Futebol e
chuteiras cor-de-rosa
Gosto
mesmo de futebol quando é Portugal que joga. Aí sim, consigo odiar o inimigo,
vibrar com cada golo, roer as unhas com o nervoso quando o relógio já está no
tiquetaque final e ainda não ganhámos, ou estamos em risco de perder a vantagem
conseguida. Além do mais, gosto dos fins de tarde com uma emoção programada e
em grupo, porque objectivamente é a única altura em que todos os viciados na
modalidade conseguem ver futebol juntos, sem que os palavrões tenham como alvo
o vizinho do lado.
É o que digo, há quatro dias que até
ando com um lenço da bandeira nacional ao pescoço. Dito isto, convém frisar que
ver os jogos na televisão é uma coisa morna, quando comparada com a rádio. Ouvi
uma parte do Portugal-Dinamarca na Antena 1, e aquilo sim é empolgante. Um dos
comentadores era especialmente brilhante, e a mil à hora “penteava” a bola,
implorava a Ronaldo que “mantivesse a cabeça erguida”, “sim, sim, jogaste mal
na segunda parte, mas precisamos de ti, precisamos, Portugal precisa”, clamava,
para nos momentos de desespero gritar um sentido “não aguento, sofro, vou-me
embora daqui!” Lindo! Foi Portugal a gritar, todo junto.
Reconheço, no entanto, que a televisão
permite ir deitando um olho ao físico dos rapazes, à estética das camisolas
(finalmente livres daquele encarnado-vinho!), às meias que não descaem, e
ultimamente espanto-me com as cores das chuteiras, que sem que perceba porquê
quebram o protocolo do equipamento igual para todos. E, pelo que me é dado a
ver, o rosa-shocking é o favorito do nosso CR7. Grande é o dia em que até os
machos do futebol deixam o cor-de-rosa entrar nas quatro linhas!
Espero que já esta quarta-feira, com
chuteiras cor-de-rosa ou lilases, consigamos mandar a “roja” para casa. Portugal
e os portugueses merecem isso. E depois venha de lá a final que tanto
ambicionamos.
Joana Teófilo Oliveira
Estudante de Ciências da Educação
Quinta do Anjo
Estudante de Ciências da Educação
Quinta do Anjo
O homem que não aceita crítica não é
verdadeiramente grande. É tão incomum isso na nossa imprensa que as
pessoas acham que é ofensa. Crítica não é raiva. É crítica. Às vezes é
estúpida. Outras irónicas. Tantas vezes desiludida e incompreendida. O leitor
que julgue. Acho que quem ofende os outros é o jornalismo em cima do muro, que
não quer contestar coisa alguma. O tom das Críticas Soltas às vezes é
sarcástico. Pode ser desagradável. Mas é, insisto, uma forma de respeito, ou,
até, se quiserem, a irritação perante a vida, a política, a sociedade… o mundo,
enfim. Por Joana Teófilo Oliveira para o ADN.
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