PSD preocupado com segurança no concelho de Palmela

PSD pergunta por Quartel da GNR Palmela

O Partido Social Democrata está preocupado com a onda de violência e vandalismo no Concelho de Palmela e, por isso, quer saber por parte do Governo qual o estado que se encontra o projecto da construção do novo quartel da GNR na vila de Palmela e se o concelho tem policiamento suficiente. Não se sabe, por enquanto, qual terá sido a resposta de Miguel Macedo mas, em Novembro, a Presidente da Câmara de Palmela disse publicamente que já havia “luz verde” para se avançar com a obra. A proposta da empreitada de adjudicação do quartel de Palmela sobe a reunião de Câmara esta quarta-feira.

Actual quartel da GNR, em Palmela,  já não apresenta condições 

O quartel da GNR é uma das obras mais “reivindicadas” pela população e pela autarquia de Palmela. Por diversas vezes esteve inscrito no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) mas nunca saiu do papel. Em 2008, o Município cedeu o terreno e assinou um protocolo com o Ministério da Administração Interna para a construção do edifício sede do Destacamento Territorial de Palmela que irá englobar os postos territoriais de Palmela, Pinhal Novo, Poceirão e de Canha (concelho de Montijo). A própria GNR, na Primavera de 2009, apresentou o projecto aos jornalistas. Mas na verdade nunca os consecutivos governos [e foram muitos] da república acharam “verba” para formalizar o projecto.
Palmela tem sido um “alvo fácil” para assaltos a residências, estabelecimentos comerciais e propriedades agrícolas, alguns deles efectuados em plena luz do dia, e com uso de violência, como o ADN vem denunciando. Apesar de o problema não ser novo, o assunto chegou aos corredores da Assembleia da República e aos deputados social-democrata do distrito de Setúbal que, perante este cenário, estão preocupados com o crescente sentimento de insegurança no concelho.

Deputados querem avanço da construção do novo quartel

Para o deputado do PSD Bruno Vitorino, torna-se necessário o reforço dos meios humanos e materiais, que permitam aumentar efectivamente o policiamento em Palmela.
“Apesar do trabalho meritório das forças de segurança ao procurarem salvaguardar as pessoas e os seus bens, nem sempre dispõem dos meios adequados ao exercício das suas funções”, sublinha o social-democrata.
O coordenador dos deputados do PSD do Distrito de Setúbal, Paulo Ribeiro, alerta para o estado de degradação das actuais instalações do Quartel de Palmela, “sem condições condignas para que os efectivos exerçam as suas funções”.
Apesar da difícil situação económico-financeira do País, os Deputados do PSD eleitos pelo Distrito de Setúbal “consideram muito relevante o reforço dos meios humanos, bem como a construção deste novo Quartel, permitindo assim dotar a GNR de mais e melhores meios no combate à criminalidade que se faz sentir”, diz fonte do PSD.
Deste modo, os social-democratas questionaram o Ministro da Administração Interna sobre se está prevista a construção de um novo Quartel da GNR em Palmela, bem como se existirá um reforço do número de efectivos para o concelho.

Empreitada de adjudicação do quartel de Palmela sobe a reunião de Câmara esta quarta-feira


Se por agora ainda não se sabe a resposta de Miguel Macedo – o dono da Pasta da Administração Interna – aos deputados do seu partido, já se sabe, porém, que a obra pode mesmo avançar em 2012. Quem o disse foi Ana Teresa Vicente, presidente da autarquia de Palmela, em Novembro passado.
“Temos luz verde para avançar com a obra do Quartel da GNR, depois de termos reunido com o Ministério da Administração Interna” e explicou na altura a presidente, “vamos levar a proposta a uma próxima reunião de câmara para adjudicação da obra no montante de 2,6 milhões de euros”. O que acontece já na reunião de Câmara desta quarta-feira, 21 de Dezembro.

Quartel que será sede de destacamento

GNR apresentou projecto, em Palmela, em 2009 
Actualmente o Destacamento Territorial de Setúbal tem oito postos à sua responsabilidade divididos pelos concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra que dependem de um único homem que tem de “coordenar, planificar e conduzir as acções no terreno”.
De acordo com a GNR, em 2008 a obra já era uma “urgência absoluta” e chegou a ser apresentado um projecto em 2009, na Biblioteca Municipal de Palmela. Na altura, dizia a GNR, A nova estrutura não duplica o número de agentes que existe actualmente. “Mesmo que não traga mais militares traz uma melhor qualidade de serviço e, de certeza, uma resposta mais rápida às populações e uma maior visualização dos problemas”. Ainda assim, dizia o mesmo responsável, “serão necessários mais agentes do que aqueles que existem actualmente”. Isto porque um Destacamento envolve ter – além dos militares que estão de serviço nos postos territoriais – um núcleo de Protecção Ambiental, um núcleo de Investigação Criminal e todos os agentes envolvidos nos programas especiais da GNR (Escola Segura e Idosos em Segurança, “que irão actuar – salvo em alguns casos especiais – só no território do concelho de Palmela”. Isto, “tendencialmente permitirá ter mais gente do que aquela que existe agora”, referiu o Major Tavares Belo, que na altura era o responsável do Destacamento de Setúbal.


Localização ideal…

A localização do novo posto – na Avenida do Palmelense, junto à Escola Secundária da vila e ao Campo Cornélio Palma – é do agrado da GNR: “Tem uma centralidade e uma acessibilidade ideal para a GNR”. “A localização permite dar uma resposta mais rápida à freguesia de Quinta do Anjo (onde tem aumentado o crime) e, por outro lado, não prejudica em nada o Centro Histórico nem o patrulhamento da vila de Palmela e permite aos carros da GNR sair com rapidez para qualquer parte do território, coisa que não acontece no actual posto”. A nova “casa da Guarda” contará, ainda, com uma saída a nascente para a zona de Pinhal Novo.
A Câmara Palmela e o Ministério da Administração Interna na figura da direcção-geral de infra-estruturas e equipamentos (DGIE), assinaram um protocolo, em Junho de 2007. O município adquiriu o terreno, junto à Escola Secundária de Palmela, por 100 mil euros. As despesas da empreitada, 2,6 milhões de euros, ficam a cargo da DGIE. No entanto, caberá à câmara avançar com o pagamento da obra e depois ser ressarcida pelo Ministério da Administração Interna. 


 Paulo Jorge Oliveira 

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