Trabalhadores da TST querem melhores condições


Transportes Sul do Tejo não querem negociar com sindicato

O coordenador da delegação de Setúbal do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), João Saúde, acusa a empresa Transportes Sul do Tejo (TST) de evitar o contato com os sindicatos para debater as condições de trabalho reivindicadas na greve da passada sexta feira.

Motoristas da TST querem mais condições e bilhetes mais baratos
Após conhecer a intenção da administração da TST em não agendar uma reunião extraordinária para a resolução desta questão, tendo anunciado que pretende debatê-la na próxima negociação salarial da empresa, o sindicalista salienta que “os trabalhadores não podem esperar”.
Os empregados da TST exigem o pagamento integral das horas de trabalho extraordinário que têm sido contabilizadas em apenas 50 por cento,  situação que leva João Saúde a explicar que “as remunerações devem de ser totalmente assumidas pela TST, sem qualquer contrapartida”.  Isto porque “os trabalhadores são mal pagos e, por isso, são obrigados a recorrer ao trabalho extraordinário”, acrescenta. O coordenador da delegação de Setúbal da STRUP refere que os funcionários sofrem com a “violência de horários” a que se submetem e “sentem-se num beco sem saída por muitas vezes não serem capazes de corresponder às suas responsabilidades pessoais com apenas 600 euros mensais”.

Motoristas querem baixar preço dos bilhetes
João Saúde indica que os sindicatos vão apresentar à administração da empresa a resolução dos dois plenários realizados ao longo do passado dia 20, onde foram discutidas as remunerações dos trabalhadores e o “roubo no pagamento de horas extra”. Os encontros reuniram cerca de duzentos empregados no Laranjeiro e entre 60 e 70 grevistas em Setúbal. “Os funcionários devem manter-se alertas e firmes contra o abuso dos seus direitos”, destaca o dirigente sindicalista.
Para além das questões salariais, os trabalhadores reivindicam a melhoria das condições dos veículos da empresa e a redução dos preços dos bilhetes. João Saúde sublinha que “as tarifas estabelecidas pela empresa não são socialmente justas, sendo que levam a que as pessoas tenham de fazer esforços enormes”. Segundo o membro do sindicato, “os funcionários da TST lutam também pela população e estão contra os cortes sistemáticos nas carreiras, nos horários e nas paragens”.

Guerra de números
Sá Guimas, administrador da TST, refere que o nível de adesão de funcionários na greve de sexta feira rondou os 40 por cento, contra os 85 por cento anunciados pelo sindicato, registando-se “apenas uma afetação dos serviços de cariz mais urbano”.
O coordenador da divisão de Setúbal da STRUP defende que “existe um confronto de dados que não são reais” e desvaloriza “a atenção dada à guerra dos números que apenas deixam de fora o que é mais importante para os trabalhadores”.


Agência de Notícias 

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