Almada quer Metro até às praias da Costa


Cinco anos. 30 milhões de passageiros e uma obra inacabada


O Metro Sul do Tejo (MST) transportou mais de 30 milhões de passageiros em cinco anos, tendo contribuído para uma melhoria significativa da mobilidade nos concelhos de Almada e Seixal, mas tarda em chegar a outros municípios. O vice-presidente da Câmara de Almada, José Gonçalves, afirmou que é necessário apostar no prolongamento do Metro Sul do Tejo, em especial à Costa da Caparica, permitindo captar "milhares de novos utentes". A empresa da MST, no entanto, não prevê isso mas tem em marcha um plano que pode suprimir troços da rede.

Em cinco anos o MTS já transportou 30 milhões de pessoas

"O que esperamos é que a médio prazo se consagre o prolongamento do Metro Sul do Tejo, pois não assumimos este projeto como parado. Depois de todas as implicações para Almada, com as complexas obras, não é razoável que não haja prolongamento", disse em declarações à Lusa.
José Gonçalves referiu que estes cinco anos de funcionamento já mostraram que o metro devia chegar à Costa de Caparica, como sempre foi intenção da autarquia, o que iria possibilitar servir "milhares de utilizadores".
"O metro chega à universidade, mas valia a pena prolongar a rede e potenciar o uso de milhares de utentes, até pela procura para as praias. Faltando tao pouco, justifica o investimento, pois seria mais uma importante alternativa. É um pequeno investimento com um grande retorno", defendeu.
                          
Dinheiro do estado devia de servir para atrair mais passageiros
Em abril passam cinco anos da inauguração da primeira ligação de um projeto que previa o desenvolvimento do Metro Sul do Tejo ao longo de três fases, juntando Almada, Seixal e Barreiro em três linhas complementares que visavam retirar carros da ponte 25 de Abril.
O vice-presidente lembrou que o contrato da empresa com o estado leva a que o governo indemnize pelo passageiros transportados abaixo da afluência prevista, defendendo que o dinheiro devia ser usado para por mais pessoas a utilizar o metro.
"Não eram precisos mais comboios e era só prolongar carril, pois até o canal está aberto para o efeito. É uma pequena obra que vai servir milhares", acrescentou.
O projeto previa o desenvolvimento do Metro Sul do Tejo ao longo de três fases, mas ao fim de cinco anos desde que foi inaugurado, apenas a primeira está feita, com a ligação entre Almada e Seixal, ligando a Universidade da Caparica, Cacilhas e Corroios.
As duas fases seguintes seriam a ligação entre Corroios e o Fogueteiro, no Seixal, para numa terceira fase ligar os concelhos do Seixal e do Barreiro, com ligações entre Fogueteiro, Terminal Fluvial do Seixal, Terminal Fluvial do Barreiro e Apeadeiro do Lavradio.

Balanço positivo para a Câmara de Almada

Almada quer levar Metro até à Caparica

José Gonçalves defendeu que as fases seguintes também devem ser postas de novo em cima da mesa, afirmando que não acredita que o projeto fique pela dimensão atual.
O metro superfície ficou pela primeira fase, mas José Gonçalves faz um balanço positivo do metro no concelho de Almada, apesar de ser indispensável o seu prolongamento e de querer ver a sua integração na rede de passes combinados da Área Metropolitana de Lisboa.
Atualmente existem três percursos funcionar, um entre Corroios e Cacilhas, um entre Corroios e o Pragal e outro entre Cacilhas e a Universidade, mas uma das ligações já foi posta em causa.
"O estudo técnico do governo indicava o fecho da linha entre Corroios e o Pragal, o que iria causar transtornos, com a necessidade de transbordos. Estamos contra essa possibilidade e espero que não avance", concluiu.


Empresa só prevê… cortes na linha
Mais do que de um eventual alargamento da rede do metropolitano ligeiro ao concelho do Barreiro, conforme previsto na 3ª fase do projeto inicial, nos últimos meses tem-se falado da possibilidade de supressão da Linha 2 do Metro Sul do Tejo (Pragal/Corroios), mas a empresa alega que não sabe de nada.
"A MST não tem conhecimento formal de qualquer hipotética supressão da referida Linha 2 e, neste momento, nada indica que tal venha a acontecer", informou a administração da empresa.
A empresa refere ainda que, "à luz do contrato celebrado entre a MST e o Estado, qualquer eventual alteração estrutural ao serviço público prestado pela MST será sempre, e exclusivamente, da responsabilidade do Estado".

Utentes querem mais comboios e melhores preços
Os utentes não só recusam o eventual encerramento da linha Pragal/Corroios, como defendem a inclusão deste meio de transporte no passe social, dado que, para muitas famílias, é incomportável aquisição de dois passes mensais para transportes.
Segunda-feira passam cinco anos da inauguração da primeira ligação de um projeto que previa o desenvolvimento do Metro Sul do Tejo ao longo de três fases, juntando Almada, Seixal e Barreiro em três linhas complementares que visavam retirar carros da ponte 25 de Abril.

A história
Utentes querem mais comboios e melhor preço

No quinto aniversário do Metro Sul do Tejo, subsistem as críticas de algumas dezenas de comerciantes de Almada, que se queixam dos prejuízos sofridos com quebras no negócio que ultrapassaram os 20 por cento, devido às obras e às restrições impostas à circulação automóvel face à entrada em funcionamento do metro de superfície.
"O período de obras foi demasiado longo, com muitos atrasos, e prejudicou todo o comércio nas zonas do Laranjeiro e da Cova da Piedade, bem como aqui nas principais avenidas de Almada", disse à Lusa Gonçalo Paulino, da delegação de Almada da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal.
"Pior do que isso foi o estrangulamento que fizeram do acesso ao centro de Almada, com restrições à circulação automóvel que afastaram as pessoas, que não estão dispostas a fazer desvios enormes e a gastar mais combustível", acrescentou.
O concurso público internacional para adjudicação, em regime de concessão, do projecto, construção, fornecimento de equipamentos e de material circulante, financiamento, exploração e manutenção da rede do Metro Sul do Tejo foi lançado em Setembro de 1999, tendo a concessão sido adjudicada em Março de 2002.
A concessão do metropolitano ligeiro de superfície, que opera nos concelhos de Almada e Seixal, viria a ser atribuída à Sociedade MTS - Metro, Transportes do Sul, SA, em Abril de 2002, mas só a 30 de Abril de 2007 entrou em funcionamento a primeira ligação, entre Corroios e a Cova da Piedade.
A sociedade que ganhou no concurso público internacional tinha como accionistas a Barraqueiro Transportes, Siemens Aktiengesellchaft, Ascendi Group, Ensulmeci, Teixeira Duarte - Engenharia e Construções, Sopol e a Siemens.

Paulo Jorge Oliveira 

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