Ligação ferroviária liga Trafaria a Pinhal Novo já está
programada
Ainda não se sabe se o terminal de contentores da Trafaria vai mesmo avançar. Mas, de acordo com Marina Ferreira, presidente da Administração do Porto de Lisboa, que se não se avançar com o projecto de criação de um terminal de contentores na Trafaria ficará comprometida a capacidade de movimentação de Lisboa. A Refer já tem 160 milhões de euros [e um estudo que Quercus e Geota não conhecem] pronto para avançar com uma linha ferroviária de mercadorias que ligará a Trafaria ao Pinhal Novo, atravessando a Arriba Fóssil da Costa da Caparica – paisagem protegida. As Estradas de Portugal também já anunciaram que irão fazer 900 metros de estrada até ao futuro terminal. Quercus vê “com bastante surpresa” que, “sem se conhecer o projeto principal, que é o do Porto de Lisboa”, se avance “já com intenções, até com algum detalhe, dos projetos associados”.
Por essa razão, disse Marina Ferreira, “há um tempo estratégico para esta decisão”, no âmbito da qual está prevista a construção de um terminal de contentores na Trafaria, num investimento que o Governo anunciou já que ultrapassará os mil milhões de euros.
“Face à situação de esgotamento de capacidade há o risco de, ao não se avançar com o projecto, se comprometer a capacidade de movimentação de Lisboa”, disse, lembrando que isso tem custos para o país.
Na reunião na comissão de Economia e Obras Públicas, em conjunto com as comissões Agricultura e Mar e de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, Marina Ferreira disse que a APL está neste momento a actualizar todos os estudos feitos nas últimas décadas em parceria com o LNEC.
A responsável explicou que desde os anos 80 começaram a ser estudadas soluções para a expansão do terminal de carga, alternativas para o previsível esgotamento do terminal de alcântara, tendo sido estudada a situação do Barreiro, de Alcântara, Trafaria e até uma solução no mar da Palha.
Em respostas às preocupações ambientais levantadas pelos deputados, Marina Ferreira garantiu que “todas as questões de impacto ambiental estão a ser super acauteladas”.
Questionado pelos deputados sobre o projeto da Refer de ligação ferroviário à futura infraestrutura, Rui Loureiro adiantou que o traçado escolhido é aquele que tem menor impacto ambiental - o caminho-de-ferro terá de atravessar a arriba fóssil da Costa da Caparica (Almada), classificada como área protegida.
Para minimizar os impactes ambientais, o traçado, entre o terminal e a linha do Sul, na zona do Pinhal Novo, terá três túneis e três viadutos.
"A arriba fóssil é uma pecha do projeto", disse aos jornalistas Rui Loureiro, admitindo que a solução dos túneis encarece a obra, que está orçada em 152 milhões de euros.
A obra, que deverá demorar dois anos a ser construída e estar concluída no segundo semestre de 2019, terá ainda um custo acrescido de oito milhões de euros necessários para expropriações. O responsável disse não estar ainda definido quem pagará - se a Refer se o futuro concessionário do terminal, caso em que a operação na linha ficaria exclusiva para o operador que vier a gerir o novo porto.
O presidente da Refer referiu que "a assunção da Trafaria [como local para construção de um novo terminal] não é atual", pelo que há "um canal mais ou menos reservado da linha do Sul até à Trafaria".
Rui Loureiro esclareceu ainda que a linha se destinará apenas ao transporte de mercadorias e que não está equacionada a possibilidade de construir uma nova ponte sobre o rio Tejo.
O responsável acrescentou que os estudos já realizados "não estão suficientemente desenvolvidos" quanto ao impacto no tráfego.
A vice-presidente da Quercus afirmou que é “absolutamente inadmissível” que se avance com projetos como a ligação ferroviária ao futuro terminal de contentores da Trafaria sem que se conheça o projeto para aquele porto.
A construção de uma ligação ferroviária ao futuro terminal de contentores da Trafaria (Almada) custará 160 milhões de euros, numa extensão de 7,9 quilómetros, e deverá estar concluída no segundo semestre de 2019, disse na terça-feira o presidente da Refer no Parlamento.
