"Lisboa tem um problema sério de violência
doméstica"
Um
quinto das participações de casos de violência doméstica feitas às autoridades
policiais a nível nacional são relativas ao distrito de Lisboa, facto que
revela, segundo a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da
Igualdade, o trabalho que ainda é necessário desenvolver no âmbito do apoio e
protecção das vítimas.
Lisboa está muito à frente da média nacional em casos de violência |
“Lisboa
tem um problema muito sério de violência doméstica que não foi ainda tomado
completamente em mãos por todos aqueles que devem avaliar a sua real dimensão.
Das 28980 queixas apresentadas às forças de segurança e, apesar do distrito de
Lisboa acompanhar a percentagem nacional de descida de participações, 6714 são
relativas ao distrito de Lisboa. Significa isto que um quinto das situações
reportadas às polícias em todo o país estão aqui, em, Lisboa, transportando
consigo um número alarmante de vítimas a necessitarem de apoio e protecção”,
garantiu Teresa Morais, no âmbito do seminário ‘Violência doméstica –
acolhimento e inclusão’, realizado esta segunda-feira de manhã, no Convento de
Santos-o-Novo, em Lisboa.
Homens também
sofrem de violência
De acordo com a governante, a
violência doméstica tem uma profunda marca de género e, na esmagadora maioria
dos casos, atinge a mulher.
“Em 85 por cento das participações
feitas às polícias em 2011 eram mulheres as vítimas. Dos 325
reclusos que até hoje estavam nas nossas prisões por violência doméstica,
condenados ou preventivos, 324 eram homens. Entre os 109 agressores que estão
hoje integrados no programa de vigilância electrónica e estão a utilizar uma
pulseira [mais seis do que há cerca de duas semanas], não há uma única mulher.
E entre as dezenas de vítimas que transportam hoje consigo um aparelho de
teleassistência que as pode proteger existe actualmente um único homem”,
revelou a secretário de Estado da Igualdade.
“Há com certeza violência
sobre homens que nos deve merecer toda a atenção, seja essa violência exercida
pelas mulheres ou por outros homens, no âmbito de relações de intimidade de
pessoas com o mesmo sexo, casos que evidentemente existem e são cada vez mais
visíveis. Mas não tenhamos qualquer dúvida de que quando falamos de violência
doméstica, falamos de violência sobre idosos, crianças e sobretudo contra as
mulheres”, concluiu Teresa Morais.
Agência de Notícias
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