TSF e DN promovem debate no distrito

Setúbal discutiu potencialidades da região 


A economia como factor de desenvolvimento do distrito de Setúbal foi a base de uma conferência que decorreu anteontem, no Hotel do Sado, uma realização da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, em parceria com a TSF e o DN que está a decorrer, desde Julho do ano passado, em todos os distritos e regiões autónomas. O conhecimento das intenções do Governo sobre o Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa  (PROT-AML) é uma das necessidades fundamentais para o desenvolvimento da Península de Setúbal, apontou a presidente da Câmara de Setúbal. 


Conferência ocorreu ontem numa unidade hoteleira da capital do distrito




A conferência, que decorreu durante toda a manhã, contou com a presença da secretária de Estado do Tesouro e Finanças, Maria Luís Albuquerque, do presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, Armando Pires, da proprietária da empresa “Casa Ermelinda de Freitas”, Leonor Freitas, da presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, do bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, Domingues de Azevedo, assim como dos deputados eleitos pelo círculo eleitoral do distrito de Setúbal, Bruno Dias (PCP), Eduardo Cabrita (PS), Pedro Ramos (PSD), Nuno Magalhães (CDS-PP) e Mariana Aiveca (BE) – que participaram num debate moderado por António Perez Metelo -, para além de técnicos oficiais de contas, empresários, autarcas e “forças vivas” do distrito.
Maria das Dores Meira fez o alerta no discurso de encerramento.“Seria da maior importância para as autarquias da Área Metropolitana de Lisboa que o Governo dissesse quais são as intenções em relação ao PROT-AML para que elas possam saber as linhas com que se vão coser. Mais importante ainda, para que o ordenamento do nosso território tenha linhas claras de orientação”, sublinhou a presidente da Câmara de Setúbal.
A autarca alertou para o facto de passados quatro anos sobre a decisão do Governo de proceder à alteração do PROT-AML ainda nada se saber quanto à conclusão do plano, havendo apenas a garantia de que projetos “essenciais”, como o novo aeroporto de Lisboa, a plataforma logística do Poceirão, a terceira travessia do Tejo e a linha ferroviária de alta velocidade, “foram adiados sem data de concretização”.
Maria das Dores Meira salientou ainda que “a situação é tanto mais complexa” pois o PROT-AML é um instrumento fundamental para a conclusão da revisão do Plano Diretor Municipal, atualmente em curso.
A presidente da Câmara de Setúbal, com o objetivo de alcançar “um país que seja, de facto, a soma de todas as partes e não apenas a soma de interesses descoordenados” e defende a alteração das políticas, nomeadamente “a sempre adiada questão da regionalização”, que impulsione nas regiões governos eleitos diretamente pelas populações e “responsabilizados perante elas pelos resultados da sua governação”.

Leonor Freitas quer valorização do trabalho rural

Leonor Freitas defende formação e qualificação de trabalhos agrícolas 


No decorrer da conferência foram destacadas as potencialidades da região de Setúbal, nomeadamente no sector vitivinícola área sobre a qual usou da palavra a empresária Leonor de Freitas para realçar a qualidade dos produtos produzidos nesta área do país e a importância da exportação como factor determinante para o conhecimento, internacional, da qualidade dos produtos. Como exemplo, realçou o moscatel de Setúbal que, “sendo um vinho único, dos melhores do mundo, apenas é conhecido na nossa região, pouco ainda a nível nacional e muito pouco conhecido a nível internacional” sublinhando que, nessa área, “temos um potencial imenso que, bem desenvolvido, poderia ser uma assinatura da região e que poderá vir a potenciar outros vinhos, e até mesmo outros produtos regionais, que vão com ele por arrasto. Esta é de facto uma bebida única que não tem sido tratada como merece e o que é um facto é que quando vou para mostras internacionais, todos gostam e não sabem o que é o nosso moscatel de Setúbal”.
Leonor Freitas sublinhou ainda ser sua preocupação a valorização do trabalho rural, nomeadamente na “formação e qualificação dos trabalhadores e dos empresários”, sendo uma grande preocupação que “o nosso ciclo produtivo não seja destruído”. A empresária referiu ainda que o mundo rural “poderá vir a dar um grande contributo para ajudar nesta crise”, sublinhando a necessidade de formação específica naquela área: “somos hoje uma entidade empregadora e precisamos de mão-de-obra no campo e estamos a colaborar para ajudar a resolver os problemas que são conhecidos”.
Os sectores portuário, climático, turístico, de mão de obra altamente especializada (nomeadamente nas áreas metalúrgicas e automóvel), de formação e qualificação profissional, foram os temas abordados pelos deputados eleitos pelo circulo eleitoral de Setúbal, assim como as grandes obras previstas para esta área do país, como factores de amplo desenvolvimento num distrito que está capacitado para combater a crise.

Agência de Notícias

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