Líder do PCP critica presidente e partidos pela política do mar
O secretário-geral do PCP criticou ontem em Sesimbra, o PSD, PS, CDS-PP e o Presidente da República por pedirem um maior aproveitamento do mar depois de terem reduzido "dramaticamente" a capacidade das pescas e liquidado várias actividades marítimas nos últimos anos.
Jerónimo de Sousa traçou duras críticas a partidos da governação |
"Sem corar de vergonha, alguns dos protagonistas (das últimas décadas), entre os quais o actual Presidente da República, [Aníbal Cavaco Silva] à época primeiro-ministro, não se cansam hoje de clamar por um maior aproveitamento desse imenso recurso nacional que é o mar", disse Jerónimo de Sousa.
O líder comunista falava no seminário "O futuro das pescas em Portugal e a reforma da Política Comum de Pescas", organizado pelo Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica do Parlamento Europeu e pelo PCP, em Sesimbra, que reuniu pescadores de todo o país, principalmente da região de Setúbal e Lisboa.
Jerónimo de Sousa recordou que, só na década de 90, Portugal reduziu a sua frota pesqueira em 36 por cento e as capturas caíram 40 por cento. "Os hoje amigos do mar são os mesmos que, ao longo de 35 anos de políticas de direita, não só reduziram dramaticamente a dimensão e capacidade das pescas nacionais, como praticamente liquidaram outras actividades económicas que têm o mar como centro da sua existência", defendeu.
Para o líder comunista, "é esta mesma gente que acabou com a marinha mercante portuguesa, encerrou e continua a encerrar estaleiros (...) e foi trocando as infra-estruturas de apoio à pesca por umas regatas de iates que nunca se realizam ou para edifícios da Fundação Champalimaud".
Os outros oradores
O seminário, que ocorreu ontem à tarde numa unidade hoteleira de Sesimbra, contou ainda com a participação de João Ferreira (Deputado do PCP no PE), Pat Fitz Gerarld (Sinn Féin – Irlanda), Thanasis Kalogerioigiannis (PC da Grécia), João Ramos (Deputado do PCP na AR). Margarida Botelho (Comissão Política do PCP).
Portugal é, a seguir à Alemanha (8 deputados) e à França (5 deputados), o país com mais representantes no Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica. Ao todo são 4 deputados. Além dos comunistas João Ferreira e Ilda Figueiredo, Miguel Portas e Marisa Matias também fazem parte da mesma família parlamentar de esquerda, no Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Agência de Notícias
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