"Queremos ter um espaço em que as pessoas possam pernoitar
e trabalhar"
O edifício do Hospital do Desterro, em Lisboa, antigo
hospital de referência nas áreas da urologia e dermatologia, vai transformar-se
num “território experimental aberto ao mundo”. Esse é, pelo menos, o destino
que a Mainside quer dar ao espaço, que será inaugurado no final do ano.
Antigo hospital do Desterro, em Lisboa, transformado em espaço cultural |
Amanhã, terça-feira, a empresa promotora da
LX Factory, em Alcântara, assina com a Estamo, empresa do Estado proprietária
do espaço, e a Câmara de Lisboa um protocolo com vista à reabilitação do antigo
convento e hospital. O objectivo da empresa é transformá-lo num espaço para
eventos culturais.
Apesar dos protestos de utentes e sindicatos, o hospital foi desactivado
em 2006 e, desde então, o edifício tem-se vindo a degradar. Em Novembro,
segundo a Lusa, ainda era possível observar placas de sinalização do
laboratório ou do serviço de dermatologia, nas paredes exteriores.
A Mainside, que ficará responsável pela gestão das
instalações, promete alterar este cenário e abrir o espaço ao público no final
do ano. "Nesta fase inicial vamos abrir os primeiros pisos e só depois os
pisos superiores", afirma Joana Gomes, da Mainside. O local será um
“território experimental aberto ao mundo”, lê-se num comunicado emitido pela
autarquia de Lisboa.
De acordo com a empresa, vai ser possível “habitar e
trabalhar numa cela” do antigo Convento do Desterro, que deu o nome ao
hospital. O conceito de "cela" é apenas figurativo, explica Joana
Gomes, uma vez que as celas do antigo convento deram lugar a quartos quando
este foi convertido em hospital. "Queremos ter um espaço em que as pessoas
possam pernoitar e trabalhar", afirma.
Hortas urbanas
em pleno Desterro
Os visitantes poderão também cultivar uma horta urbana,
frequentar um clube de discussão, almoçar num refeitório comunitário ou assistir
a aulas ouworkshops, “entre muitas outras experiências desenvolvidas
por várias empresas e organizações”, refere a nota da câmara. O objectivo da
Mainside é transformar o local numa "grande escola, um campus de conhecimento", virado para os
lisboetas e para quem visita a capital.
Este novo projecto, que resulta de uma iniciativa da
agência de promoção económica Invest Lisboa, terá “dimensão internacional” e,
embora diferente da LX Factory, “beneficia em muito da experiência acumulada
com esse projecto”, garante a Mainside.
Projecto “estratégico” para Lisboa
O equipamento foi vendido à Estamo, empresa pública que gere o património imobiliário do Estado, por 9,24 milhões de euros. Já em Novembro, fonte da empresa tinha confirmado à Lusa que a Mainside apresentara uma proposta para a exploração do espaço.
O equipamento foi vendido à Estamo, empresa pública que gere o património imobiliário do Estado, por 9,24 milhões de euros. Já em Novembro, fonte da empresa tinha confirmado à Lusa que a Mainside apresentara uma proposta para a exploração do espaço.
O projecto é visto pela Câmara de Lisboa como
“estratégico” no eixo de intervenção Martim Moniz-Praça do Chile, onde fica
situado o antigo hospital. Vai juntar-se às várias intervenções que a autarquia
tem levado a cabo naquela zona, nomeadamente na Mouraria e no Largo do
Intendente.
“Pela dimensão, localização e relevância do equipamento,
este poderá ser uma âncora fundamental para a regeneração e revitalização de
toda a área, razão pela qual a Câmara de Lisboa se comprometeu a apoiar o
projecto em diversas vertentes”, afirma na nota do município a vereadora da
Economia e Inovação, Graça Fonseca.
Agência de Notícias
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