Lisboa sem transportes públicos em dia
de Natal
Os trabalhadores da CP convocaram uma nova greve para 25 de Dezembro, o
que deverá levar à supressão de quase todos os comboios nesse dia. Mas a CP
avisa que os atrasos e supressões podem começar a afectar os trajectos já hoje. Quase todos os transportes públicos da Grande Lisboa
vão estar paralisados no dia 25, dia de Natal, em cumprimento da greve aos
feriados que se iniciou a 1 de Novembro.
Maquinistas da CP voltam a parar no Natal e Ano Novo |
Segundo uma nota da CP aos clientes
publicada no site da empresa, perante o pré-aviso
de greve foram determinados serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral e que dizem
respeito aos comboios urbanos de Lisboa, urbanos do Porto e percursos de longo
curso e regionais.
Contudo, a
empresa prevê que a maior parte das ligações fique mesmo por realizar,
alertando também para “atrasos e supressões nos dias 24 e 26 de Dezembro”, não
adiantando para já mais informações relacionadas com o dia 1 de Janeiro, para o
qual também foi marcada uma greve. Além disso, à semelhança dos outros anos,
haverá outras supressões mas relacionadas com os dias festivos.
“Durante o
período de greve não serão cobradas taxas de reembolso ou de revalidação sobre
os comboios suprimidos nos serviços de Longo Curso e Regionais”, lembra a CP,
acrescentando que “não serão disponibilizados transportes alternativos”.
Paralelamente,
desde o dia 8 de Dezembro que os trabalhadores da CP estão a fazer uma greve ao
trabalho extraordinário, contra as alterações introduzidas pela revisão do
Código do Trabalho, que contempla uma redução de 50 por cento do valor pago
pelo trabalho em dia de feriado. Esta paralisação prolonga-se, pelo menos, até
ao dia 2 de Janeiro, segundo informações do Sindicato Nacional dos Maquinistas.
Trabalhadores
querem continuidade das “borlas”
A greve serve ainda para os trabalhadores da CP contestarem
o fim das borlas para trabalhadores, familiares e reformados da CP já a partir
de Janeiro. A comissão de trabalhadores da CP veio a público no final da última
semana atacar o disposto pelo Orçamento do Estado para 2013 em relação à
empresa. O governo decidiu acabar com as borlas para trabalhadores, familiares
e reformados da CP a partir de 1 de Janeiro, algo que os colaboradores da
empresa consideram não caber ao Estado decidir.
“Querem acabar com as concessões. No caso do trabalho
ferroviário, este bónus foi dado aos trabalhadores e funcionou como chamariz
para integrarem a empresa, dando o direito ao transporte a si e aos seus
familiares”, começou por explicar José Reizinho, coordenador da comissão da
trabalhadores da CP. O responsável lembrou que esta concessão acontece desde
1906 e acusa o governo de se estar a intrometer numa situação laboral que não
devia constar no Orçamento do Estado.
“O Presidente da República deu o
seu aval a este Orçamento do Estado e se o fez está a ser conivente com os seus
objectivos. O governo está a aproveitar-se de algo para tratar da coisa pública
para se intrometer em coisas que dizem respeito à contratação colectiva”,
referiu.
José Reizinho sugeriu assim a todos os trabalhadores que
solicitem para 2013 a vinheta que permite utilizar os transportes de forma
gratuita, referindo que as concessões “não custam um cêntimo à CP, não aumentam
a despesa do Estado nem dos contribuintes e não impedem a venda de bilhetes ao
público”. “Apelamos a todos que se mobilizem e que solicitem a vinheta para
2013 que permite ter o título de transporte. É preciso defender os nossos
direitos”, disse.
Sobre a postura da administração da
empresa, o coordenador referiu que esta apenas disse que “estava à espera do OE
para poder analisar e decidir”, afirmando que “não fez nada para conseguir a
paz social” na empresa.
Grande Lisboa sem
transportes no Natal
Quase todos os transportes públicos da Grande Lisboa vão
estar paralisados amanhã, dia de Natal, em cumprimento da greve aos feriados
que se iniciou a 1 de Novembro. José Manuel Oliveira, da Federação dos
Sindicatos de Transportes e Comunicações, disse que dia 25 a Carris, a CP, a CP
Carga, a Refer, a Emef e a Rodoviária do Tejo vão estar em greve durante todo o
dia. Também o Metro Sul do Tejo e a STCP fazem greve nesse dia.
Os maquinistas do Metro Sul do Tejo
já cumprem hoje o primeiro de quatro dias de greve de 24 horas (24 e 25 de
Dezembro e 1 e 2 de Janeiro), mantendo ainda em vigor a greve às horas
extraordinárias até 15 de Janeiro.
Também os trabalhadores das empresas de transportes
rodoviários do grupo Barraqueiro vão paralisar no Natal, na sequência da greve
aos feriados, iniciada a 1 de Novembro.
Esta greve poderá afectar os
transportes públicos rodoviários nos distritos de Leiria, Lisboa, Setúbal e
Santarém.
Agência de Notícias
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