Turistas podem sentir a tradição ao vivo
Na Baía de Sesimbra e na Praia do Meco, a tradicional Arte Xávega, pesca milenar, continua a atrair muitos turistas que não hesitam em ajudar a puxar as redes. Como agradecimento, recebem o merecido “quinhão” da pescaria. Até 31 de outubro, na Praia da Califórnia e no Ouro, há pesca para ver.
Arte Xávega continua viva no mar de Sesimbra |
Em Sesimbra, a atividade é exercida num contexto turístico-cultural, ao abrigo de um protocolo celebrado entre a Câmara de Sesimbra e os proprietários das três embarcações autorizadas pelo Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade – Parque Natural da Arrábida, para o exercício da mesma.
A pesca tem lugar na Praia da Califórnia, às segundas, quintas e sábados, e na
Praia do Ouro, às quintas, sextas e sábados, das 6 às 9 e das 19 às 21 horas,
até 31 de outubro.
A História
Reza a lenda que São Pedro, ao observar os homens a
pescarem com uma rede de cerco, de terra, para mar, sugeriu que experimentassem
puxar as redes a partir de terra, alegando que teriam maiores probabilidades de
apanhar peixe.
Esta tradição milenar, conhecida por Arte Xávega, é há muito praticada por várias comunidades piscatórias do litoral português, desde o norte até ao Algarve. Trata-se de um tipo de pesca em que a rede, fixa a um cabo na praia, é transportada para o mar por um barco que, num movimento circular, larga-a a várias dezenas de metros da costa, voltando imediatamente para o areal com o outro cabo.
Logo que o barco chega a terra, os pescadores distribuem-se pelos dois cabos, separados por cerca de cem metros, e começam a alar a arte para terra, encurtando a distância entre eles, à medida que o saco com o peixe se aproxima do areal.
Esta pesca conserva ainda hoje uma particularidade que tem a sua origem num costume antigo, assente no facto de ser aceite pela companha de pesca a ajuda de quaisquer pessoas que desejem participar, tendo estas também um quinhão da pescaria.
Esta tradição milenar, conhecida por Arte Xávega, é há muito praticada por várias comunidades piscatórias do litoral português, desde o norte até ao Algarve. Trata-se de um tipo de pesca em que a rede, fixa a um cabo na praia, é transportada para o mar por um barco que, num movimento circular, larga-a a várias dezenas de metros da costa, voltando imediatamente para o areal com o outro cabo.
Logo que o barco chega a terra, os pescadores distribuem-se pelos dois cabos, separados por cerca de cem metros, e começam a alar a arte para terra, encurtando a distância entre eles, à medida que o saco com o peixe se aproxima do areal.
Esta pesca conserva ainda hoje uma particularidade que tem a sua origem num costume antigo, assente no facto de ser aceite pela companha de pesca a ajuda de quaisquer pessoas que desejem participar, tendo estas também um quinhão da pescaria.
As diferentes técnicas em Sesimbra e no Meco
No caso de Sesimbra, a xávega pratica-se há muitas
décadas na baía, onde é igualmente conhecida por “Arte do Caneiro”, e na Praia
do Moinho de Baixo, na Aldeia do Meco, embora com algumas diferenças.
A primeira refere-se ao período de pesca, porque no Meco ela pode ser efetuada durante todo o ano, ao passo que nas praias da Califórnia e do Ouro, na Baía de Sesimbra, apenas é realizada entre 1 de maio e 31 de outubro, num contexto turístico-cultural, mediante autorização do Parque Natural da Arrábida.
A primeira refere-se ao período de pesca, porque no Meco ela pode ser efetuada durante todo o ano, ao passo que nas praias da Califórnia e do Ouro, na Baía de Sesimbra, apenas é realizada entre 1 de maio e 31 de outubro, num contexto turístico-cultural, mediante autorização do Parque Natural da Arrábida.
Outra diferença reside no facto de, no Meco, para além
da força humana, a arte ser puxada para terra com a ajuda de tratores, o que
mostra a ligação dos pescadores à agricultura. Já em Sesimbra, apenas são
utilizados homens, pois o mar apresenta-se quase sempre mais calmo. Por fim, as
embarcações utilizadas também são diferentes. No Meco, os barcos são mais altos
e compridos, semelhantes aos utilizados no litoral norte, o que pode estar
associado à ondulação frequentemente mais alta.
Por seu turno, em Sesimbra, é tradição utilizar-se a
aiola, pequena embarcação de madeira utilizada na pesca local, mas que em
tempos, também servia para auxiliar os barcos no mar alto, na pesca ao
espadarte, outra grande tradição sesimbrense que, a partir da segunda metade do
século XX ganhou protagonismo a nível mundial, graças ao início da pesca
desportiva esta espécie, que atraiu pescadores desportivos de todo o mundo, o
que revela a riqueza dos mares de Sesimbra.
Agência de Notícias
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