Almada aposta forte na programação teatral
A programação para este ano conta com seis produções próprias num total de 44 acolhimentos, entre 13 sessões de teatro, seis espectáculos de dança e 22 de música, “mais oito que em 2011 apesar dos significativos cortes sofridos”, conta o diretor adjunto do Teatro de Almada, adiantando que “este só foi possível através de um grande esforço humano e apoio dos amigos habituais e instituições que fazem parceria com a companhia”. Em Almada, a presidente da autarquia, já fez saber que exige a entrega de um milhão de euros do Ministério da Cultura que é “devido” há sete anos.
Carteiro de Neruda estreia a 26 de janeiro |
Rodrigo Francisco, diretor adjunto da Companhia de Teatro de Almada sublinhou o facto de aquele teatro ser "o único que apresenta uma temporada orçada em 100 mil euros num ano em que os subsídios do Estado à produção de teatro diminuíram drasticamente".
Explica o director, “é com enorme esforço que apresentamos esta temporada num ano de grandes dificuldades económicas, mas já habituámos o nosso público, que é fiel, a produções de qualidade, por isso, mesmo que tenhamos menos dinheiro, não podemos preterir a qualidade das nossas produções", sublinhou.
Rodrigo Francisco reportava-se ao facto de o subsídio ao Teatro Municipal de Almada ter passado de 423 mil euros em 2011 para 263 mil euros em 2012. “Se o preço dos bilhetes fosse a única fonte de rendimento para a companhia haveria audiência, mas não da população de Almada”, conta Rodrigo Francisco.
A novidade do programa é, para Rodrigo Francisco, “a Sala Experimental que se revela como um ciclo que irá abrir as portas do teatro a dez grupos de jovens, que lhes dará a oportunidade de trabalhar e apresentar as suas obras no Teatro Municipal”. Mantendo sempre um “alto nível de qualidade nas produções” o diretor adjunto do teatro afirma que “o governo pode cortar, mas os bilhetes não podem aumentar”, sendo que é o “Estado e a Autarquia que devem contribuir para manter os preços baixos” porque “as pessoas também estão a sofrer na pele as dificuldades da crise económica e social”.
Teatro de qualidade todo o ano
Dança de Roda é um produção que chega a Almada em março |
Entre as produções agendadas para este ano, Rodrigo Francisco destacou a peça “Simplesmente complicado”, de Thomas Bernhard, pelo Berliner Ensemble, dirigido por Claus Peyman, um encenador que, disse, é dos mas destacados no teatro a nível mundial e que vem a Portugal pela primeira vez. Esta peça em colaboração com o Teatro de Viena estará em cena a 1 e 2 de dezembro deste ano, após o que poderá ser vista no Theatro Circo, em Braga, acrescentou Rodrigo Francisco.
Em janeiro subirá ao palco “O Carteiro de Neruda”, de Antonio Skármeta, uma reposição com encenação de Joaquim Benite, e em março estreia uma nova produção, “Dança de Roda”, de Arthur Schnitzler, encenada por Rodrigo Francisco.
A ópera “A Rainha louca”, com música e libreto de Alexandre Delgado a partir do texto “O tempo feminino”, de Miguel Rovisco, e encenada por Joaquim Benite - que estreou em 2011 no Centro Cultural de Belém - estará em cena no Teatro Municipal de Almada em abril.
Em outubro e novembro aquela sala apresenta “O Mercador de Veneza”, de Shakespeare, uma co-produção com o Teatro Nacional de São João, com encenação de Ricardo Pais. Ainda em novembro, voltará a Almada “Tuning”, de Rodrigo Francisco, encenada por Ricardo Pais. “Timão de Atenas”, de Shakespeare, sobe ao palco principal a 20 de dezembro e será reposta em janeiro de 2013.
Outros espetáculos
Quanto às produções acolhidas, o teatro recebe em fevereiro “Missa do galo”, de Carlos Tê e Manuel Paulo, encenada por Luísa Pinto, e em março é a vez de “Alma”, a partir de “Summer and Smoke”, de Tennessee Williams, encenada por Rita Calçada Bastos. Ainda em março, apresentará “Óscar e a senhora cor-de-rosa”, de Eric-Emmanuel Schmitt, encenada por Marcia Haufrecht, e em maio o Teatro dos Aloés levará a Almada “Os juramentos indiscretos”, de Pierre de Marivaux, com encenação de José Peixoto.
Em outubro, é a vez de o Circolando apresentar “Pedra-pão”, uma criação colectiva com direcção de Patrick Murys, enquanto o Theatro Circo levará “Oresteia”, de Ésquilo, com encenação e dramaturgia de Rui Madeira.
Em dezembro é a vez de “Simplesmente complicado”, uma co-produção do Berliner Ensemble e do Burgtheater de Viena, com encenação de Claus Peyman e interpretado por Gert Voss.
Exposições de pintura de Sofia Pidwell, de fotografia de Teresa Huertas e de Luísa Ferreira e uma instalação de Raija Malka integram ainda a temporada.
Nos espectáculos musicais, o Teatro de Almada irá acolher a Orquestra da Gulbenkian, os Solistas da Gulbenkian, António Pinho Vargas, os Dead Combo, a Orquestra Metropolitana, a Naifa, Boss AC, B Fachada, um encontro de coros, Mísia, o Quarteto de cordas e acordeão, Marco Rodrigues e um espectáculo intitulado "Mozart, tal pai tal filho". Na área da dança, haverá seis espectáculos no ciclo sala experimental.
Nos espectáculos musicais, o Teatro de Almada irá acolher a Orquestra da Gulbenkian, os Solistas da Gulbenkian, António Pinho Vargas, os Dead Combo, a Orquestra Metropolitana, a Naifa, Boss AC, B Fachada, um encontro de coros, Mísia, o Quarteto de cordas e acordeão, Marco Rodrigues e um espectáculo intitulado "Mozart, tal pai tal filho". Na área da dança, haverá seis espectáculos no ciclo sala experimental.
Câmara exige “um milhão” do Ministério da Cultura
Maria Emília de Sousa exige dinheiro que Ministério prometeu à sete anos |
Durante a apresentação da nova programação da Companhia de Almada, A autarquia exige, ao Ministério da Cultura, o donativo de um milhão de euros, feito há sete anos pela Tabaqueira, para ajudar à construção e recuperação de teatros e cine-teatros. Maria Emília de Sousa, presidente da autarquia almadense, admite que “alguém ficou com o dinheiro da Tabaqueira”, e acrescenta que “até hoje, a Câmara espera que o dinheiro chegue ao seu destino”.
Maria Emília de Sousa explicou que a autarquia “disponibilizou dez milhões de euros à requalificação dos teatros, contando com 2,5 milhões de euros da parte do Governo, 1,5 milhões do Ministério das Obras Públicas e um milhão do Ministério da Cultura”. Após confirmar que, da parte do Ministério das Obras Públicas, o valor estaria liquidado e que a Tabaqueira “teria pago tudo, o Ministério da Cultura não entregou à Câmara Municipal de Almada o tal milhão de euros”, prossegue Maria Emília de Sousa.
A presidente adianta que “existe a promessa por parte do Governo sobre a liquidação das dívidas às autarquias em 2012 por isso, a Câmara de Almada espera reaver o valor em falta”. Maria Emília de Sousa admite mesmo que, caso a promessa não seja cumprida, “o dinheiro será entregue à autarquia através dum processo judicial contra o Ministério da Cultura, que já está a decorrer”.
Agência de Notícias
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