Banco 144 candidaturas em 15 dias para criação de negócios
Plataforma foi lançada pela Santa Casa da Misericórdia
de Lisboa e visa apoiar projectos de criação de negócios apresentados por
desempregados ou pessoas em situação precária. Em 15 dias a Santa Casa recebeu
144 propostas. Um numero que a coordenadora do projecto acha “insuficiente”
para a realidade do país.
Programa ajuda a criar o seu próprio emprego |
O Banco de Inovação Social (BIS) recebeu, em 15 dias, 144 candidaturas para
criação de emprego próprio e negócios sociais, "número que corresponde às
expectativas", mas que podia ser maior, atendendo aos números do
desemprego, segundo a responsável do projeto.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e uma rede de 25 parceiros
lançaram a 30 de abril o BIS, uma plataforma que visa apoiar projetos de
criação de negócios próprios apresentados por desempregados, pessoas em
situação precária ou à procura do primeiro emprego, mas também negócios
sociais.
A fase de candidaturas começou a 01 de maio e estende-se até 01 de Junho.
Até hoje, já foram apresentadas 144 candidaturas, havendo "um
equilíbrio" entre o número de pessoas que quer lançar um negócio próprio e
as que querem constituir um negócio social, disse hoje à agência Lusa a
diretora do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social da Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa (SCML).
Os projetos para criação de negócios sociais, que representam metade das
candidaturas, devem responder a "quatro necessidades identificadas"
pela plataforma: a promoção do envelhecimento ativo, o combate ao abandono
escolar, o combate ao desperdício e o combate ao desemprego.
Programa de
“oportunidade única”
Maria do Carmo Marques Pinto considerou que o número de candidaturas podia
ser maior, uma vez que é uma alternativa real de criação de emprego.
"Este programa oferece uma oportunidade às pessoas que estão
desempregadas, que têm um trabalho precário ou andam à procura da primeira
ocupação", sublinhou.
"Em vez de estarem à procura de um emprego, que é difícil devido às
condições económicas que o país atravessa, lançam-se no seu próprio negócio",
sustentou.
Como razões para não haver mais candidaturas, Maria do Carmo Marques Pinto
apontou a insuficiente divulgação do projeto junto de "um público mais
qualificado", sobretudo jovens, e de "profissionais altamente
qualificados que estão desempregados".
"Temos um raio de ação muito grande em Lisboa, mas é mais difícil
chegar no resto do país", comentou.
Outras razões prendem-se com o facto de as pessoas nunca colocarem essa
possibilidade seriamente, desconhecerem essa oportunidade e de não haver muito
a cultura de empreendedorismo em Portugal, justificou.
Todos os projectos serão válidos
Pedro Santana Lopes quer que Banco ajude 50 novos projetos |
O Banco de Inovação Social de apoio ao
empreendedorismo, assenta em dois eixos. Um deles pretende dar resposta a
quatro necessidades que precisam de "soluções rápidas": Criação de
emprego, promoção do envelhecimento ativo, combate ao desperdício e ao abandono
escolar, "um problema que tem vindo a agravar-se".
"Nós aceitamos projetos que
tragam uma solução a estes problemas", salientou a responsável.
O outro eixo dirige-se às pessoas
desempregadas, que estejam à procura do primeiro emprego ou tenham um trabalho
precário, com o objetivo de lançarem um "micro negócio".
"Aceitamos qualquer projeto, de
qualquer âmbito, pode ser a criação de uma fábrica de aviões, um estaleiro
naval ou abrir um cabeleireiro, o que entenderem. A única condição é que a
pessoa esteja numa situação precária para criar o seu próprio emprego",
realçou.
Os candidatos podem apresentar os seus
projetos de negócio até 1 de Junho.
Os selecionados vão receber um
conjunto de recomendações por parte do Banco. Se as aceitaram entram no
programa e, durante 20 meses, vão receber apoio técnico, logístico, recursos
humanos, apoio financeiro e formação, até que os projetos possam ser
desenvolvidos e sustentáveis.
A criação do BIS, que se constitui
como "o primeiro fundo de investimento social do país", e tem o apoio
do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social.
Apoio chegará a 50
projectos
A SCML estima ter cerca de 300 candidaturas e apoiar até 50 projetos.
"Quanto mais candidaturas tivermos maior poderá ser o número de apoios
que vamos dar", sublinhou a responsável.
Após o fecho das candidaturas, o BIS tem um mês para selecionar os
projetos.
"Temos de ser muito rápidos, as pessoas não podem estar à
espera", comentou.
"O compromisso do BIS é que o promotor possa desenvolver nas melhores
condições o seu projeto".
Para isso, é assinada "uma carta de compromisso com o promotor, em que
este se compromete a seguir as recomendações" do BIS durante a duração do programa
(20 meses).
"Vamos apoiá-lo no que for possível para que, 20 meses depois, o
negócio tenha condições de entrar no mercado com toda a capacidade e
segurança", disse Maria do Carmo Pinto.
Para dar um maior apoio aos promotores, o BIS lançou também até ao final de
mês "uma inscrição para voluntários tutores".´
Agência de Notícias
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