A Quercus disse que vê “com bastante surpresa” que, “sem se conhecer o projeto em si [o projeto principal, que é o do Porto de Lisboa]”, se avance “já com intenções de projeto, até com algum detalhe,dos projetos associados”, sublinhou Carla Graça, em declarações à agência Lusa.
Para a dirigente da Quercus, está-se “uma vez mais, à semelhança do que aconteceu em projetos anteriores, perante uma inversão total do processo de planeamento”.
“Nós já solicitámos informação ao Porto de Lisboa sobre o projeto do terminal de contentores da Trafaria há largas semanas e ainda não obtivemos resposta”, referiu.
“Este projeto específico da linha da Trafaria, em nosso entender, terá enormes impactos ambientais, como é óbvio, é uma área protegida”, defendeu Carla Graça.
O presidente do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) considerou também “inadmissível” e “ilegal” a ligação ferroviária ao futuro terminal de contentores da Trafaria através da arriba fóssil da Costa da Caparica.
“Os impactos serão certamente muito significativos. Deve-se pensar seriamente se a obra deve ser feita ou não. A pouca informação que há sobre o projeto indica que é uma obra com utilidade duvidosa, com custo elevadíssimo e com impactos ambientais e sociais altamente lesivos, para além de uma metodologia de decisão inadequada”, frisou Joanaz de Melo, na terça-feira, em declarações à Lusa.
Para a vice-presidente da Quercus, está-se “na presença de decisões tomadas, com viabilidade duvidosa, que não se percebe sequer a justificação técnica e económica para se instalar o porto na Margem Sul”.
O projeto do Governo para a reestruturação do estuário do Tejo (relativo ao Porto de Lisboa, que abrange também municípios de Setúbal) prevê a construção de um novo terminal de contentores na Trafaria, orçado em mil milhões de euros. No entanto, o município de Almada está “frontalmente” contra o projecto, tal como muitos políticos de todos os partidos e técnicos especializados.
Agência de Notícias
Administração do Porto de Lisboa quer mesmo contentores na Trafaria |
Entre 2020 e 2025 a capacidade de Portugal, do ponto de vista do transporte de mercadorias de contentores, estará esgotada, disse Marina Ferreira, presidente da Administração do Porto de Lisboa (APL), na primeira audição sobre a reorganização da actividade portuária do estuário do Tejo, na Assembleia da República.
O primeiro porto a esgotar será o de Lisboa, disse a responsável, explicando que o terminal de Alcântara “está neste momento com ocupações na casa dos 70 por cento - valores de Maio de 2013 -, sendo de admitir que brevemente não tenha mais capacidade”.Por essa razão, disse Marina Ferreira, “há um tempo estratégico para esta decisão”, no âmbito da qual está prevista a construção de um terminal de contentores na Trafaria, num investimento que o Governo anunciou já que ultrapassará os mil milhões de euros.
“Face à situação de esgotamento de capacidade há o risco de, ao não se avançar com o projecto, se comprometer a capacidade de movimentação de Lisboa”, disse, lembrando que isso tem custos para o país.
Na reunião na comissão de Economia e Obras Públicas, em conjunto com as comissões Agricultura e Mar e de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, Marina Ferreira disse que a APL está neste momento a actualizar todos os estudos feitos nas últimas décadas em parceria com o LNEC.
A responsável explicou que desde os anos 80 começaram a ser estudadas soluções para a expansão do terminal de carga, alternativas para o previsível esgotamento do terminal de alcântara, tendo sido estudada a situação do Barreiro, de Alcântara, Trafaria e até uma solução no mar da Palha.
Em respostas às preocupações ambientais levantadas pelos deputados, Marina Ferreira garantiu que “todas as questões de impacto ambiental estão a ser super acauteladas”.
Ligação
ferroviária custará 160 milhões
Novo terminal terá ligação ferroviária a Pinhal Novo |
A construção de uma ligação ferroviária ao futuro terminal de contentores da Trafaria (Almada) custará 160 milhões de euros, numa extensão de 7,9 quilómetros, e deverá estar concluída no segundo semestre de 2019, disse o presidente da Refer.
