Pela Política... PS diz que executivo da CM Palmela é "despesista"

PS critica gestão comunista na Câmara de Palmela

O Partido Socialista de Palmela, em conferência de imprensa realizada na Quinta do Anjo, acusou a maioria que gere a Câmara de Palmela [CDU] de despesista e com falta de ambição política. Tudo porque, dizem os socialistas, a maioria comunista liderada por Ana Teresa Vicente aprovou [na passada quarta-feira] um Orçamento “irrealizável face aquilo que a autarquia consegue produzir”. Diz ainda o presidente da concelhia socialista que faz falta uma reorganização no quadro de pessoal do município. Só no ano passado, segundo as contas da concelhia rosa, “cada funcionário, em média, gastou um mês em férias em faltas”. Na reunião do executivo que aprovou o orçamento global da autarquia, 56 milhões de euros, a autarquia de Palmela aprovou ainda um novo empréstimo de 2 milhões de euros para, de acordo com o PS, “pagar os ordenados de Janeiro” aos trabalhadores municipais.
Fonseca Ferreira criticou duramente a gestão da Câmara de Palmela


Ponto a ponto, os dois vereadores socialistas [Natavidade Coelho e José Carlos de Sousa] mais o vereador que está com o mandato suspenso [António Fonseca Ferreira] e o presidente da concelhia socialista e líder de bancada na Assembleia Municipal, José Braz Pinto, reuniram-se em criticaram aquilo que acham estar mal na gestão do município, a cargo da CDU.
De acordo com José Carlos de Sousa, 75 por cento do bolo do orçamento vai direito aos trabalhadores, empresas intermunicipais, rendas de imóveis, trabalhos exteriores solicitados, empréstimos bancários, Palmela Desporto e Adrepal. Isto faz com que “há muito tempo que não vemos obras no terreno que não sejam feitas com empréstimos bancários que afundam o município de Palmela”, diz José Carlos de Sousa.
Para Fonseca Ferreira é claro como a água: “existe falta de ambição ou de capacidade, de competência por parte da CDU para tirar todo o partido dos atributos que a natureza deu de bom a Palmela”. Um dos “erros políticos” apontado pelo vereador está relacionado com o Centro Histórico de Palmela. “Sempre dissemos que a recuperação do espaço não se resolve com medidas de intervenções pontuais fraccionada”, relata o vereador. Palmela, continua António Fonseca Ferreira, “ tem dos melhores, senão o melhor centro histórico do país, em termos de património, de condições urbana”. No entanto, todos os outros estão “reabilitados, requalificados com fundos do Segundo Quadro Comunitário de Apoio, que se iniciou em 1994 e do Terceiro que decorreu entre 2000/2007, na altura havia fundos abundantes para estas áreas”. Havendo dinheiro nessa altura, pergunta o Fonseca Ferreira, “porque não aproveitou as oportunidades para fazer aquilo que hoje se queixa que é muito difícil de fazer, por ser complexo e caro?”.
E o líder da Assembleia Municipal, Braz pinto, deixa uma “mancha” naquilo que foi a boa notícia deste Outono. A nomeação do município como Cidade Europeia do Vinho. “É evidente que traz renome, promove Palmela, os seus vinhos, as suas empresas, pode trazer turismo, mas ai surge o lamento porque se isso acontecer que Centro Histórico vai Palmela oferecer aos seus visitantes?”.

 Não há reorganização nos serviços municipais  

Desde há muitos anos, a política do PS na oposição tem alertado para o “despesismo” e o peso laboral nas contas do município. Natividade Coelho diz que não há “gente a mais”. O que existe, segundo a autarca, “é falta de reorganização de serviços”.
E aqui chegamos há política que os socialistas defendem para esta área: “gestão, formação e reconversão”. A redução progressiva do quadro de pessoal deve ser pelo recurso à “reconversão e na norma da contratação, contratar menos do que aqueles que se reformem”, argumenta o líder da concelhia. A continuar este cenário, diz Braz Pinto, “pode-se criar condições que para garantir ordenados se estagnem as obras no concelho”.
No entanto, o líder da Bancada rosa da Assembleia Municipal também aponta o dedo aos funcionários. Diz José Braz Pinto que “ há uma baixa produtividade dos serviços camarários e um absentismo dos funcionário”. E aponta com números: “Em 2010, em média, cada trabalhador gastou um mês, além das férias, em faltas de diverso tipo, doença, apoio familiar, estudos, injustificadas, acidentes de trabalho, entre outro”. Perante estes números, o PS reclama mais firmeza ao executivo liderado por Ana Teresa Vicente.
“A excessiva dependência de subsídios camarários de toda a actividade associativa, cultural, recreativa e desportiva” é outra das medidas “erradas” que os socialistas apontam à Câmara. Nem que para isso a autarquia tenha de reformular algumas “das actividades culturais e associativas de benefício duvidoso” para o concelho. Braz Pinto falava dos subsídios ao Teatro O Bando e dos custos do FIAR e do FIG, estes dois últimos, duas referências culturais muito importantes no concelho.
A utilização dos transportes da autarquia é outra das acusações socialistas à gestão comunista. Diz Braz Pinto que é preciso “contenção na permissividade com quem utiliza(va) as viaturas da câmara para uso pessoal e o transporte oferecido a funcionários em percursos longos”.

CDU só aprova as suas ideias  
Reabilitação do Centro Histórico continua a merecer criticas  


António Fonseca Ferreira diz que o executivo da CDU se pauta por uma gestão “sectária”, uma vez que “proposta que não saia da CDU não é aprovada” , acusa o autarca salientando que “temos tido uma atitude positiva, aprovamos grande parte das propostas e apresentamos muitas outras que nunca são aprovadas”.
Recordou Fonseca Ferreira que, na discussão do Orçamento Municipal do ano passado, o PS alertou e preveniu o executivo para uma situação de “rotura financeira”. Situação que, pelos números rosa, aconteceu mesmo. “Palmela chegou a ser a Câmara com maior receitas e, até nesta conjuntura de crise continua, dado o bom momento da Autoeuropa, a ter boas receitas de Derrama. Tudo é desperdiçado em consumos que deviam ser racionalizados”, concluiu o autarca que há dois anos concorreu para ser presidente da autarquia e perdeu.

Agência de Notícias 

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