Produtores de Arroz de Alcácer contra venda da EPAC
A Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal e os pequenos e médios Agricultores produtores de arroz, que não dispõem de secadores, manifestam-se contra a venda em hasta pública do Centro de Secagem em Alcácer do Sal, interrompendo um processo de cedência aos atuais utilizadores.
Alcácer do Sal é um dos maiores produtores de arroz do país |
A Associação do Distrito de Setúbal e os pequenos e médios Agricultores produtores de arroz que não possuem secadores foram surpreendidos pela decisão do Governo de vender em hasta pública, marcada para 14 de março, o Centro de Secagem da ex-EPAC em Alcácer do Sal.
Para os agricultores, esta situação vai interromper “um processo de cedência das referidas instalações aos actuais utilizadores iniciado em 25 de Janeiro, com o ministro António Serrano, em que foram aceites as condições propostas pelo Ministério da Agricultura e das Finanças”.
A associação refere em comunicado que “desde de 4 de fevereiro de 2003 por despacho do então ministro da Agricultura Sevinato Pinto, foi determinado que os centros de secagem da ex-EPAC fossem colocados ao serviço dos agricultores produtores de arroz (sem secadores próprios) da Herdade da Comporta e Vale do Sado como resposta à luta e denúncia dos agricultores sobre o preço praticado à produção de arroz em 2002 pela Herdade da Comporta”.
“Durante estes últimos 9 anos nos referidos secadores secaram-se sete mil toneladas média ano provenientes de cerca de 100 agricultores, com a entrega das sobras do arroz aos agricultores, com a aquisição de máquinas de controlo de humidade do arroz, assegurando uma evidente transparência e contribuindo para a regulação dos preços desse serviço, criando condições para que o preço á produção não fosse ainda mais baixo” salienta a representação dos agricultores do distrito.
Processo de fraude social
Para os agricultores, esta atitude do Governo de querer vender em hasta pública os centros de secagem da ex-EPAC em Alcácer do Sal é de “contornos inaceitáveis de discriminação política negativa e de favorecimento, dado que em relação a mais de uma dezena de silos e secadores cujos processos foram iniciados ao mesmo tempo que este foram cedidos a agricultores e associações com reconhecida e robusta capacidade económica”.
A associação considera que “estamos alegadamente perante um processo de fraude social, económica e política de favorecimento e contornos obscuros que põe em causa para além de direitos adquiridos pelos pequenos e médios agricultores”.
Alcácer do Sal onde está situada a sede da APARROZ é “um de entre outros concelhos onde o dinheiro público destinado à agricultura tem uma mais que injusta e indigna distribuição e aplicação de ajudas”, uma vez quer “oito grandes agrários que representam (1,5%) dos agricultores recebem mais de 200 mil euros cada 394 agricultores que representam (75%) recebem menos de 20 mil euros cada”.
Agência de Noticias
Comentários
Enviar um comentário