Os Números da Greve...

Greve Geral com “muita adesão” no Distrito de Setúbal
O coordenador da União de Sindicatos de Setúbal (USS), Rui Paixão, disse que a greve geral no distrito está a registar uma adesão superior ao que se verificou na anterior paralisação, realizada há um ano. Transportes parados, escolas fechadas, câmaras municipais quase paralisadas e serviços de saúde com muitas falhas é o que se espera até final do dia.  
Até, às 13 horas, o adesão à greve tem tido impacto no distrito 
"Ainda nos falta recolher muitos dados, sobretudo da administração pública, mas a regra em todo o distrito é uma adesão maior à da greve geral de há um ano atrás", disse Rui Paixão. 
"No parque industrial da Autoeuropa, no conjunto das empresas que estão instaladas junto à fábrica de automóveis de Palmela, a adesão a esta greve também é bastante superior à greve de há um ano atrás", frisou o coordenador da USS. O que também já era esperado já que a empresa deu aos trabalhadores a “opção de solicitarem à empresa o gozo de um dia de férias” ou de um “dia de não produção, uma das ferramentas de flexibilidade laboral que existe na empresa desde 2003”.



Região sem transportes 

Segundo Rui Paixão, no sector ferroviário a adesão à greve também é muito significativa. No período da manhã só circulou um comboio na linha do Sado, entre Barreiro e Praias-do-Sado.
"Na linha do Sado só circulou um comboio, de madrugada, que saiu com meia hora de atraso e que ainda há de regressar ao Barreiro", disse, acrescentando que "também não há comboios de mercadorias apesar de a CP Carga ter avançado com serviços mínimos".
"Também não há transportes fluviais para Lisboa, temos adesões de praticamente 100 por cento na Lisnave, com os empreiteiros, subempreiteiros e toda aquela panóplia de empresas de grande precariedade, pelo que a produção está completamente paralisada", reforçou o sindicalista da USS.
A Transtejo e Soflusa, responsáveis pelo transporte fluvial entre Barreiro, Seixal, Porto Brandão e Montijo para Lisboa, vê os portos “completamente encerrados por questões de segurança”. Fonte do gabinete de comunicação da empresa, afirma que “o transporte fluvial depende sempre de muitos trabalhadores num só barco, pelo que, por razões de segurança, a circulação de barcos só será retomada amanhã, com a ligação do Barreiro a Lisboa à meia noite e meia”. Rui Paixão exalta neste serviço um “dos exemplos de adesão à greve, com 100% de adesão
Na Fertagus, “entre as nove e as 16 horas, não está assegurado qualquer serviço de transportes, uma vez que a circulação na linha está condicionada pelos constrangimentos causados pela greve na CP”, diz Sandra Pinto do Gabinete de Comunicação da empresa. Os comboios “azuis” voltarão a circular entre as 16 e as 20 horas. Depois disso, diz o gabinete da Fertagus, “podem haver constrangimentos”.

Muitas escolas fechadas
Na educação, Felizarda Barradas afirma que “a greve geral tem um impacto fortíssimo no funcionamento das várias escolas do distrito, sendo mesmo considerada um sucesso no que diz respeito à adesão”. A dirigente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa revela que “entre secundárias e agrupamentos de escola, são mais de 47 os serviços de educação que se encontram encerrados”.
Almada e Seixal são os concelhos mais afectados com o “encerramento de escolas secundárias e agrupamentos, 20 no primeiro e 12 no segundo”, de acordo com Felizarda Barradas. O Sindicato dos Professores da Grande Lisboa ainda não tem dados do concelho do Montijo, Alcácer do Sal e Moita, a dirigente sindical afirma que a “escola secundária em Grândola está a funcionar”, enquanto em Santiago do Cacém, Palmela, Setúbal, Barreiro e Sesimbra estão, no total, são13 secundárias e agrupamentos de escolas que estão encerradas.
Administração Local, serviços públicos, centros de Saúde e Hospitais também estão com uma “adesão significativa” a esta greve que foi convocada pela CGTP e UGT para contestar as recentes medidas de austeridade do Governo, nomeadamente os cortes nos subsídios de férias e de Natal dos funcionários e pensionistas do sector público.

Paulo Jorge Oliveira 

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