Milhares encheram “Terreiro do Paço”


Arménio lança greve geral na maior manifestação da CGTP

Milhares de pessoas vindas de todo o país concentraram-se, este sábado, em Lisboa, para protestar contra as medidas de austeridade impostas pelo governo. A manifestação convocada pela CGTP encheu o Terreiro do Paço, com muitos cartazes, bandeiras e palavras de ordem. O líder da CGTP, Arménio Carlos, anunciou esta tarde a realização de uma "grande greve geral" contra as políticas de austeridade. O tema será discutido num Conselho Nacional Extraordinário no dia 3 de Outubro.


Milhares encheram Terreiro do Paço, em Lisboa 

Cumpriu-se o objectivo de Arménio Carlos, líder da CGTP, de ver o Terreiro do Paço "cheio como um ovo", em dia de luta contra "o naufrágio" de Portugal. Passava pouco das quatro da tarde quando Arménio Carlos subiu ao palco para falar aos milhares de manifestantes e anunciar a intenção de convocar uma "grande greve geral".
Longe de apelos partidários ou sindicais, Arménio Carlos fez questão de frisar a importância da união de todos, mostrando-se aberto a debater a convocação da greve geral com a UGT. "Temos de nos centrar naquilo que é essencial e unirmo-nos para mudarmos as coisas. Temos de dar as mãos e lutar em conjunto", disse o líder da CGTP ao anunciar que no próximo dia 3 de Outubro será reunido o conselho nacional extraordinário para se preparar então uma greve geral.
Em relação à possível data da greve, Arménio Carlos não adiantou qualquer possibilidade, explicando aos jornalistas que tudo dependerá do momento e das condições que se considerarem na reunião de dia 3 como essenciais. É possível que aconteça até ao final do ano.
"Este povo que enche o Terreiro do Paço está ou não de acordo com a decisão de uma greve geral?", perguntou o líder da CGTP, recebendo de volta uma grande ovação. "A vossa resposta foi clara, decisiva e determinante. Nós somos a maioria e a maioria vai-se unir".

"A luta não vai parar e será cada vez mais intensa”
Povo relembrou espírito de Abril... 

Com um discurso várias vezes aplaudido por milhares que encheram a principal praça da capital e ruas envolventes, Arménio Carlos não se conteve nas palavras e lançou duras críticas ao Governo de Passos de Coelho. "Eles têm medo que o povo perca o medo e o povo está a demonstrar que está a perder o medo, que quer lutar pelo presente, salvaguardando gerações futuras", começou por dizer o líder sindical, assegurando estar ao lado não só de todos os trabalhadores como dos estudantes, desempregados e pensionistas.
"A luta não vai parar e será cada vez mais intensa até alcançarmos os nossos objectivos", garantiu Arménio Carlos, pedindo a demissão do primeiro-ministro. "De que está à espera para se ir embora? Vá e leve esta política o mais depressa possível", gritou.

O país inteiro no “Terreiro do Povo”
Não faltaram palavras  - e cartazes - de ordem...

À medida que discursava, o Terreiro do Paço foi ficando cada vez mais repleto de manifestantes. A multidão que se juntou no espaço que Arménio Carlos chamou de "Terreiro do Povo" só não foi maior porque muitas pessoas ficaram pela Rua do Ouro e pela Rua Augusta, que dão acesso ao Terreiro do Paço.
"Eles dizem que têm ouvido o descontentamento, então hoje têm de ouvir e se não ouvirem a bem, ouvem a mal com a exigência da sua demissão", continua Arménio Carlos, acrescentando peremptoriamente que não se pode ter medo quando se estão a reclamar direitos constitucionais.
"É tempo de ir às fortunas colossais dos que têm engordado à custa do povo e do país. Isto tem de ser mudado radicalmente e quanto mais depressa melhor. Agora é altura de o capital pagar", defendeu o líder da CGTP, gritando mais do que uma vez que é "tempo de taxar o capital".
Arménio Carlos saudou ainda, entre outros, os trabalhadores da TAP e da RTP, estes últimos representados na manifestação através da comissão de trabalhadores do canal, mostrando-se atento à sua situação.
A grande manifestação de 15 de Setembro também foi saudada pelo líder sindical, sendo vista como mais uma demonstração do descontentamento dos portugueses. Não aceitamos mais políticas que levem ao naufrágio do nosso país. A luta não vai parar", garantiu Arménio Carlos.

Agência de Notícias 

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