O mais trapalhão do distrito Setúbal sai à rua domingo e terça-feira
O Grupo Carnavalesco “Amigos de Baco” promove, nos
dias 10 e 12 de Fevereiro, domingo e terça-feira, às 15h30, o Desfile de
Carnaval nas ruas da vila de Pinhal Novo, no concelho de Palmela, iniciativa
que contará com cerca de duas centenas de participantes e quatro carros
alegóricos. Os “Amigos de Baco” promovem, ainda, dois bailes, hoje e segunda-feira,
às 21h30, nos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, e o tradicional Enterro do
Bacalhau – ritual teatral
satírico, que assinala o fim da folia e o início da Quaresma – no dia 13, às
21h30, no Jardim José Maria dos Santos.
Carnaval de Pinhal Novo sai à rua domingo e terça-feira |
O Carnaval caramelo – em
Pinhal Novo – é assim: uma festa imensamente popular. Não é de vedetas
brasileiras nem tem estrelas das academias nem sequer actores como bombos da
festa. No Pinhal Novo não há nem reis nem rainhas e os apoios são escassos para
tamanha divulgação da vila, mas há sempre uma grande festa. É o que garante os
Amigos de Baco que organizam dois desfiles (domingo e terça) e dois grandiosos
bailes de Carnaval (hoje e segunda-feira). E ainda há tempo para que
quarta-feira de cinzas se cumpra, como sempre, o enterro do bacalhau que na
vila de Pinhal Novo se chama simplesmente José Maria.
Os desfiles de tema livre
juntam mais de 200 foliões organizados e outros menos organizados a quem a
sabedoria popular chama o Carnaval trapalhão. Tanto amanhã como na terça-feira
gorda [que no concelho de Palmela é dia de tolerância de ponto dado pela
autarquia], o corpo começa junto aos Bombeiros Voluntários e segue depois pelas
ruas do centro da vila e pelo Jardim José Maria dos Santos.
Em Pinhal Novo,
o Carnaval é animado pela força e pela vontade dos Amigos de Baco. Com mais ou
menos dinheiro, a vontade é sempre a mesma. Fazer dos dias de Carnaval, uma
folia intensa. O orçamento ronda os três mil euros e a presidente da Associação
Amigos de Baco, Rute Moreira, confessa que “sentimos muitas dificuldades em
realizar um evento desta importância, que em poucas horas enche a vila de cor e
alegria”. E no entender da jovem empreendedora o que mais dificulta “é a falta
de uma sede” para coordenar todos os trabalhos. Ainda assim, ninguém desiste e,
ano após ano, o Carnaval sai à rua e tem mostrado dinamismo na vila nos dias
dos desfiles. A falta de ajuda “atrapalha”
diz Carlos Neto, que há mais de 15 anos brinca ao Carnaval na vila, mas “não se
pode deixar morrer uma velha tradição da terra”.
O Carnaval trapalhão
O Carnaval trapalhão é dos mais divertidos da região |
E, como quem não
quer a coisa, o Carnaval trapalhão da vila já é um cartaz imenso nos roteiros
carnavalescos da Grande Lisboa. Este ano, pelo quarto ano consecutivo, o
Carnaval sai há rua também ao domingo. Certo, sem as grandes multidões de outros
carnavais de outros tempos mais abonados, mas quem vem dá a tarde por bem
passada. “O país precisa de rir, precisa de momentos de descompressão e por
isso estamos aqui a divertir os outros e, sobretudo, a diverti-nos a nós
mesmos”, dizia uma menina mascarada de espantalho durante o desfile do ano
passado. Este ano, certamente, o mote será o mesmo.
Hoje e
segunda-feira, às 21h30 há bailes de Carnaval no Salão dos Bombeiros. Hoje com
Susana Vinagre a abrilhantar e, segunda-feira, com Sara Pessoa para animar a
malta em tempos de crise.
Ao corso oficial
– que terá quatro carros e 200 figurantes – juntam-se centenas de pessoas do
Carnaval trapalhão. Aqui a imaginação e as engenhocas é quem manda. As cantigas
de escárnio e maldizer são evidentes. “É isto que dá vida e alma ao Carnaval de
Pinhal Novo, porque há sempre uma imaginação digna de ser vista”, diz Sandra Gomes que irá vestir-se de bruxa
“malandra e boa” durante estes dias. São
mais de cem foliões vindos da Lagoa da Palha, Palhota, Pinhal Novo, Fonte da
Vaca, Terrim e outras localidades vizinhas que prometem grande brincadeira.
Enterro do bacalhau na quarta-feira
Os
cinco dias de folia em Pinhal Novo que são vividos com a intensidade que os
Amigos de Baco entendem e desde de 1992 (então um grupo de amigos da Tasca do
Xico) organizam os desfiles e na quarta-feira de cinzas matam o bacalhau – que
em Pinhal Novo se chama José Maria
– lá para as tantas da noite no
coração verde da vila: o Largo José Maria dos Santos. Há enterro, ladainha, uma
viúva a chorar a triste perda e, claro, um testamento que promete este ano
distribuir muita “merda” e outras coisas parecidas aos ilustres da terra... no
final ninguém levará a mal...
Colectividades de Palmela em festa
Em
Palmela, o Carnaval vive-se sobretudo nos bailes tradicionais que a Sociedade Humanitária
e os Loureiros oferecem hoje e segunda-feira. Na Humanitária hoje à noite há
Jorge Nice e a Orquestra da Vila para ver e dançar. O baile inclui um concurso
de máscaras e na segunda-feira há samba, com a participação especial de da
Escola de Samba Batuques do Conde, de Sesimbra.
Os
Loureiros, também em Palmela, prometem uma grande noite. Um assalto
carnavalesco que promete três dias de animação e galhofa. Desfiles de
mascarados, baile e concurso de galhofeiros têm lugar reservado na
colectividade mais antiga do concelho de Palmela.
Paulo Jorge Oliveira
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