Autarcas descontentes...
população nem por isso
O presidente da Junta
de Freguesia do Poceirão, José Silvério, lamentou o abandono definitivo do TGV
(comboio de alta velocidade). Em Setúbal, e executivo municipal – com os votos
contra do PSD – aprovou uma moção que critica o governo pelo fim do projeto. Mas
entre a população há quem se mostre satisfeito com a decisão do governo.
Comboio faz mais falta - diz a população do Poceirão |
"Com este governo começámos a ouvir
dizer que o TGV e o novo aeroporto não iam avançar. E com isso o projeto da
plataforma logística do Poceirão também tem estado parado", disse à Lusa
José Silvério, chefe do executivo da Junta de Freguesia local.
"O que é certo é que era uma das
coisas que ia fazer desenvolver o Poceirão. E o Poceirão ficou parado",
acrescentou o autarca, uma das poucas vozes que se ouviram no Poceirão contra a
decisão do governo.
As preocupações de José Silvério são
partilhadas por José Alegria, proprietário do `Café Jovem`. Embora convicto de
que iria ser prejudicado, por ter o estabelecimento junto à linha férrea, José
Alegria acredita que o TGV seria "uma oportunidade" para o Poceirão.
"A decisão de abandonar o projeto
prejudica a população, porque o TGV permitia o desenvolvimento da
povoação", disse José Alegria.
"Mas para mim era pior, porque
estou aqui à beira da passagem de nível. Iam construir aqui uma ponte e eu
ficava bloqueado", acrescentou.
"O que nós precisávamos aqui era de comboios”
Satisfeito com a decisão do governo
ficou Fernando Lourenço, de 63 anos, que nunca acreditou nos benefícios que a
construção da linha do TGV entre o Poceirão e Caia (Espanha) poderia trazer
para a localidade.
"Não sei, mas acho que se o TGV
passasse aqui ia empatar muita gente. Não acho que fosse importante para o
desenvolvimento da região", disse. "O que nós precisávamos aqui era
de comboios [não do TGV] com horários para aqui e para ali. Ainda há dias
precisei de um comboio às 7.00, para ir a Lisboa, e não havia",
acrescentou.
Uma ideia corroborada pelo sobrinho,
Vítor Lourenço, que considera não ser o momento certo para avançar com um
projeto tão dispendioso. "Deixem o País melhorar e depois ponderem outra
vez essa possibilidade", disse Vítor Lourenço, que também manifestou
muitas dúvidas quanto a eventuais benefícios que a construção do TGV pudesse
trazer para o Poceirão.
"Ainda se tivéssemos aqui uma
paragem, mas eu acho que o TGV não ia parar aqui. Se calhar para nos montarmos
nele, (no TGV), tínhamos de ir a Évora ou a Lisboa", concluiu.
Setúbal também critica “morte” da Alta Velocidade
Fim do TGV indigna autarcas |
A decisão da Administração Central de abandonar
definitivamente o projeto de Alta Velocidade Ferroviária é também criticada
pela Câmara Municipal de Setúbal, que manifestou a “veemente oposição” a esta
medida através de uma moção aprovada em reunião pública.
“A aposta na construção de
infraestruturas é, decisivamente, uma das formas que mais pode contribuir para
a prossecução do desenvolvimento económico e social do País, na criação de
riqueza e no aumento do bem-estar dos portugueses”, salienta a moção
apresentada pelo PS, aprovada por maioria, com votos favoráveis da CDU e contra
do PSD.
A concretização do projeto de Alta Velocidade Ferroviária, adianta o documento, permitiria “um enorme desenvolvimento das potencialidades do País e em particular do distrito de Setúbal”, que funcionaria como “a grande região logística de Portugal, porta de entrada e de saída de mercadorias e de pessoas”.
A concretização do projeto de Alta Velocidade Ferroviária, adianta o documento, permitiria “um enorme desenvolvimento das potencialidades do País e em particular do distrito de Setúbal”, que funcionaria como “a grande região logística de Portugal, porta de entrada e de saída de mercadorias e de pessoas”.
O documento sublinha que o
desenvolvimento deste projeto permitiria potencializar “competências já
adquiridas dos Portos de Sines, de Setúbal/Sesimbra e de Lisboa” e “construir
uma das mais essenciais infraestruturas da Região, a nova travessia do Tejo (Rodo-Ferroviária),
entre o Barreiro e Chelas”.
A moção reforça que com a linha de Alta Velocidade, com ligação prevista entre Lisboa e Madrid, dar-se-ia “um passo decisivo na concretização do Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Península de Setúbal, subscrito pela maioria dos Autarcas da Região e promovido pela Associação dos Municípios da Região de Setúbal”.
A moção reforça que com a linha de Alta Velocidade, com ligação prevista entre Lisboa e Madrid, dar-se-ia “um passo decisivo na concretização do Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Península de Setúbal, subscrito pela maioria dos Autarcas da Região e promovido pela Associação dos Municípios da Região de Setúbal”.
Agência de Notícias
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