Arrábida recebe ideias para Património Mundial


Cidadãos sugerem promoção turística do parque natural

Na primeira sessão pública sobre a candidatura da Arrábida a Património Mundial Misto da Unesco, os participantes alertaram para a necessidade de promoção turística desta zona. Palmela, recebe esta noite a segunda sessão, a partir das 21 horas, na biblioteca da vila.

Candidatura a Património da Humanidade recebe ideias das populações 

 O reforço da oferta e da promoção turística no Parque Natural da Arrábida foi uma das sugestões apontadas pelos participantes na sessão pública sobre a candidatura da Arrábida a Património Mundial Misto da Unesco, que decorreu na sexta-feira à noite, na Casa da Baía, em Setúbal.
A candidatura é coordenada pela Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), em articulação com as três autarquias e com o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB).
Esta foi a primeira das três sessões públicas a desenvolver nos concelhos abrangidos pelo Parque Natural da Arrábida “Setúbal, Palmela e Sesimbra), no sentido de recolher sugestões e opiniões da comunidade civil para enriquecer a candidatura, processo que se aproxima da recta final.
A presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, frisou que esta candidatura não é apenas dos três municípios. “É do País. É um grande projecto para o País” frisou a autarca.
Maria das Dores Meira alertou que, “depois do deferimento da candidatura, a Arrábida vai dar muito que falar na Assembleia da República”, recordando a necessidade de alterações legislativas em relação ao Parque Natural. “Por exemplo, onde é que estão os guardas florestais ou os meios necessários para a manutenção e limpeza da serra?”, questionou a autarca.

Arrábida não vive só do turismo
Uma das necessidades apontadas é a de mais materiais informativos, de cariz turístico, sobre o Parque Natural da Arrábida. Sofia Castel-Branco, do ICNB, que, juntamente com a autarca de Setúbal e o representante da AMRS João Afonso, ouviu as sugestões do público, sublinhou que a conjuntura actual do país inviabiliza um investimento mais forte naquela área.
Sofia Castel-Branco disse que a promoção turística não é a principal função do Parque Natural, mas, indicou, o organismo tem orientado vários projectos e acções de sensibilização e divulgação da importância daquela área protegida junto da comunidade educativa e da população em geral.
Antes da discussão pública, Cristina Coelho, da AMRS, apresentou os principais eixos da candidatura e Miguel Répas, da empresa Strix – Ambiente e Inovação, explicou o plano de gestão, uma das peças do dossier a apresentar, que operacionaliza as ações a implementar no território.
O processo da candidatura teve início em 2001, sendo que em Maio de 2004 o Bem Arrábida foi incluído na Lista Indicativa Portuguesa, ou seja, na pré-selecção nacional de patrimónios a candidatar a uma eventual classificação da Unesco, na altura a Património Mundial.
Actualmente a Arrábida é candidata a Património Mundial Misto, conjugando critérios de vertente natural, cultural e cultural imaterial, segundo a convenção da Unesco de 1972, diferente da de 2003, a que se candidatou o Fado.
Com o objectivo de proteger, preservar e valorizar a Arrábida, numa simbiose sustentada entre natureza e presença humana, a candidatura apoia-se em vários valores diferentes, como a presença de espécies de fauna e flora raras ou únicas na cordilheira, os fenómenos geológicos de grande importância e o relevante papel que desempenhou na história de Portugal, como o caso do período da formação do território nacional.
As próximas sessões públicas realizam-se em Palmela, esta noite na Biblioteca da vila às 21 horas, e em Sesimbra, a 27 deste mês.

Agência de Notícias

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