XIV Festa do Teatro decorre até dia 1 de Setembro

Falta de visibilidade não desmonta “Festa do Teatro”

A “Festa do Teatro” é já um momento cultural de relevo na cidade de Setúbal, proporcionando ao público autóctone e aos visitantes momentos de verdadeiro divertimento, de enriquecimento cultural e de crescimento intelectual, em que o teatro assumirá o papel de dinamizador de redes de difusão, permitindo a interligação de experiências e a movimentação de espectáculos de carácter profissional. José Maria Dias, director artístico do Festival Internacional de Teatro de Setúbal, Festa do Teatro, está preocupado com a falta de visibilidade que este certame cultural continua a ter a nível concelhio, quando, a nível nacional, já se define como um dos mais considerados festivais de teatro.

Director do festival preocupado com falta de visibilidade 

O Festival Internacional de Teatro de Setúbal, Festa do Teatro, teve oficialmente início na noite de sábado, numa cerimónia que decorreu no Salão Nobre da Câmara de Setúbal.

José Maria Dias, director artístico do Teatro Estúdio Fontenova, organizador deste Festival, no seu discurso de abertura deste certame cultural, agradeceu as parcerias e apoios dados a esta Festa realçando, no entanto, que aquela que começou como uma Festa do Teatro, “é hoje um Festival Internacional incontornável no panorama nacional e setubalense, constatado pela ampla divulgação noticiosa nos meios de comunicação nacionais e regionais”. O director salientou que um dos objectivos deste Festival “é manter uma programação eclética e diversificada, privilegiando o nacional sem descurar a participação estrangeira e diversificada, potenciando novos públicos”.

Há falta de divulgação

O director diz que este evento é “feito com grande esforço”, José Maria Dias disse que a realização do mesmo “coloca-nos algumas dificuldades na capacidade de resposta, não só pela enorme máquina de produção (meios técnicos e humanos), necessária à concretização de um Festival desta envergadura, mas também porque o seu orçamento não tem acompanhado o seu crescimento, muito pelo contrário, tem mesmo baixado, este ano baixou mais 15 por cento, o que nos leva a fazer uma ginástica imaginativa, mantendo a qualidade dos espectáculos pese embora a quantidade ter sofrido um decréscimo”.

Uma ampla e visível divulgação deste Festival tem sido, tal como referiu, “a principal lacuna com que o festival se confronta, para que passe a barreira da visibilidade no nosso concelho, porque, felizmente a nível nacional já nos encontramos num patamar que ombreia com importantes eventos culturais e especificamente como um dos mais considerados festivais de teatro”. “Essa visibilidade”, prosseguiu, “poderá ajudar na angariação de patrocínios ao nível das grandes empresas nacionais com sede no concelho, e assim podermos garantir a continuidade do festival com a qualidade programática que já alcançou”.

Festival contra “ventos e marés”

O director artístico da Festa do Teatro realçou ainda que só tem sido possível manter este Festival “pela persistência, resistência, capacidade e enormes sacrifícios de voluntários empenhados e que colocam solidariamente o seu conhecimento, tempo e trabalho com o objectivo de manter este festival em Setúbal contra ventos e marés”, e que “porque acreditamos que este Festival continua prosseguindo nos seus objectivos e a ter um papel importante na vertente cultural na criação de identidade cultural e no desenvolvimento económico e social de Setúbal. Continuaremos a persistir neste caminho”.

Pograma até 1 de Setembro

29 Agosto  22h  Escola Secundária Sebastião da Gama

 Julieta – Um espectáculo de  Mario Gonzalez – Produção de ACT/TEATRO DOS ALOÉS/TELL TO JOY

SINOPSE:

Um gongo soa no espaço vazio. A clown Carmen chega, decidida a tentar representar JULIETA. Tem apenas uma hora para dar a conhecer esse texto, essa vida e essa voz. Diferente a cada dia, este jogo com o tempo apresenta não um monólogo mas um diálogo com o público, até que passados exactamente sessenta minutos, o gongo volta a soar, levando consigo o som e a luz dessa clown que se encontra sempre de passagem.

Este espectáculo é o resultado do encontro entre Mario Gonzalez, encenador e mestre da técnica de máscara e clown e os actores Elsa Valentim e Viktor Melnikov.

É um projecto Tell to Joy / Open Workspace 2012.

Um espectáculo: de Mário Gonzalez a partir de Romeu e Julieta de Willam  Shakespeare | Com: Elsa Valentim | Assistência de encenação e construção do nariz de palhaço: Nuno Pino Cústódio| Assistência de cena: Myra Eetgerink | Figurino e ilustração: Ana Brum | Apoio à caracterização: Mara Guerreiro |Fotografia e grafismo: João Rodrigues| Produção: ACT/TEATRO DOS ALOÉS/TELL TO JOY | Apoio e acolhimento | TEATRO O BANDO

30 Agosto 22h Parque do Bonfim

 Os Três Capitães – FC Produções Teatrais /Teatro Casa da Comédia

Sinopse:

No processo de recriação da Commedia dell'Arte que a companhia vem desenvolvendo nas suas mais recentes produções, estes três Capitães encontram-se no século XVIII e apresentam-se ao público, competindo pela sua atenção e narrando as suas proezas. Um Capitão português, que representa os grandes navegadores e descobridores portugueses, contrata um Capitão alemão, com problemas de dupla personalidade e um Capitão espanhol, cantador e conquistador de mulheres, para uma expedição marítima. Embarcam os três numa Nau que naufraga em alto mar e são transportados numa misteriosa viagem temporal para a nossa actualidade, desembarcando os três capitães no Terreiro do Paço durante uma manifestação do 1º de Maio. São então tomados como os salvadores da pátria, uma nova Tróica que vem salvar Portugal.

