Trabalhadores da Portucel suspendem luta


Um mês para se chegar a um acordo para aumentos

Os trabalhadores da Portucel decidiram ontem suspender todas as formas de luta para facilitar as negociações com a administração, mas continuam a exigir aumentos salariais de 3,7 por cento e a manutenção do Acordo de Empresa. Se não houver evolução nas negociações, os trabalhadores admitem mais paralisações.

Trabalhadores dão um mês para se negociar aumentos 

"A empresa tem condições para atualizar os salários e não necessita de retirar direitos aos trabalhadores, mas, como não negociava porque estávamos em luta, decidimos suspender todas as ações reivindicativas até final do mês, para darmos uma oportunidade à negociação", disse à agência Lusa Américo Flor, do SINDSul, sindicato afeto à CGTP/IN.
"Se da parte da empresa não houver evolução nenhuma na negociação, os trabalhadores vão reunir novamente em plenário para decidir o que fazer", acrescentou o sindicalista, que falou após um plenário em que participaram cerca de 150 trabalhadores da Portucel.

“Prémio não é importante”

Questionado sobre a atribuição do prémio de desempenho relativo a 2011, que corresponde, em média, a 2,8 remunerações mensais (em 2010 foi o equivalente a 2,5 remunerações mensais), Américo Flor garantiu que o mais importante para os trabalhadores é a atualização do salário mensal e não o prémio atribuído pela empresa.
Além disso, acrescentou Américo Flor, "há muitos trabalhadores que perdem uma parte desse prémio só porque usufruem dos direitos de paternidade ou porque lhe morre um familiar e faltam aqueles dias a que têm direito".
"Existe um regulamento para a atribuição do prémio, mas essas coisas não vêm lá e a verdade é que só cerca de um terço dos trabalhadores da Portucel é que recebem esse prémio na totalidade", frisou.
Os trabalhadores exigem aumentos salariais de 3,7 por cento e a manutenção do Acordo de Empresa tal como está, mas a Portucel oferece uma atualização salarial de apenas 0,6 por cento e pretende criar um banco de horas, que permitirá reduzir custos no pagamento do trabalho extraordinário.
De acordo com a estimativa dos sindicatos afetos á CGTP, que dizem representar cerca de 90 por cento dos trabalhadores da Portucel, a inclusão no Acordo de Empresa das medidas propostas pela administração teria como consequência uma "perda de 100 a 150 euros por mês para cada trabalhador".

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Agência de Notícias 

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