Homem via vídeos de bebés no computador
A Polícia Judiciária de Setúbal deteve um homem de 36
anos suspeito do crime de "pornografia de menores e reprodução ilegítima
de programa protegido" nos últimos dois anos, foi hoje anunciado. Segundo
um comunicado da PJ, o presumível suspeito, residente no Pinhal Novo, concelho
de Palmela, foi detido em flagrante delito, na sequência de uma ação encoberta
realizada na rede ponto-a-ponto de partilha de ficheiros, com origem na
informação proveniente das Autoridades Neozelandesas. Foi a tribunal e o juiz mandou-o embora
para casa. “Terá
de se sujeitar a um tratamento intensivo”, diz o tribunal. A ministra da Justiça já se mostrou favorável à
implementação de dispositivos electrónicos de localização de pedófilos, como os
'chips', e defendeu a adopção de legislação para referenciação dos abusadores.
Homem foi apanhado em flagrante no dia 1, no Pinhal Novo |
De acordo com a Judiciária, o suspeito "identificava-se nesta rede de pedofilia com um “nick name' que identificava a sua nacionalidade, possuindo e fazendo partilha de centenas de ficheiros, sendo na sua maioria relativos a imagens e filmes de abuso sexual de crianças".
Fechado no quarto da casa onde vivia com os pais, no Pinhal Novo, o predador sexual, de 36 anos, passava o dia diante do computador a visitar um site pornográfico da Nova Zelândia, na Oceânia. Durante mais de um ano e meio, fez milhares de downloads de crianças e bebés a serem violados, ficheiros chocantes que chegou a partilhar com outros utilizadores.
No dia da criança, 1 de junho, o homem foi detido pela Polícia Judiciária de Setúbal, após um pedido de cooperação das autoridades neozelandesas. Foi ouvido por um juiz e saiu em liberdade, tendo ficado sujeito a apresentações periódicas. Terá ainda de se sujeitar a um tratamento intensivo.
No computador do predador, que no site usava o nickname ‘O Português’, a PJ encontrou 100 dos milhares de vídeos que tirou da internet. O material é chocante, tal a violência dos abusos, e impressionou os inspectores da PJ.
Nas imagens, vê-se bebés com poucos meses a serem brutalmente violados. As crianças mais velhas que surgem nas imagens terão cerca de seis anos.
A vida estranha de um homem estranho
Os vizinhos sempre consideraram o detido um homem estranho. Nunca saiu de casa dos pais, e no último ano e meio raramente era visto na rua. Os moradores mais próximos explicaram mesmo às autoridades que aquele "não tem vida" e que não exerce qualquer actividade. Desde que começou a utilizar o site da Nova Zelândia, terá mesmo começado a ter uma verdadeira obsessão e vivia apenas para visualizar os vídeos das crianças a serem violadas. Os pais nunca se terão apercebido do que acontecia no quarto.
Ministra da
Justiça quer ‘chips’ nos pedófilos
Ministra da Justiça quer pedófilos identificados e com 'chipe' |
A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, já se mostrou favorável à implementação de dispositivos electrónicos de localização de pedófilos, como os 'chips', e defendeu a adopção de legislação para referenciação dos abusadores. A governante deu ainda a garantia de que Portugal vai, muito em breve, transpor a directiva comunitária sobre as crianças desaparecidas e exploradas sexualmente."Naturalmente que defendo [a utilização de chips]. Há muitos anos que defendo um sistema que não é exactamente igual à Lei de Megan (em vigor nos Estados Unidos da América), de referenciação de pedófilos", disse a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, na conferência promovida pelo Instituto de Apoio à Criança (IAC) dedicada às crianças desaparecidas e exploradas sexualmente, que decorreu na Assembleia da República.
A Lei de Megan obriga, nos EUA, as autoridades a divulgarem junto da população a localização de pedófilos condenados por crimes sexuais contra crianças.Paula Teixeira da Cruz defendeu que, em termos de legislação de protecção às crianças, "há ainda muito a fazer" em Portugal, mas sublinhou que a nova directiva europeia para a protecção das crianças, "muito semelhante à Lei de Megan" vai ser "rapidamente transposta" para o quadro legal nacional, permitindo "um sistema de prevenção e de penalização diferente daquele que temos hoje", nomeadamente, com a sinalização dos agressores.Refira-se que Portugal devia transpor esta directiva comunitária até ao final de 2013, mas, dado o problema grave que estas situações implicam, a ministra garantiu que dará prioridade a esta directiva comunitária "com a maior brevidade"."A indiferença para com o outro é hoje uma marca que não pode continuar a reinar", disse a ministra.As palavras de Paula Teixeira da Cruz agradaram às dirigentes do Instituto de Apoio à Criança, Manuela Eanes (presidente) e Dulce Rocha (vice-presidente).A nova directiva europeia visa punir novas formas de abuso, como o aliciamento, ou seja atrair crianças através da internet e abusar delas, a visualização de pornografia infantil sem descarregamento de ficheiros ou ainda obrigar crianças a adoptar poses sexuais em frente de webcams.
Paulo Jorge Oliveira
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