2013, o ano de mais imposto
Vítor
Gaspar admitiu, esta terça-feira, que haverá um aumento da taxa média de imposto a
pagar pelos portugueses, esclarecendo os efeitos da redução do número de
escalões de IRS em 2013. Ou seja, haverá um novo aumento de impostos, que não
quantificou. Para já diz que haverá impostos suplementares para quem tenha
artigos de luxo. (Casas com um valor de um milhão de euros, barcos e automóveis
de cilindrada elevada).
Ministro das Finanças anunciou mais impostos para 2013 |
Na semana
passada, recorde-se, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais reiterou no
Parlamento a intenção do Governo avançar com a simplificação dos escalões do
IRS de forma a os aproximar dos padrões europeus. A generalidade dos parceiros
da EU dispõe de quatro a cinco escalões enquanto entre nós eles
são oito.
Esta
medida vai, nomeadamente, evitar a penalização dos funcionários públicos que
também vão ver agravada a sua contribuição para a Segurança Social.
No
próximo ano, o Governo continua apostado em reduzir o número de funcionários
públicos. Os que mais vão sofrer com essa redução serão os funcionários com
contratos a prazo, segundo o Ministério das Finanças.
Haverá
também, e pela primeira vez, a hipótese de negociar rescisões por mútuo acordo.
Mas o principal instrumento para diminuir o número de funcionários, como
reconhece o Governo, continuará a ser pela via do controlo das admissões e pela
via das aposentações.
Troika dá mais um ano a Portugal
O
ministro das Finanças comunicou, esta terça-feira, as novas metas para o
cumprimento do défice público. Para este ano, o valor será de cinco por cento
do PIB (a meta anterior previa 4,5 por cento); para 2013 o Estado terá de fazer
baixar o défice para 4,5 por cento (a meta anterior apontava 3); finalmente, em
2014 terá de chegar a 3 por cento.
O
ministro anunciou assim o adiamento do cumprimento do défice e explica que é
necessário "ajustar o programa a uma realidade externa e interna
diferente da prevista".
A troika
deu mais tempo a Portugal, mas não vai dar mais dinheiro. Segundo Vítor Gaspar,
apesar de ter havido um adiamento do cumprimento das metas do défice, o país
terá de regressar aos mercados em Setembro de 2013 para se financiar.
O
ministro das Finanças, Vítor Gaspar, declarou que o país atravessa um
"momento grave" e que a quinta avaliação da troika concluiu que foram
feitos "progressos significativos" para enfrentar "desequilíbrios
que persistiram durante mais de uma década". A estratégia do Governo é
"adequada", insistiu o chefe das finanças.
Bens de luxo pagam mais
Casas de Luxo vão sofrer aumento em sede de IMI |
Gaspar
sublinhou o "aumento de poupança interna, o crescimento das exportações e
a queda das importações", factos que contribuíram para a "redução das
necessidades de financiamento externo da economia portuguesa".
Mas,
apesar da "redução significativa da despesa pública", são necessárias
"medidas de correção estruturais" ainda em 2012 para atingir o
objetivo de 5 por cento de défice este ano.
Em 2013,
a taxa sobre mais valias mobiliárias (por exemplo, com a venda de ações) e
sobre os dividendos passará a ser de 26,5 por cento (neste momento é de 25). Os
imóveis mais valiosos serão também sujeitos a uma nova taxa em sede de imposto
de selo e haverá mais tributações para veículos de alta cilindrada, barcos e
aeronaves.
A nova
taxa sobre os imóveis de elevado valor incidirá sobre os prédios de valor
patrimonial igual ou superior a um milhão de euros. A nova taxa em sede de
imposto de selo entra em vigor ainda este ano e será renovada em 2013. De
acordo com o Ministério das Finanças, será tomado como referência para o valor
patrimonial o ano de 2011.
Fundações e PPP’s também com cortes
O
ministro anunciou também uma "significativa redução" do número de
escalões do IRS, mantendo o valor de 46,5 por cento como taxa para os
rendimentos mais elevados, a que acresce a chamada taxa de solidariedade.
