Setúbal e Lisboa juntaram mais de 2500 pessoas
Cerca de 300
pessoas manifestaram-se, na Praça de Bocage, em Setúbal, contra os cortes
anunciados pelo Governo no Serviço Nacional de Saúde. Duas mil pessoas – ou talvez
mais alguns – ligaram o Chiado à Rua Augusta, na capital, exigindo “o direito à
saúde”. O ministro da Saúde, no entanto, desvalorizou as manifestações
que se realizaram em nove cidades portuguesas.
Em defesa do Serviço Nacional de Saúde, milhares saíram à rua |
A União dos Sindicatos de Setúbal
(USS) e o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) promoveram, na
tarde do passado sábado, uma acção de protesto contra os cortes anunciados pelo
Governo, para o Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente as reestruturações e
encerramento de serviços que colocam em causa o acesso da maioria dos cidadãos
à prestação de cuidados de saúde.
Concentraram-se todos na Praça do
Brasil, seguindo os manifestantes, cerca de 300 pessoas, em desfile até à Praça de Bocage, onde foram
feitas algumas referências à situação vivida na região de Setúbal.
Na concentração realizada na Praça de
Bocage, foram vários os responsáveis de diferentes áreas do sector da saúde que
usaram da palavra para salientar alguns dos mais graves problemas que afectam a
população, nomeadamente o aumento das taxas moderadoras, o apoio ao transporte
de doentes não urgentes e o encerramento de unidades de proximidade (centros de
saúde e SAP’s), foram os pólos de maior contestação.
Luís Leitão, dirigente da União de
Sindicatos de Setúbal, disse que o protesto tem como finalidade combater “todas
estas medidas que só têm como objectivo prejudicar os utentes, principalmente
os mais desfavorecidos, como a população idosa e as famílias com menores
recursos económicos”, querendo o Governo, e através das medidas anunciadas,
“tornar o sector da saúde num negócio, em que as pessoas com mais recursos
utilizam o sector privado e os seguros de saúde, enquanto que os mais
carenciados ficam com cuidados mínimos”.
Sob palavras de ordem, reivindicando mais e melhor saúde, a manifestação
contou, para além dos cidadãos que entenderam a ela se juntar, com a presença
de diversos agentes do sector da saúde (médicos, enfermeiros e auxiliares), bem
como de representantes de corporações de bombeiros do distrito.
Lisboa reuniu mais de duas mil pessoas
Entoando palavras
como “Não e não às taxas moderadoras”, “A saúde está doente. Mudai isto, é
urgente” e “Quanto mais calados mais roubados”, os manifestantes da capital
desfilam entre o Largo do Chiado e a Rua Augusta.
A esta acção do MUSP junta-se também a central sindical CGTP, a União dos Sindicatos, a Federação Nacional dos Médicos - Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, comissões de utentes e outras estruturas do distrito de Lisboa.
O porta-voz do MUSP, Carlos Braga, disse à Lusa que o protesto tem como objectivo “manifestar a indignação” contra algumas medidas levadas a cabo pelo Governo em relação ao SNS, nomeadamente o encerramento de serviços de proximidade, aumento das taxas moderadoras e encerramento de um conjunto de serviços como a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.
“Estas medidas limitam o acesso à saúde de muitos milhares de cidadãos”, afirmou Carlos Braga, adiantando que é “um claro favorecimento aos grandes grupos económicos”.
A esta acção do MUSP junta-se também a central sindical CGTP, a União dos Sindicatos, a Federação Nacional dos Médicos - Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, comissões de utentes e outras estruturas do distrito de Lisboa.
O porta-voz do MUSP, Carlos Braga, disse à Lusa que o protesto tem como objectivo “manifestar a indignação” contra algumas medidas levadas a cabo pelo Governo em relação ao SNS, nomeadamente o encerramento de serviços de proximidade, aumento das taxas moderadoras e encerramento de um conjunto de serviços como a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.
“Estas medidas limitam o acesso à saúde de muitos milhares de cidadãos”, afirmou Carlos Braga, adiantando que é “um claro favorecimento aos grandes grupos económicos”.
Opinião dos utentes
Foram várias as mensagens para os políticos |
Para Miquelina
Almeida, 70 anos, “este governo não governa, só desgoverna”. “Temos vindo a
perder muitas conquistas alcançadas no 25 de Abril, é uma luta que tem de ser
vivida por todos”, acrescentou a reformada.
Ana Amaral, 48 anos, funcionária pública, descreveu o
Serviço Nacional de Saúde como um serviço “não acessível a todos”.
“Infelizmente cada vez mais o SNS corre o risco de deixar de existir”, afirmou.
O aumento das taxas moderadoras, os cortes nos apoios ao
transporte de doentes não urgentes, o fecho da maternidade Alfredo da Costa e a
falta de médicos e profissionais de saúde nos hospitais foram as medidas que os
manifestantes mais contestaram.
Presente em Lisboa, Jerónimo
de Sousa, secretário-geral dos comunistas, lembrou que é “fundamental” defender
o Serviço Nacional de Saúde, considerando que o acesso à saúde é um direito de
todos os portugueses. “Como cidadão e como português, considero fundamental a
defesa do Serviço Nacional de Saúde”, disse Jerónimo de Sousa. O líder do PCP
adiantou que “é uma questão de todos os portugueses de defender esse bem
precioso que é o SNS e particularmente o direito à saúde”.
No final da manifestação realizada em
Lisboa, foi aprovada uma resolução que vai ser entregue ao Presidente da
República, Cavaco Silva, e ao primeiro-ministro, Passos Coelho. Naquele
documento, exige-se que o Governo “pare com todas as reestruturações” no SNS e
que se acabe também com “todas as taxas moderadoras”.
Ministro refere que está a “corrigir erros de décadas”
Também de referir que no passado sábado,
o ministro da Saúde dizia, sobre estas movimentações sociais, que “a razão tem
que substituir a paixão”. Foram estas as palavras do ministro Paulo Macedo
perante as manifestações de protesto realizadas em todo o país. Para o ministro,
o Governo “está a corrigir falhas de décadas, para garantir a continuidade do
Serviço Nacional de Saúde”.
Agência de
Notícias
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