Dar uma nova vida à herdade
A face de Rio Frio está a mudar. A Sociedade Agrícola de Rio Frio (SARF), dona da Herdade, está a pensar cerca de 30 milhões de euros na reabilitação do centro histórico da aldeia, um dos patrimónios urbanos e históricos mais importantes da freguesia de Pinhal Novo.
O projecto de reabilitação passa por construir um “projecto turístico inovador”, capaz de se destacar a nível nacional e internacional. O p0rojecto prevê a construção de um hotel de quatro estrelas, com 116 camas, residências turísticas, uma nova adega, um centro hípico, um hipódromo, uma coudelaria, um centro museológico e um restaurante gastronómico com esplanada. A SARF quer que boa parte destas infra-estruturas estejam a funcionar já em 2013.
José Ramos Rocha, presidente da SARF, realça que o projecto global, apresentado durante a visita que a presidente da Câmara de Palmela, Ana Teresa Vicente, efectuou na quarta-feira, à herdade e aldeia de Rio Frio, com outros eleitos locais, insere-se na componente agro-florestal, do enoturismo e do turismo equestre, os eixos fundamentais de uma estratégia que visa a recuperação desta herdade e a sua completa valorização por forma a torná-la num “centro de referência a nível nacional e internacional”.
Criação de emprego
Ramos Rocha admitiu parcerias com outras entidades para desenvolver o projecto no terreno, mas, numa fase mais adiantada das infraestruturas. Alguns projectos vão ser alvo de candidaturas ao Proder e QREN, como a pista para competições, o núcleo museológico, a nova adega e os alojamentos turísticos.
Todavia, reconhece que a adaptação de antigas instalações, actualmente desactivadas e degradadas, facilitam a execução do investimento anunciado. “Esta requalificação contribui para a criação de emprego qualificado e é um projecto que tem de ser comum, partilhado e colaborado para que seja encontrada uma solução sustentável, a médio e longo prazo, para este problema”, concluiu o presidente da Sociedade Agrícola de Rio Frio.
Centro hípico de excelência
O centro hípico prevê a existência de um hipódromo, com uma pista para treinos e uma outra para competições, a construção de um novo picadeiro coberto com capacidade para 524 lugares sentados, uma casa das rações, 96 novas boxes, a recuperação de outras 500 nas antigas pocilgas, uma bancada coberta, parques de estacionamento, tendas e boxes desmontáveis e, finalmente, a existência de um centro de eventos e de um museu. Para viabilizar este último é necessária uma inventariação de todo o espólio existente ligado à terra. “É um projecto inovador, integrador e com futuro”, diz Ramos Rocha.
Em curso encontra-se a plantação de uma nova vinha de 150 hectares, a criação de um novo centro de vinificação, a reconversão e aumento do efectivo bovino para 1 500 animais, bem como a criação do parque de Rio Frio destinado à melhoria do montado e para a sua fruição em condições de promoção da biodiversidade e da valorização dos seus diversos usos. “A aldeia será o elemento chave e vai ser o elemento aglutinador de todo o resto”, avaliza Ramos Rocha
Câmara satisfeita
A presidente da autarquia, Ana Teresa Vicente, mostrou-se “muito satisfeita” com o projecto de reabilitação de Rio Frio, não tendo dúvidas de que a componente do turismo é condição “fundamental» para o desenvolvimento da região e do concelho. A autarca considera que dar nova vida a Rio Frio é o mesmo que reabilitar uma “coisa que é muito nossa, que diz respeito às nossas raízes e tradições”, sublinhando que o município tem “acarinhado, depositado empenho e superado dificuldades” que têm surgido no caminho deste projecto que valoriza o turismo do concelho de Palmela no país e no mundo.
Paulo Jorge Oliveira
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