Trabalhadores da Amarsul exigem “respeito” por parte da Administração
Os trabalhadores da Amarsul estiveram hoje reunidos em plenário para dizer que querem continuar a ser “empresa pública”. Os trabalhadores reuniram-se em Palmela [sede da empresa] e contou com a presença de trabalhadores dos ecoparques de Palmela, Setúbal e Seixal. Segundo a resolução aprovada por unanimidade, os trabalhadores querem serem ouvidos “pela administração” a quem acusam de tomar medidas à revelia dos trabalhadores e do acordo de empresa, em vigor desde 2009.
Funcionários dizem que Amarsul não respeita o Acordo de Empresa |
É tensa, por estes dias, a situação laboral dos trabalhadores da Amarsul. O Governo, dizem os trabalhadores da empresa, “insiste numa política que exige sacrifícios aos mesmos de sempre, enquanto rouba salários, subsídios e direitos laborais e sociais para ajudar o capital financeiro, os patrões e as sanguessugas deste país a enriquecer cada vez mais”.
Os trabalhadores da Amarsul contestam ainda o acordo da concertação social assinado na semana passada. Segundo o porta-voz dos trabalhadores este acordo “contêm um conjunto de medidas que visam o aumento da exploração dos trabalhadores e o seu empobrecimento, com a implementação do banco de horas, o ataque à contratação colectiva, o roubo de dias de férias e feriados, os despedimentos mais fáceis e baratos, a redução do valor do trabalho suplementar e o roubo do descanso compensatório, a diminuição do subsidio de desemprego e a não actualização dos salários”.
A Administração da Amarsul, seguindo as orientações do governo e até ultrapassando-as vem, segundo os seus empregados, “desenvolvendo uma política de clara delapidação do estipulado no acordo de empresa e consequentemente nos direitos, regalias e garantias dos trabalhadores, que a lei lhes confere”.
A Administração da Amarsul, seguindo as orientações do governo e até ultrapassando-as vem, segundo os seus empregados, “desenvolvendo uma política de clara delapidação do estipulado no acordo de empresa e consequentemente nos direitos, regalias e garantias dos trabalhadores, que a lei lhes confere”.
Acordo de Empresa foi desrespeitado
A Administração não terá cumprido o acordo de empresa alcançado em 2009 e, de acordo com o texto aprovado em plenário, as medidas vindas da administração “comportam crueldade e o desrespeito crescente pelos trabalhadores da Amarsul, provocando nestes o descrédito da Administração e até porventura o medo nas consequências que as medidas impostas possam levar a futuros caminhos de exploração do seu trabalho”.
Os trabalhadores queixam-se dos cortes graduais de subsídios de turno, com o propósito da sua eliminação; das alterações unilaterais de horários de trabalho, sem respeito pela Lei e sem ter em consideração o prejuízo causado por estes aos trabalhadores; os cortes unilaterais no subsídio de disponibilidade e a criação unilateral de novas categorias profissionais à revelia do acordo de empresa e sem qualquer negociação com os sindicatos subscritores.
Há trabalhadores a recolher ecopontos sozinhos... durante a noite
Trabalhadores exigem ser ouvidos pelo Administração da empresa |
Os trabalhadores da Armarsul acusam ainda a empresa de deslocalização de trabalhadores para outras instalações da empresa sem qualquer consideração pelos prejuízos monetários, pessoais e familiares causados aos trabalhadores visados; a requalificação de trabalhadores, visando a polivalência e mobilidade sem limites e sem regras; a agregação de funções relativamente aos motoristas da recolha selectiva em consequência da eliminação de postos de trabalho de auxiliares de motorista, com prejuízo para os trabalhadores e munícipe e a colocação de trabalhadores a desempenhar as suas funções sozinhos durante a noite na recolha de ecopontos, colocando em risco a sua segurança pessoal, agravando as suas condições de trabalho, bem como, desprezando as consequências desta medida em matéria de saúde e segurança no trabalho.
Todas estas e outras medidas, dizem os trabalhadores, “foram tomadas sem qualquer diálogo com os trabalhadores e seus representantes, por esta Administração que, ao contrário do que vinha apregoando, vem manifestando tiques autoritários e antidemocráticos, através de uma atitude bloqueadora de qualquer discussão ou negociação com os trabalhadores, num total desrespeito pelo cumprimento da lei e do acordo de empresa”.
Todas estas e outras medidas, dizem os trabalhadores, “foram tomadas sem qualquer diálogo com os trabalhadores e seus representantes, por esta Administração que, ao contrário do que vinha apregoando, vem manifestando tiques autoritários e antidemocráticos, através de uma atitude bloqueadora de qualquer discussão ou negociação com os trabalhadores, num total desrespeito pelo cumprimento da lei e do acordo de empresa”.
As exigências dos trabalhadores
Assim, por unanimidade no plenário desta tarde, os trabalhadores “recusam-se a vergar pelo medo causado pelas atitudes atentatórias e desrespeitadoras desta administração reclamando a dignidade”. Exigem ainda à Administração “o termo da repressão e das brutais medidas tomadas unilateralmente de diminuição da retribuição que está empobrecendo os trabalhadores”.
Reclamam o diálogo com os “representantes dos trabalhadores, com agendamento imediato da reunião solicitado em outubro passado” e reclamam “a continuação da Amarsul como empresa pública”.
Em Palmela, junto a Administração, os funcionários da Amarsul querem ainda “uma política alternativa, que em vez das reduções promova o desenvolvimento da empresa através da modernização e de mais-valias concretas nos seus investimentos, que fomente a viabilidade da empresa através da valorização dos seus trabalhadores, dos serviços prestados às populações e seu produto e que pare com os ataques aos direitos e garantias dos trabalhadores e á desvalorização do trabalho por estes exemplarmente desempenhado ao longo dos anos da existência da empresa”.
A plataforma sindical disse ainda que vai participar ativamente em todas as acções promovidas pelo Movimento Sindical de contestação às medidas do Governo, nomeadamente a manifestação, concentração dia 11 de Fevereiro na Praça do Comercio, em Lisboa.
Paulo Jorge Oliveira
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