Dar voz aos desempregados do Distrito de Setúbal
O aumento “imediato dos salários, das
reformas e pensões”, e o combate ao desemprego são algumas das medidas que a
CGTP julga necessárias para melhorar a vida dos portuguesas, convocando uma
manifestação para o próximo dia 16 em todas as cidades do país. A União dos
Sindicatos de Setúbal divulgou as linhas principais das acções previstas para o
distrito, centradas na cidade de Setúbal.
A manifestação
agendada para o próximo dia 16 de Fevereiro, que vai contar com várias réplicas
nas capitais de distrito, promete ser das maiores que Setúbal viu, com duas
ações de protesto a ocorrerem em simultâneo, desde o Parque do Quebedo e desde
a Praça do Brasil até ao Largo da Misericórdia. Rui Paixão, coordenador da
União de Sindicatos de Setúbal (USS) da CGTP, admite que tal não acontecia
desde os anos 90 e espera assim a adesão de toda a população contra “o saque
aos trabalhadores”.
“O distrito sofre da taxa de desemprego mais elevada
de sempre, com 17,3 por cento da população sem ocupação profissional,
percentagem mais elevada que a registada durante a crise dos anos 80”, prossegue Rui Paixão.
Partilhando da mesma expetativa de elevada adesão populacional para a
manifestação do próximo dia 16, Luís Leitão, dirigente sindical da USS indica o
setor da construção civil como aquele mais afetado no distrito.
“Por arrastão, o
setor imobiliário também sofre com a crise financeira por que o país atravessa”, afirma Luís Leitão,
acrescentando ser necessário uma “alternativa
política àquela seguida pelo Governo”. Rui Paixão refere, por seu lado,
que “os 63 mil desempregados no
distrito apontados pelo sindicato é inferior ao revelado pelo governo, já que
aqueles que se encontram em formação profissional também devem ser
contabilizados”.
Sindicalista defende queda de Governo
Luís Leitão considera que “a luta” passa por defender os
direitos recusados aos trabalhadores da função pública mas também do setor
privado. “Os reformados e os
desempregados devem juntar-se à manifestação”, apela o dirigente
sindical da União de Sindicatos de Setúbal, que critica ainda a refundação do
Estado e a ausência da taxação “aos
capitais mais elevados”.
“É preciso
aumentar o salário mínimo nacional, investir no setor produtivo, defender a
contratação coletiva e pôr um fim às alterações da legislação laboral”, refere o sindicalista apontando
para a realização de eleições legislativas antecipadas para “inverter a situação do país”.
Programas do Governo fazem “economia crescer”
Neste ponto da legislação laboral, Octávio
Oliveira, presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional, defende
que as reformas impostas pelo Governo vão “criar alicerces para permitir o crescimento económico”. “As reformas estruturais vão fazer com que o
mercado nacional possa reagir a novos ciclos económicos de maior instabilidade
económica”.
Presente na conferência sobre
“Investigação e Intervenção em Recursos Humanos: Os Novos Contextos da Gestão
de Recursos Humanos” (IIRH) no Instituto Politécnico de Setúbal, Octávio
Oliveira entende que, apesar de o novo modelo laboral “promover alguma liberalização no
despedimento”, pretende ao mesmo tempo “fornecer proteção às vítimas desta restruturação”.
Agência de Notícias
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