Cinema, documentário e boa música até 30 de junho
Mão Morta, Tigerman, Rita Redshoes e Mazgani são alguns
dos aliciantes do FUMO – Festival Urbano de Música e Outras Coisas, que até 30
de junho promove um conjunto de concertos e sessões cinematográficas em
Setúbal.
Mão Morta actua em Setúbal a 30 de junho, no Convento de Jesus |
Trata-se da terceira edição do FUMO, uma iniciativa da
associação Experimentáculo, organizada com o apoio da Câmara Municipal, em que
o principal objetivo se prende com a realização de espetáculos culturais em
vários locais de referência do património histórico arquitetónico da cidade.
Pedro Soares, da Experimentáculo, sublinha que o FUMO se
distingue da maioria dos festivais que se organizam nesta época do ano porque “tem características muito próprias, principalmente
pela itinerância dos espaços onde decorrem os espetáculos e que normalmente não
acolhem eventos com estas configurações e dimensão”.
O concerto de Mão Morta é um dos exemplos da exploração
cultural do património arquitetónico durante o festival. Pela primeira vez o
conjunto de Braga visita a cidade sadina, atuando no dia de encerramento do
festival nos emblemáticos e intimistas Claustros do Convento de Jesus.
A presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira,
sublinha ainda que os valores e a importância do FUMO se estendem ao espírito
empreendedor dos jovens por trás da organização. “Há uma série de bons exemplos de dinamismo no
movimento associativo no Concelho, como é o caso das marchas populares. Mas
este é um excelente exemplo de uma parceria atípica”, frisa.
A autarca recorda que o grupo de jovens da
Experimentáculo apenas solicita à Câmara Municipal a cedência de locais para a
realização dos espetáculos. A esta colaboração, o Município acrescentou
entretanto um apoio financeiro que Maria das Dores Meira reconhece ter um valor
quase simbólico e que, segundo a autarca, enaltece ainda mais o esforço e
mérito da jovem associação na organização do festival.
“É um caso
atípico de como se pode fazer cultura e uma forma de fazermos a cidade ainda
melhor”, conclui.
Maria das Dores Meira sublinha ainda que o jovem festival “não é um ‘fumo’ que se esvai. É uma coisa está
para ficar”, convicta de que o evento tem potencial de crescimento
e de afirmação no panorama cultural.
A programação do FUMO consiste numa oferta cultural que
mistura cinema com música.
Documentário de
qualidade
O festival arrancou com a exibição do filme “Um Sítio
Onde Pousar a Cabeça”, esta noite às 21h30, na Casa Bocage, local onde marca
presença o realizador do documentário sobre o escritor e poeta Manuel António
Pina, Ricardo Espírito Santo.
Outro documentário, “R. Stevie Moore – Tape to Disc”, no
qual Nuno Monteiro aborda o arquivo áudio e vídeo de R. Stevie Moore, conhecido
como o “padrinho da gravação caseira”, preenche o cartaz do dia 21. A sessão,
como a anterior, é de entrada livre e também tem início às 21h30, na Casa
Bocage.
O concerto-filme “Estrada para Mazgani” realiza-se a 22,
pelas 21h30, no Auditório Municipal – Cinema Charlot.
Neste serão, o cantautor Mazgani proporciona um concerto
intimista e a solo, seguindo-se a exibição do documentário que dá o nome ao
espetáculo, realizado por Rui Pedro Tendinha e que retrata a tour de
internacionalização de Mazgani. A entrada custa dez euros.
Mão Morta no Convento de
Jesus a 30
Rita Redshoes é outra presença no FUMO deste ano |
A música em exclusivo chega, no dia 23, com Osso Vaidoso,
projeto de Alexandre Soares, que esteve nos primeiros passos da GNR, e Ana
Deus, que integrou os Três Tristes Tigres.
O concerto, antecedido pela atuação de Um Corpo Estranho,
constituído por Pedro Franco e João Mota, tem início às 21h30, no Museu do
Trabalho Michel Giacometti. Os bilhetes custam sete euros.
Vítor Joaquim, especialista em música experimental, Tr3hold,
grupo espanhol que dá ênfase à exibição de imagens juntamente com a música, e
Ricardo Martins, baterista, apresentam “Geography”, espetáculo que se realiza
no dia 24, às 21h30, no Auditório Municipal Charlot. Entradas a sete euros.
O cinema regressa com “Orquestra Geração”, com os
realizadores, Filipa Reis e João Miller Guerra, a marcarem presença na sessão
de entrada livre agendada para 27 de junho, às 21h30, na Casa Bocage.
O documentário aborda a entrega de cinco jovens a um
projeto musical que acaba por ultrapassar o contexto de ensino de uma escola
pública e se torna num apoio imprescindível à vida do grupo.
O realizador Tiago Câmara marca presença no dia 28, às
21h30, na Casa Bocage, para comentar o filme “Sandro G em Documentário”, em que
aborda a ascensão de um rapper açoriano e como a obra dele foi aproveitada por
uma editora. Entrada gratuita.
Para o penúltimo dia do FUMO está reservado o
cine-concerto “Estrada de Palha”, espetáculo que decorre a 29, a partir das
21h30, no Auditório Charlot.
Durante a sessão, com bilhetes a dez euros, a exibição do
filme de Rodrigo Areias, que marca presença na iniciativa, é acompanhada pela
interpretação ao vivo da banda-sonora por The Lengendary Tigerman e Rita
Redshoes.
As entradas para o concerto de encerramento do festival,
a cargo de Mão Morta, no dia 30, às 21h30, no Convento de Jesus, custam dez
euros.
Em www.festivalfumo.tk ou
através do endereço festivalfumo@gmail.compode ser consultado o programa
completo e fazer-se a reserva de bilhetes.
Agência de Notícias
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