Na tradição da Commedia dell'Arte os actores representam as situações num estrado, palco de rua Renascentista, com recurso à mímica, à música ao vivo, à dança, à esgrima e acima de tudo à Máscara. São os Capitães de Maio, que chegaram com uma semana de atraso depois do 25 de Abril.

Autoria: criação colectiva com dramaturgia de Filipe Crawford |Direcção e encenação: Filipe Crawford |Assistência de encenação:Ana Peres | Actores: Carlos Pereira, Fernando Cunha e Pedro Luzindro | Música: criação colectiva com direcção de Pedro Luzindro |Figurinos: Guarda-roupa da FC Prod. | Esgrima: Carlos Pereira |

Máscaras: colecção de Filipe Crawford (vários autores) | Produção Executiva: Sandra Simões | Direcção Técnica: Sérgio Melo

31 Agosto 22h Auditório José Afonso

Spanish Blood – Azar Teatro/Valladolid

Sinopse:

Baseado em Carmen de Mérimée, esta SANGRIA brinca com os clichés masculinos da honra e da tentação. Toureiros, charutos e sargentos com galões em patins aparecem na performance, pondo em causa os valores tradicionais e patrióticos...

Quem usa as calças? E de quem são os chifres?
Nada é como parece, e os temas são apenas meias verdades.

Um espectáculo em que os actores se movem em patins, permitindo uma rápida acção e um ritmo dinâmico numa verdadeira interacção com o público.

Versão e Direcção: Javier Esteban Lamarca | Composição, versão e arranjos musicais: Eduardo Tarilonte | Responsável técnico: Jose L. Cesteros | Figurinos: Mario Pérez | Confecção de vestuário: Ángeles Jiménez | Construcção cenografica: DICAE | Apoio coreográfico: Alicia Soto | Maquilhagem: Nati González | Desenho gráfico: Fernando Fuentes | Fotografia: Gerardo Sanz | Vídeo: Mateo González | Interpretação: Francisco Mateo, Óscar de la Fuente, César Martín, Isabel Zamorano, Alejandro Cano, Verónica Ronda e Jose Luis Cesteros

24h ArtKafe Bar (Travessa da Anunciada, 10)

VINHO RASGADO – projecto GoG

Sinopse:

Um actor e dois músicos agruparam-se e, cansados da banalização histérica do riso num país carente de diversão, criaram vINHO rASGADO.

Três intérpretes/criadores divertem-se numa performance em que falam livremente da vida, dos caminhos que trilhamos, da embriaguez da liberdade de pensamento e expressão.

Usam a poesia como forma de materialização de todos esses pensamentos, com boa disposição, para desfrutar à mesa de um bar, numa adega ou na cadeira de um pequeno auditório e mesmo entre os livros de uma biblioteca.

…“Está na hora de se embriagarem para que não se tornem escravos martirizados do tempo, embriagai-vos incessantemente! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha!”… Charles Baudelaire

Conceito: projecto GoG | Ideia e Interpretação: João Brás | Músicos: Carlos Curto e André Antunes

        

1 Setembro  22h Escola Secundária Sebastião da Gama

1325 – Peripécia Teatro/Vila Real

Sinopse:

Em 1325, três Avós vivem num espaço habitado por roupa e memórias: Roupas penduradas, memórias guardadas, roupas em fardos, memórias a monte, roupas coloridas, trágicas memórias.

São as Avós quem nos guiam pelo universo da Mulher e sua relação com a Paz, numa narrativa formada por vários quadros que se centram no activismo de uma mulher ou conjunto de mulheres.

Cada quadro aflora com uma forma narrativa própria, a partir daquilo que é sugerido pelas ações e sensibilidades geralmente associadas ao universo feminino. A partir de atividades domésticas, canções de embalar e jogos de criança, emergem personagens como Rosa Parks, Aung San Suu Kyi, Aminetu Haidar, Wangari Maathai ou Graça Machel. O tom narrativo de 1325 está intrinsecamente associado à ternura e ao humor, procurando intensificar o espírito de positivismo que dá força a estas mulheres que, por todo o mundo, vão tecendo, com paciência, um vestido branco do tamanho da Terra.

1325: Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que exorta aos Estados Membros a inclusão das mulheres na construção e manutenção da Paz.

Criação e Interpretação: Ángel Fragua, Noelia Dominguez e Sérgio Agostinho | Co-Criação, Dramaturgia e Direcção: José Carlos Garcia | Produção Executiva, Comunicação e aderaços de figurinos: Sara Casal | Iluminação: Paulo Neto | Operação de luz: Paulo Alves | Arranjos Musicais e interpretação: Plácido Carvalho e Luís Filipe Santos | Som (captação e edição): Paulo Almeida | Fotografia de cena: Miguel Meireles | Design gráfico: Zétavares.

24h Passo do Olival

(Re)cantos à Festa – Momentos de animação e partilha

Actividade Paralela:

Instalação de Vídeo & Mostra fotográfica alusiva ao Festival de 2011

Com fotos de Pedro Soares

Agência de Notícias