"Salvaguarda-se
a manutenção dos limites actuais para os escalões mínimos", assegurou
Vítor Gaspar, e o "imposto mantém-se progressivo, o que vai permitir
apoiar 2,6 milhões de famílias com rendimentos mais baixos".
Vítor
Gaspar afirmou também que "serão
substancialmente reduzidas as transferências do Estado para as fundações".
A este propósito, vão ser tomadas decisões no conselho de ministros desta
quinta-feira, no sentido da "extinção de fundações, redução ou cessação de
apoios".
"Quanto
às parcerias público-privadas", acrescentou Gaspar, "trabalharemos
para diminuir os encargos públicos". "Já conseguimos uma poupança de
mil milhões de euros através das
negociações das subconcessões", precisou. "Até final de
Dezembro", garante, "teremos uma estratégia para os restantes
contratos".
TSU só vai resultar em mais um por cento de
emprego
Relativamente
às medidas de austeridade para 2013, Vítor Gaspar prevê que tenham impacto
positivo na economia. A redução da taxa social única para as empresas terá como
efeito, segundo o ministro, uma descida da taxa de desemprego na ordem de um
por centro, o crescimento das exportações em um a dois por cento, e um aumento
do investimento na ordem dos 0,5 por cento. .
Em 2013,
a economia vai continuar em perda. As previsões aponta para uma contração de um
por cento no Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, Vítor Gaspar diz que a
partir do segundo semestre do ano a tendência vai inverter-se e o PIB começará
a crescer.
Gaspar
confirma privatizações já anunciadas e admite novas vendas no setor empresarial
do estado sem concretizar.
Pensionistas vão ter mais cortes
Pensionistas com mais cortes |
O Governo anunciou esta terça-feira que vai ser aplicada
uma "redução adicional às pensões, correspondente à redução aplicada aos
funcionários públicos em 2011". Na altura, foi decretado um
corte entre 3,5 e 10 por cento para os vencimentos brutos superiores
a 1.500 euros na função pública.
Ou seja, os pensionistas vão perder os dois subsídios - férias e de Natal - e vão ainda ser penalizados por esta decisão. "Trata-se agora de aplicar uma medida já prevista no memorando de entendimento com a 'troika' desde o seu início", justificou o secretário de Estado do Orçamento, Luís Morais Sarmento, durante a conferência de apresentação da quinta avaliação da "troika", em Lisboa.
"Em 2011, os funcionários públicos tiverem uma redução nas pensões entre 3,5 e 10 por cento. Essa medida estava para ser aplicada em 2012", acrescentou o secretário de Estado.
Ou seja, os pensionistas vão perder os dois subsídios - férias e de Natal - e vão ainda ser penalizados por esta decisão. "Trata-se agora de aplicar uma medida já prevista no memorando de entendimento com a 'troika' desde o seu início", justificou o secretário de Estado do Orçamento, Luís Morais Sarmento, durante a conferência de apresentação da quinta avaliação da "troika", em Lisboa.
"Em 2011, os funcionários públicos tiverem uma redução nas pensões entre 3,5 e 10 por cento. Essa medida estava para ser aplicada em 2012", acrescentou o secretário de Estado.
Não ficou absolutamente claro se a decisão abrange todos os
pensionistas e reformados ou se abrange somente quem se reformou pelo sector
público.
Vítor
Gaspar faz a declaração acompanhado pelo secretário de Estado Adjunto do
primeiro-ministro, Carlos Moedas e os secretários de Estado do Orçamento, Luis
Morais Sarmento, do Tesouro e Finanças, Maria Luís Albuquerque, dos Assuntos
Fiscais, Paulo Núncio, e da Administração Pública, Hélder Rosalino.
O ministro
estará hoje no Jornal da Noite, da SIC, onde será entrevistado em directo por
José Gomes Ferreira.
Paulo
Jorge Oliveira
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