Setúbal e Grândola recebem manifestação esta tarde


Todos em defesa do Serviço Nacional de Saúde

Em nome da defesa do Serviço Nacional de Saúde, a União dos Sindicato de Setúbal (USS) e o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) promovem, hoje à tarde, a partir das 15h30, uma manifestação que ligará as praças do Brasil à de Bocage, em Setúbal. Em Grândola, acontecerá outra manifestação, para o sul do distrito.

Povo sai à rua em defesa do SNS

“Esta acção pretende denunciar o que têm sido os cortes cegos impostos pelas medidas da troika e que têm levado à degradação do Serviço Nacional de Saúde,” começou por dizer o dirigente da União dos Sindicatos de Setúbal, Luís Leitão.
O dirigente sindical frisou que as “medidas que visam prejudicar os utentes, caso do aumento das taxas moderadoras, preço dos medicamentos ou o fim do apoio ao transporte de doentes não urgentes.”
“O fim do apoio ao transporte de doentes não urgentes e o encerramento de serviços de proximidade fazem com que muitas pessoas descurem os cuidados de saúde e fiquem assim mais debilitadas”, afirma Carlos Braga, do MUSP, que considera urgente a mudança das políticas de saúde orientadas pelo Governo. “É necessário que os serviços de saúde respondam em tempo útil às necessidades das populações”.
Luísa Ramos, do grupo permanente da direcção nacional do MUSP, considerou haver um “ataque” à saúde dos portugueses, devido “aos sucessivos governos terem sub-financiado o Serviço Nacional de Saúde”, ou seja, explicou, “foram canalizando o apoio ao sector da saúde para as parcerias público-privadas e aos grupos económicos, tornando a saúde uma apetência para o negócio”


Ataque ao SNS
Aquela dirigente do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos exaltou as populações a “denunciar o encerramento dos serviços de proximidade (centros de saúde e SAP´s), o que motiva o recurso às urgências hospitalares, e ao desleixo dos cuidados primários de saúde”.
A pretensão governamental de encerrar, ou reestruturar, as urgências polivalentes durante a noite no Hospital Garcia de Orta, em Almada, foi bastante criticada por Luísa Ramos, que alertou para o risco de existência de dois tipos de saúde, “em que os ricos vão para os privados e para os seguros de saúde, enquanto os pobres têm um cuidado mínimo neste direito conquistado pelo 25 de Abril”.
Luís Leitão, da União dos Sindicatos, abordou o Hospital do Outão, em Setúbal. “Esperemos que os interesses imobiliários que estão por detrás do encerramento da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, não se repitam aqui no Outão”. O dirigente sindical disse não ter “nada de concreto”, mas lembrou que “desde há algum tempo se fala que aquilo pode dar uma bela instância de férias, e de frente para Tróia, onde estão Belmiro e Amorim…”
“Se, depois das manifestações do fim de semana, o Governo não mudar as políticas de saúde que lesam a população em vez de as melhor servir, vão ser planeadas novas ações de protesto”, afirma Luís Leitão.
Já Carlos Braga espera que as pessoas se mobilizem “em grande escala no próximo sábado a partir das 15 horas para que a mensagem passe da melhor forma para quem tem o poder de decidir sobre o futuro do país”.



Os caminhos da manifestação
Grândola e Setúbal recebem manifestação 
Para a manifestação da tarde de hoje, com concentração agendada para as 15.30 horas, na praça do Brasil, a organização anuncia, para além da população que entenda manifestar-se, a presença de agentes de diversos sectores da saúde (médicos, enfermeiros e auxiliares dos hospitais), bem como cinco corporações de bombeiros da península de Setúbal.
Diga-se que esta acção é destinada à península de Setúbal. Em Grândola, acontecerá outra manifestação, para o sul do distrito. Mas outras manifestações estão agendadas para esta mesma tarde, noutros pontos do país.
O PCP e o Bloco de Esquerda já vieram a terreno apoiar a luta das populações. Mariana Aiveca, deputada na Assembleia da República e líder do Bloco do Distrito de Setúbal, garantiu que irá estar em Grândola a apoiar a luta.

Agência de Notícias 

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