticínios antes do jogo, em situação nenhuma”, concluiu o coordenador da Comissão de Trabalhadores, recordando que já houve um pré-acordo laboral que acabou por ser rejeitado.
O ministro da Economia considerou que o pré-acordo estabelecido entre a Autoeuropa e os seus trabalhadores é um sinal positivo para a economia portuguesa e pode servir de exemplo para outras empresas do sector privado. “É um sinal muito positivo para a economia portuguesa porque estamos a falar de uma empresa de referência no nosso país, que trabalha numa área de enorme competitividade”, disse Vieira da Silva.
O governante salientou que o acordo mostra que “existem possibilidades, mesmo nestes anos difíceis que estamos a atravessar, de desenvolver no nosso país experiências de diálogo social e de reforço de competitividade, que se traduzem em melhorias das condições sociais dos trabalhadores dessas empresas”, salientou o responsável pela pasta da encomia.
António de Melo Pires, director geral da fábrica de Palmela, reúne com a Imprensa pela primeira vez a 17 de Novembro, às 11h30. O governante salientou que o acordo mostra que “existem possibilidades, mesmo nestes anos difíceis que estamos a atravessar, de desenvolver no nosso país experiências de diálogo social e de reforço de competitividade, que se traduzem em melhorias das condições sociais dos trabalhadores dessas empresas”, salientou o responsável pela pasta da encomia.
Regalias constantes no pré-acordo laboral
Além do aumento salarial de 3,9 por cento para os próximos dois anos, os trabalhadores da Autoeuropa vão também beneficiar:
· de um aumento de 5 por cento no subsídio de transporte;
· da possibilidade de gozarem 25 dias de férias, desde que não tenham mais do que dez dias de faltas justificadas (antes eram apenas três);
· ausências de nojo e de maternidade;
· um prémio de 500 euros;
· e, benefícios na aquisição de veículos da marca.
O pré-acordo laboral também consagra a manutenção das condições de flexibilidade laboral que já constavam do anterior acordo de empresa.
Paulo Jorge Oliveira
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