Número de
desempregados aumenta 19,8 por cento num ano
O número de desempregados inscritos nos
centros de emprego do país em março aumentou 19,8 por cento face ao mesmo mês
do ano passado, penalizando sobretudo os jovens, de acordo com um boletim
mensal divulgado esta quinta-feira. Alentejo (+24,3 por cento) e Lisboa e Vale
do Tejo (+22,8 por cento) é onde o desemprego mais cresce. Pior só mesmo nos
Açores onde a taxa de pessoas sem
emprego subiu 52,2 por cento num ano.
Desemprego entre mais jovens continua a aumentar |
Segundo o
boletim Informação Mensal do Mercado de Emprego, do Instituto do Emprego e Formação
Profissional (IEFP), em março deste ano estavam inscritos nos centros de
emprego 661.403 desempregados, mais 19,8 por cento do que em março de 2011 e
mais 2,1 por cento do que em fevereiro de 2012.
Os jovens
foram a faixa etária que mais se ressentiu com o aumento do desemprego, refere
o boletim do IEFP, que dá conta de um aumento de 25,4 por cento no mês passado
face ao mesmo período de 2011.
No que se refere ao tempo de inscrição nos
centros de emprego, foi nos inscritos há menos de um ano que o desemprego mais
aumentou (+31,6 por cento), ao passo que entre os desempregados de longa
duração o aumento em março foi de 3,9 por cento, em termos homólogos.
Numa análise dos dados em função das
habilitações escolares, registou-se um aumento do desemprego em todos os níveis
de escolaridade, sendo particularmente elevado no caso dos que detém formação
superior (+39,8 por cento).
Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo dominam “campeonato” do desemprego
Os Açores foram a região com o aumento do
desemprego mais acentuado, de 52,2 por cento, em termos homólogos, seguindo-se
o Alentejo (+24,3 por cento) e Lisboa e Vale do Tejo (+22,8 por cento).
No entanto, comparando os números de março
com os de fevereiro deste ano, verifica-se que o desemprego aumentou em todas
as regiões exceto no Algarve, onde caiu 1,9 por cento. O Alentejo e Lisboa e
Vale do Tejo foram novamente as regiões com os aumentos mais acentuados do
desemprego entre fevereiro e março deste ano (+3,0 e +2,8 por cento, respetivamente).
Comparativamente a março de 2011, o
desemprego aumentou em todas as regiões do país, com destaque para as regiões
autónomas dos Açores (+48 por cento) e da Madeira (+34,8 por cento).
As profissões dos desempregados com maior
representatividade em março, e tendo em conta apenas dados para Portugal
Continental, foram as categorias "pessoal dos serviços de proteção e
segurança", "trabalhadores não qualificados dos serviços e
comércio", "empregados de escritório", "operários e
trabalhadores similares da indústria extrativa e construção civil" e
"trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústria
transformadora".
O desemprego atinge cada vez mais setores |
No conjunto, estas cinco categorias
representavam 52,8 por cento do total de desempregados inscritos nos centros de
emprego em março.
Segundo o boletim mensal, o desemprego
aumentou nos três grandes setores da atividade económica, com destaque para os
subsetores das "atividades de consultoria, científicas, técnicas e
similares" (+34,8 por cento), do "comércio, manutenção e reparação de
veículos automóveis e motociclos" (+33,9 por cento), da
"construção" (+29,8 por cento), em termos homólogos.
Quanto às
ofertas de emprego, em março, foram recebidas 7.517 ofertas nos centros de
emprego, um valor que representa uma queda de 14,3 por cento face ao período
homólogo de 2011, mas um aumento de 31,8 por cento face a fevereiro deste ano.
De acordo
com os dados divulgados quarta-feira pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE), a taxa de desemprego harmonizada em Portugal
subiu de 14,8 por cento para 15 por cento entre janeiro e fevereiro, sendo
apenas ultrapassada por Espanha, que passou dos 23,3 por cento em faneiro para
os 23,6 por cento em fevereiro.
Paulo Jorge Oliveira
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