Grávidas de Setúbal e Litoral Alentejano têm de ter bebés em Lisboa
Num hospital onde nascem cerca de 1800 crianças por ano, a falta de pediatras na urgência de obstetrícia é uma falha
grave. Sem estes profissionais, as grávidas do distrito e litoral alentejano têm
de ir dar à luz em Lisboa. Eurídice Pereira, deputada eleita por
Setúbal pelo PS, perguntou ao ministro da Saúde quando será regularizada a
situação de pediatras para garantir esses serviços na urgência do Hospital de
Setúbal. O Hospital já disse que é “uma situação pontual que aconteceu devido à falta de profissionais no
mercado”.
Faltam pediatras na urgência de obstetrícia do Hospital de Setúbal |
A deputada socialista Eurídice Pereira, eleita por Setúbal manifesta
preocupação com a falta de pediatras no serviço de urgência de obstetrícia do
Hospital de S. Bernardo, que está a obrigar futuras mães a deslocarem-se para
outras unidades hospitalares.
Segundo a deputada socialista, que questionou o ministro da Saúde sobre
este problema, algumas mulheres tiveram de deslocar-se para Lisboa, “sem
capacidade de transporte próprio, despoletando um processo, por vezes moroso e
gerador de angústia, de requisição de uma ambulância”.
Para Eurídice Pereira, esta situação leva “ao desperdício da capacidade dos
recursos deste serviço, onde se encontram médicos enfermeiros, assistentes
administrativos e operacionais mas impedidos, por ausência de pediatra, de
desempenhar as suas funções”.
Hospital deve dispor de todas as condições
No Hospital de S. Bernardo nasceram, em 2011, mais de 1800 crianças, das
quais cerca de 30 por cento das mães são oriundas do Litoral Alentejano que
percorrem 100 ou mais quilómetros. Por isso, a deputada considera que é
fundamental o hospital dispor de “todas as condições para assegurar em pleno os
serviços necessários nesta área”.
Eurídice Pereira considera que está em causa o facto de os pediatras
tarefeiros que prestaram serviços no hospital, até março último, e
consequentemente completavam as escalas, não tiveram continuidade ou não foram
substituídos, levando a que a escala de urgência de Pediatria acabe por ter, em
vários dias e/ou períodos de tempo, apenas um pediatra. “Foi o caso do dia 1 de
abril, das 9 às 21 horas e é assim para um conjunto de dias com escala já
definida”, recorda a deputada.
As perguntas ao ministro da Saúde
Eurídice Pereira quer respostas |
Nesse sentido, Eurídice Pereira pergunta ao ministro da Saúde quando será
regularizada a situação de pediatras para garantir esses serviços. A deputada
quer também saber como garante o Hospital de S. Bernardo “a deslocação e a
assistência de saúde de mulheres, em trabalho de parto adiantado, em
períodos/dias em que só se encontra de serviço um pediatra e portanto não pode
fazer a deslocação com a grávida, bem como qual o custo, para o Hospital, da
deslocação de uma grávida, para Lisboa”.
A socialista pretende ainda que o ministro esclareça qual a razão porque os
pediatras tarefeiros que prestaram serviço até março “não tiveram continuidade,
quanto pagava o hospital, por hora, aos tarefeiros de pediatria e qual o valor
pago a estes profissionais num hospital em Lisboa, bem como qual a relação
entre o número de pediatras/número de nascimentos na região de Lisboa e essa
mesma relação para a área de Setúbal”.
O Gabinete de Comunicação do Centro Hospitalar de Setúbal já disse que
tratou-se de “uma situação pontual que aconteceu devido à falta de
profissionais no mercado”. Assim perante tal situação “é feito um ajustamento
ao funcionamento da urgência pediátrica”, diz o Gabinete de Comunicação do
Centro Hospitalar de Setúbal.
Agência de Notícias
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