BE acusa a Câmara de Almada de ignorar opiniões negativas sobre
Plano Pormenor
O Bloco de Esquerda acusou a Câmara de Almada de ignorar as
manifestações de descontentamento da população face ao novo Plano de Pormenor
de Cacilhas e de querer construir um edifício mais alto que o pórtico da
Lisnave. Em resposta, a
vereadora do Planeamento Urbanístico na Câmara de Almada, Amélia Pardal,
assegurou que a autarquia ouviu a população sobre o Plano de Pormenor de
Cacilhas. O prazo para a opinião pública terminou ontem.
Dirigentes do BE acusam
Câmara de Almada de servir "interesses"
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O Bloco de Esquerda acusou a Câmara de Almada de ignorar as
manifestações de descontentamento da população face ao novo Plano de Pormenor
de Cacilhas e de querer construir um edifício mais alto que o pórtico da
Lisnave.
“Que interesses estão por detrás desta torre [de Cacilhas]”,
questionou a presidente da Concelhia de Almada do BE, Joana Mortágua, depois de
salientar que o edifício em causa deverá ter um funcionamento misto, nas áreas
da hotelaria, comércio e serviços.
“Pensamos que aquilo que é preciso valorizar é o comércio local, o
comércio de rua”, disse Joana Mortágua, acrescentando que “o ícone de Cacilhas
é a memória histórica do Tejo, do cais, do comércio local, dos pescadores”.
Joana Mortágua considerou, também, que a Câmara de Almada não tem
valorizado a opinião das pessoas e de associações locais, desde que se começou
a falar do projeto, há mais de duas décadas.
A dirigente bloquista falava aos jornalistas a poucas horas do final
do período de consulta pública do Plano de Pormenor de Reabilitação Urbana e
Funcional de Cacilhas, que terminou ontem (quinta-feira).
A líder do BE de Almada manifestou ainda o receio de que a futura
torre, com 21 andares e mais três de estacionamento, possa vir a acolher um
hotel de luxo e uma grande superfície comercial, unidades que, na opinião da
dirigente bloquista, vão impedir a fruição de toda aquela zona pela população.
“É por isso que vamos entregar à Câmara um documento que destaca a
necessidade de participação da população e a possibilidade de integração deste
plano urbanístico no plano do cais do Ginjal, no plano da Quinta do Almaraz, no
plano de Almada Nascente e no Arco Ribeirinho Sul”, disse Joana Mortágua.
Segundo a bloquista, “não se percebe como vão ser integrados todos
estes planos aprovados pela autarquia, dado que ainda não se sabe o que irá
acontecer ao interface de transportes de Cacilhas, como também não se sabe se a
linha do Metro Sul do Tejo será prolongada”.
No entender do BE Almada, Cacilhas é “de facto a panorâmica mais
observada a Sul e a ‘sala de visitas’ da Margem Sul. A nosso ver, a construção
do edifício causará poluição visual no retrato mais conhecido de Almada: o cais
e a zona ribeirinha de Cacilhas”. No entender do Bloco de Esquerda, Cacilhas
“não precisa de um ícone arquitetónico com aquelas características, necessita
sim de reabilitação e valorização das suas potencialidades, de proximidade ao
rio permitida por uma zona ribeirinha desimpedida de obstáculos físicos e visuais,
e intimamente ligado ao comércio e à restauração locais”, disse Joana Mortágua
ao ADN.
Câmara de Almada nega acusações do BE
Maqueta de como irá ficar
a zona de Cacilhas depois da intervenção
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Em resposta, esta quinta-feira, a vereadora do Planeamento
Urbanístico na Câmara de Almada, Amélia Pardal, assegura que a autarquia ouviu
a população sobre o Plano de Pormenor de Cacilhas.
"Entre Janeiro de 2010 e 25 de Janeiro de 2013 houve três
momentos de discussão pública, onde a população demonstrou claramente a vontade
de que a zona baixa de Cacilhas ficasse liberta e de permitir a construção de
privados na parte de cima", disse a autarca da CDU, em resposta a
acusações do Bloco de Esquerda.
A presidente da Comissão Concelhia de Almada do BE, Joana
Mortágua, acusou na quarta-feira a autarquia de ignorar as manifestações de
descontentamento da população face à perspetiva de construção de um edifício
mais alto do que o pórtico da Lisnave, que está contemplada no referido Plano
de Pormenor de Cacilhas.
A vereadora do Planeamento Urbanístico assegurou, no entanto, que
nos últimos três anos houve a participação de centenas de pessoas na discussão
pública do Plano de Pormenor, que prevê a transferência dos direitos de
construção de entidades privadas para uma zona mais alta e a construção de um
edifício muito alto.
"O que está a acontecer é uma tentativa de fazer voltar ao
princípio um processo que teve a participação da população, mas que agora
chegou ao fim", disse Amélia Pardal, lembrando que ontem foi o último dia
da consulta pública do Plano de Pormenor de Cacilhas.
Construção da torre pode ser reversível
Amélia Pardal admitiu que, no Fórum de Discussão Pública do
passado dia 25 de Janeiro, "houve algumas pessoas do Bloco de Esquerda que
colocaram algumas questões relacionadas com a construção de uma torre".
"O processo não começou agora, mas vamos responder a todas as
participações, integrar o que for para integrar e fazer um relatório com a
ponderação dessas propostas", assegurou a autarca da CDU.
A vereadora da Câmara de Almada disse ainda que a construção da
torre prevista no Plano de Pormenor poderá ser reversível quando chegar o
momento de execução da obra, desde que sejam salvaguardados os direitos de
edificabilidade dos privados.
"O edifício está num lote municipal. O município, com a
participação das populações, naturalmente, há-de decidir o que ali será
efetivamente construído no futuro", concluiu Amélia Pardal.
Agência de Notícias
Qual o problema da torre? O facto de ser uma... torre?
ResponderEliminarE então a porcaria das centenas de edifícios baixinhos e foleiros a perder de vista, o BE já não diz nada? E os prédios marquisados e completamente descaracterizados, já não ha problema? E os milhares de edifícios horrendos por este país fora que não são da autoria de arquitectos, mas assinados por engenheiros de minas? Aí o BE já não diz nada?
O problema é a torre? Ai Jesus, é uma torre, faz-nos lembrar a América! Pá, destruam a ponte 25 de abril que faz lembrar a América, implodam o cristo rei que faz lembrar o Brasil, mandem abaixo todas as igrejas de Lisboa, que fazem lembrar Roma. Rebentem com a av. da liberdade, que faz lembrar os boulevards Parisienses.