Pena Solta - By Lia Santos
Pena Solta - By Lia Santos
Máscaras...
Mascaras de uma vida, elas nos fazem recordar a felicidade de muitos momentos, mas também as lagrimas que dão relevo a forma de sentir...muitas não têm cor ou tecido...algumas apenas vão tomando forma ao longo do caminho que percorremos, mas não deixam de ser mascaras...elas são quem nos apresenta ao mundo, elas nos protegem e nos iluminam...vão aos poucos dar forma a personalidade...a diferença é que muitas mascaras são acompanhadas de uma capa que não deixa ver a beleza de tal construção que se vai criando, tapando assim a pureza de cada um de nós...a essa capa eu deito no chão para não deixar a terra levantar sobre mim...talvez por medo ou sentido de proteção ao que de mais frágil temos, mas usamos essa mascara muitas vezes para afastar o desconhecido, para não cair ou mesmo enganar...
Quero pintar a minha de todas as cores e formas, quero juntar a água, fogo, terra e ar nela...quero poder sentir o mundo em mim tal como o mundo me sente e suporta...quero juntar conhecimento e magia nela para poder mostrar que não é o tamanho que suporta o impossível mas sim a vontade de...mas muitas vezes não consigo, será por não ser tempo ainda para? Talvez! Mas quando chegar a altura terei espaço para poder gravar tal momento...podem chamar medo mas não, apenas não crio ilusões na imagem que me define melhor...podem chamar receio mas não, dou um passo de cada vez para que cada traço ou corte atinja a perfeição...podem chamar orgulho, sim esse é verdade orgulho em atingir cada meta melhor do que imaginava mas na minha forma de ser...ela apenas detém o meu pensamento e mãos...ela consegue tapar parte de minha cara e mostrar meus sonhos...ela é a do meu tamanho na real e na imaginação do tamanho dos meus sonhos...ela vai se formando a medida que um dia passa...muitas vezes o erro quando olhamos para uma mascara é não ter a percepção de como foi feita, e acabamos por apenas reparar num pouco de cartão que deixa ver os olhos...mas eles não mentem é verdade mas para isso é preciso que reparemos neles e não só no cartão...
Todas começam com a cor da pureza e inocência até começarem a conhecer as mais distintas cores que se vão pegando a ela, e todas acabam por fim a conhecer a cor preta que vai ser ela a guardar para sempre todos os sentimentos e sonhos de uma vida...mas até lá temos de aguentar a mascara verdadeira sobre muitas falsas espalhadas pelos caminhos... e continuar com a capa a meus pés é o meu objectivo, pois sobre ela apenas deixo pisar meus pés...
Desejo é ter capacidade de no fim do caminho ter a caixa para deixar cair meus pensamentos para em descanso permanecer e deixar os meus sonhos planarem no mundo...e no fim apenas deixar para recordar a minha máscara...a mascara de uma vida... eu...
Lia Santos
Lisboa
(Lia Santos escreve todas as quartas-feiras a rubrica Pena Solta, pensamentos da alma)
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