Passe + 80 do TCB sobe dos dois aos… 24 euros


Prejuízo obriga Barreiro a rever preços sociais

 A Câmara do Barreiro anunciou ontem um aumento do preço da renovação anual do passe dos Transportes Coletivos para maiores de 80 anos, que passa dos dois euros para um valor entre os 20 e os 24 euros. Um preço que muitos idosos não conseguem pagar. 


TCB sobe o passe dos idos em mais de 20 euros 

"Já tínhamos reunido com as pessoas e informado que tínhamos que atualizar o valor da renovação do passe, pois os dois euros que pagam agora não refletem os custos da renovação", disse à Lusa o vereador com o pelouro dos Transportes, Rui Lopo.
A autarquia realizou ontem uma nova reunião com os utilizadores do passe dos Transportes coletivos do Barreiro, onde anunciou que o valor vai ser atualizado no verão, existindo a possibilidade de ser pago anualmente ou semestralmente.
"Cada pessoa vai escolher como quer e como lhe dá mais jeito pagar e penso que em breve vai ser decidido o valor, que vai ficar entre os 20 e os 24 euros anuais. Esta alteração deve entrar em vigor em julho", explicou.
Rui Lopo afirmou que existem mais de duas mil pessoas a renovar o passe +80 anualmente, mas referiu que, segundo os registos da autarquia, apenas entre as 1000 e as 1400 pessoas utilizam com regularidade os transportes.

525 mil euros de prejuízo
Os TCB, um serviço municipalizado da autarquia, transportam mais de 11 milhões de passageiros por ano, aproximadamente 40 mil por dia, e percorrem quase nove mil quilómetros em 831 viagens diárias, tratando-se de um serviço amplo que cobre todo o concelho do Barreiro, da Moita e ainda o circuito urbano de Pinhal Novo, no concelho de Palmela. 
Os TCB apresentaram em 2011 um resultado líquido negativo de 525 mil euros, o que representa uma recuperação de 400 mil euros em relação a 2010, apesar do número de passageiros ter diminuído. 
Na apresentação dos números, o vereador Rui Lopo referiu que 2011 foi um ano de “ganhos estruturais nos TCB”, com uma “redução de dívida de 0,5 milhões de euros”. Um ano em que foi procedida uma adequação da oferta à procura, através da redução de carreiras. 
Quanto às dificuldades financeiras dos TCB, Rui Lopo voltou a referir que as mesmas resultam, fundamentalmente, da inexistência de indemnizações compensatórias, fruto do passe intermodal L123. 

Paulo Jorge Oliveira 

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