Alegre confiante na segunda volta
Definitivamente, Manuel Alegre gosta de gestos simbólicos. Anunciou a disponibilidade para voltar a candidatar-se à Presidência da República em Portimão, terra de Teixeira Gomes – o Presidente-escritor. Formalizou a intenção no Porto, a 31 de Janeiro, data que marcou o início da revolução republicana. Oficializou a candidatura nos Açores, base da contra-revolução miguelista de 1831. E deu início à campanha eleitoral em Santarém, de onde Salgueiro Maia saiu, numa noite de Abril de 1974, para resgatar Portugal à ditadura. Para quem atribuiu tamanha importância aos simbolismos, a campanha não começou de forma como o candidato apoiado pelo PS e pelo BE esperava. Alguma chuva, falta de electricidade nos locais dos comícios. Um artigo publicado nesse dia, que fala da solidão de Alegre durante as acções de campanha um dia antes, em Setúbal, indignou o candidato. “Sozinho estou muito bem acompanhado”, protestou.
Tal como o candidato apoiado pela direita, também Manuel Alegre não voltará ao distrito nos dias da campanha. O candidato poeta esteve em terras no distrito no dia 8 de Janeiro. Manuel Alegre, iniciou a sua deslocação ao Distrito de Setúbal, em Montijo, seguindo-se um almoço numa Quinta de Palmela, o qual, como foi referido por Carlos Trindade, sindicalista da CGTP/IN, da tendência socialista, foi o encontro de Manuel Alegre com o “mundo do trabalho”, sendo, disse, “uma iniciativa altamente simbólica”, por se realizar no distrito de Setúbal que “bate à esquerda”.
Presente nesse dia, António Chora, Coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, referiu que Cavaco Silva afirma que trouxe a Autoeuropa para Portugal, mas que se esqueceu de referir a deslocalização da Renault, o desmantelamento da frota de pesca. “Foi com Cavaco Silva que assistimos no distrito de Setúbal à maior repressão sobre o povo, na Ponte 25 de Abril”, lembrou.
João Proença, secretário-geral da UGT, salientou que Manuel Alegre, “não sendo o todo da esquerda” é o candidato que conta com mais apoios e que tem mais condições para vencer numa segunda volta. Referiu que no apoio à candidatura de Manuel Alegre há “diferentes opções sindicais unidas por um país com menos exclusão social”. O líder da UGT referiu que um presidente, uma maioria, um governo “não é um projecto democrático” e defendeu a eleição de um “presidente que assegure a ética republicana”.
Para Alegre as eleições presidenciais são “uma luta decisiva para o futuro de Portugal”, onde “não há lugar para a abstenção”. O candidato referiu que a “direita domina grande parte do poder mediático em Portugal” e quer “o Poder todo em Portugal. Eles estão unidos, eles estão organizados, têm todos os mesmo guião, porque precisam de um Presidente complacente”. João Proença, secretário-geral da UGT, salientou que Manuel Alegre, “não sendo o todo da esquerda” é o candidato que conta com mais apoios e que tem mais condições para vencer numa segunda volta. Referiu que no apoio à candidatura de Manuel Alegre há “diferentes opções sindicais unidas por um país com menos exclusão social”. O líder da UGT referiu que um presidente, uma maioria, um governo “não é um projecto democrático” e defendeu a eleição de um “presidente que assegure a ética republicana”.
Na breve passagem por Setúbal, Alegre disse que “neste momento sou o alvo, sou um empecilho àquilo que parecia já estar feito. Não ia haver eleições presidenciais, ia haver uma espécie de coroação. Desta vez temos todas as condições para ir à segunda volta, vai haver luta até ao fim. Este é um combate cívico e um combate de valores”, rematou Alegre que espera uma boa votação no distrito.
Paulo Jorge Oliveira
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