“Vamos aprender a engatar em espaços públicos”…
Como posso engatar ou ser engatado? E
ultrapassada essa questão: como ter uma aventura sexual num espaço público sem
ser visto? A estas e outras questões promete dar respostas o primeiro workshop
sobre engate e sexo em Portugal, esta segunda-feira à noite, em Lisboa,
inserido no movimento 'Primavera Global'. Um workshop para aventureiros
e atrevidos…
'Panteras Rosa' ensinam a "engatar" nos espaços públicos |
A dupla promete fazer desfilar os
formandos, a partir das 21 horas e gratuitamente, pelas zonas de circulação e
arborizadas do Parque Eduardo VII, em Lisboa, habitualmente usadas para
aventuras sexuais. E, ali, entre um arbusto e outro ou atrás de uma árvore,
fora da visibilidade pública, ensinar não só técnicas de abordagem e prática
sexual em locais públicos, como alertar para casos de violência que tem
ocorrido sobre os adeptos destas práticas.
Em nome da herança
'queer'
Segundo Anabela Rocha, este
singular workshop surge como forma de preservar a história deste local como
"zona de excelência de engate e de fantasias eróticas, especificamente
urbanas, de interação com um estranho".
"É necessário refundar as
cidades numa perspetiva mais democrática. Este é o nosso contributo nesse
sentido. Há aqui uma herança 'queer' (identidades sexuais não normativas) que é
necessário não ficar estigmatizada mas antes obter visibilidade e impor-se no
mapa da cidade", refere.
"A prática de engate 'queer'
nos parques favorece as interações sem necessidade de consumir, sem barreiras
linguísticas ou de classe", acrescenta a filósofa.
"Occupar o engate" -
assim se chama a formação - parte junto à acampada dos elementos que ali se
fixaram no sábado à tarde, após a marcha pela Avenida da Liberdade, contra as
medidas de austeridade.
Além de engatados e quem já
engatou, o workshop conta ainda com o contributo do geógrafo Paulo Jorge
Vieira, cuja área de investigação incide nesta temática.
Paulo Jorge Oliveira
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