Suiça e Noruega entre os mais procurados
Em menos de um ano, há mais 45 por cento de
portugueses que procuram emprego fora do país. Engenheiros, informáticos,
cozinheiros e empregados de mesa não têm dificuldades em encontrar trabalho,
sobretudo no Norte da Europa. Suiça e Noruega são os países que mais atraem os "novos imigrantes" portugueses.
Cada vez mais portugueses procuram trabalho fora do país |
Com o desemprego em 15 por cento e as perspectivas sombrias no mercado de
trabalho nacional, o número de portugueses com vontade de sair do país não pára
de aumentar. Segundo o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o
número de cidadãos nacionais inscritos na rede Eures – que dá acesso a ofertas
de emprego em toda a Europa – subiu quase 45 por cento, em menos de um ano.
Hoje, há 64.683 candidatos portugueses a procurar trabalho fora do país.
Além do sistema Eures, as solicitações de trabalho estão também a inundar
as representações de países estrangeiros em Portugal. “Há uma grande procura de
emprego na Suíça por parte de cidadãos portugueses. A nossa embaixada recebe
diariamente pedidos de ajuda na procura de emprego na Suíça”, dizia Patrick
Durrer, responsável pelo Departamento de Negócios da Embaixada da Suíça em
Portugal, ao jornal SOL.
Já existem mais de 225 mil portugueses no país – na construção 28 por cento
da mão-de-obra na Suíça já é oriunda de Portugal. E também não é raro haver
acções de recrutamento para hotelaria, restauração e profissões na área da
saúde. “A taxa de desemprego absolutamente invejável da Suíça situa-se hoje
abaixo de 3 por cento. Isto não significa que haja propriamente falta de
mão-de-obra local, e sim que continua a haver oportunidades”, acrescenta.
Além de casos específicos como militares ou polícias, os portugueses podem
candidatar-se a qualquer emprego no país. Regra geral, apenas é necessário o
documento de identificação, cabendo à entidade empregadora tratar da
autorização de residência e de trabalho, explica Patrick Durrer.
14 mil engenheiros a caminho da Noruega
O interesse de portugueses está a ir muito além dos tradicionais destinos
de emigração. “Recebemos muitas perguntas de pessoas que querem viver e
trabalhar na Noruega”, refere, por exemplo, a embaixada da Noruega, que criou
uma página específica no seu site para responder às dúvidas de trabalhadores.
Em cada semestre, este país nórdico publica uma lista com as profissões com
falta de mão-de-obra e, mais uma vez, as engenharias aparecem entre as mais
requisitadas. Na segunda metade deste ano, há 14 mil vagas para engenheiros de
diversos ramos. E com uma vantagem: “Para certas profissões, por exemplo os
engenheiros, é suficiente ser fluente em inglês para trabalhar na Noruega”,
frisa a embaixada.
A procura por profissões qualificadas mostra que o perfil de emigrantes
também está a mudar e há uma segmentação cada vez maior. Por um lado, continua
a haver muita procura de trabalhos na construção civil, hotelaria e
restauração, bem como na indústria. Mas há uma faixa em nítido crescimento: a
dos jovens com habilitações superiores. Hoje, 35,2 por cento do total dos
candidatos na Rede Eures têm, pelo menos, o bacharelato, e 56,3 por cento tem
menos de 35 anos. A grande maioria (89,3 por cento do total) está desempregada.
Procura tende a aumentar
Novas gerações procuram oportunidades na Suiça e Noruega |
O IEFP diz que “a procura dos serviços Eures tem vindo a crescer de forma
consistente nos últimos anos” e tem havido “algum sucesso nas acções e
projectos de recrutamento feitos com empregadores de outros países”. Por norma,
as iniciativas mais bem sucedidas são as directamente mediadas por conselheiros
Eures, que envolvem uma confirmação posterior do recrutamento.
Por ano, há cerca de 200 portugueses colocados desta forma. O instituto
estima, porém, que tenha havido 2.100 colocações entre Junho de 2011 e Maio de
2012, se forem tidas em conta as colocações em que os candidatos estabelecem um
contacto directo com os empregadores.
O top das profissões com mais saída, embora dependa de país para país é
ocupado por engenheiros de sistemas, informáticos, engenheiros mecânicos,
chefes e empregados de mesa ou cozinheiros. Soldadores e maçariqueiros,
vendedores e especialistas de marketing são também requisitados.
Para quem esteja interessado em sair do país, o IEFP deixa o conselho: “É
fundamental estar na posse de uma boa informação sobre o país de destino”. As
pessoas devem preparar-se “adequadamente” para uma nova cultura e língua e,
antes de viajar, devem informar-se sobre legislação laboral, sistema de
protecção social, fiscalidade, sistemas de saúde e de ensino, custo de vida e
oferta de alojamento.
Agência de Notícias
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