O responsável foi ontem ouvido numa audição conjunta das comissões parlamentares de Economia, de Ambiente e de Agricultura e Mar, a propósito do projeto do Governo para a reestruturação do estuário do Tejo (relativo ao Porto de Lisboa, que abrange também municípios do distrito de Setúbal), que prevê a construção de um novo terminal de contentores na Trafaria, orçado em mil milhões de euros.Questionado pelos deputados sobre o projeto da Refer de ligação ferroviário à futura infraestrutura, Rui Loureiro adiantou que o traçado escolhido é aquele que tem menor impacto ambiental - o caminho-de-ferro terá de atravessar a arriba fóssil da Costa da Caparica (Almada), classificada como área protegida.
Para minimizar os impactes ambientais, o traçado, entre o terminal e a linha do Sul, na zona do Pinhal Novo, terá três túneis e três viadutos.
"A arriba fóssil é uma pecha do projeto", disse aos jornalistas Rui Loureiro, admitindo que a solução dos túneis encarece a obra, que está orçada em 152 milhões de euros.
A obra, que deverá demorar dois anos a ser construída e estar concluída no segundo semestre de 2019, terá ainda um custo acrescido de oito milhões de euros necessários para expropriações. O responsável disse não estar ainda definido quem pagará - se a Refer se o futuro concessionário do terminal, caso em que a operação na linha ficaria exclusiva para o operador que vier a gerir o novo porto.
O presidente da Refer referiu que "a assunção da Trafaria [como local para construção de um novo terminal] não é atual", pelo que há "um canal mais ou menos reservado da linha do Sul até à Trafaria".
Rui Loureiro esclareceu ainda que a linha se destinará apenas ao transporte de mercadorias e que não está equacionada a possibilidade de construir uma nova ponte sobre o rio Tejo.
900 metros de estrada até ao terminal
Na audição, João Grade, vogal da administração da Estradas de Portugal, explicou que está construída a ligação da Trafaria ao IC20 (itinerário complementar) e que a empresa terá apenas de construir uma ligação entre a localidade e o terminal, com cerca de 900 metros, cujo custo está estimado em dois milhões de euros.O responsável acrescentou que os estudos já realizados "não estão suficientemente desenvolvidos" quanto ao impacto no tráfego.
Quercus e Geota contra projecto
Quercus critica passagem de comboio por paisagem protegida |
A construção de uma ligação ferroviária ao futuro terminal de contentores da Trafaria (Almada) custará 160 milhões de euros, numa extensão de 7,9 quilómetros, e deverá estar concluída no segundo semestre de 2019, disse na terça-feira o presidente da Refer no Parlamento.
A Quercus disse que vê “com bastante surpresa” que, “sem se conhecer o projeto em si [o projeto principal, que é o do Porto de Lisboa]”, se avance “já com intenções de projeto, até com algum detalhe,dos projetos associados”, sublinhou Carla Graça, em declarações à agência Lusa.
Para a dirigente da Quercus, está-se “uma vez mais, à semelhança do que aconteceu em projetos anteriores, perante uma inversão total do processo de planeamento”.
“Nós já solicitámos informação ao Porto de Lisboa sobre o projeto do terminal de contentores da Trafaria há largas semanas e ainda não obtivemos resposta”, referiu.
“Este projeto específico da linha da Trafaria, em nosso entender, terá enormes impactos ambientais, como é óbvio, é uma área protegida”, defendeu Carla Graça.
O presidente do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) considerou também “inadmissível” e “ilegal” a ligação ferroviária ao futuro terminal de contentores da Trafaria através da arriba fóssil da Costa da Caparica.
“Os impactos serão certamente muito significativos. Deve-se pensar seriamente se a obra deve ser feita ou não. A pouca informação que há sobre o projeto indica que é uma obra com utilidade duvidosa, com custo elevadíssimo e com impactos ambientais e sociais altamente lesivos, para além de uma metodologia de decisão inadequada”, frisou Joanaz de Melo, na terça-feira, em declarações à Lusa.
Para a vice-presidente da Quercus, está-se “na presença de decisões tomadas, com viabilidade duvidosa, que não se percebe sequer a justificação técnica e económica para se instalar o porto na Margem Sul”.
O projeto do Governo para a reestruturação do estuário do Tejo (relativo ao Porto de Lisboa, que abrange também municípios de Setúbal) prevê a construção de um novo terminal de contentores na Trafaria, orçado em mil milhões de euros. No entanto, o município de Almada está “frontalmente” contra o projecto, tal como muitos políticos de todos os partidos e técnicos especializados.
Agência de Notícias
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