Regresso à cidade onde foi feliz
No pico da glória encarnada, os actuais campeões
europeus não eram ninguém. Agora, é o Benfica que vem do maior jejum de finais.
A última vitória encarnada também foi em Amesterdão, há 51 anos. Derrotou então
o poderoso Real Madrid por 5-3 e trouxe a Taça dos Campeões Europeus para
Lisboa. Será que Jesus consegue o mesmo diante do Chelsea, atual campeão em
título da Liga dos Campeões.
Benfica joga esta noite na Arena de Amesterdão final da Liga Europa |
“Nos anos 60 e 70 era das equipas que em mais finais estavam”, diz Jorge
Jesus, com um desvio na pontaria – na década de 70 o clube não foi a nenhuma.
“Nos últimos anos assim não tem sido, mas de há uns anos para cá o Benfica tem
vindo a recuperar esse prestígio”, prossegue. Para trás já estava a primeira
resposta do treinador, que marcou de imediato um contraste em relação à
conferência do Dragão: “É a minha primeira final de uma prova europeia. Mas de
certeza que vou ter mais passagens como esta, que estou a ter com muito orgulho
e satisfação.” Pronto, estava de volta o Jesus superconfiante.
Jogadores confiantes
Jogadores e treinador dizem-se motivados para vencer final |
Longe da vista, longe da cabeça: a distância de Portugal dá tranquilidade aos
encarnados. E não é só pelas palavras de JJ. Luisão utiliza a expressão “feliz”
para classificar uma série de aspectos, desde o ambiente no plantel ao
reencontro com David Luiz e Ramires. “E há aquele friozinho no estômago de
estar a jogar uma final”, assume o capitão. Ola John ri-se quando lhe perguntam
se o Chelsea está mais fraco este ano. Depois diz “nããão”, para depois
concluir: “Estão na final.” Ricardo Lemos, assessor do clube, dá-lhe um calduço
como quem aprova o comportamento, por muito que o extremo holandês (joga em
casa) pareça demasiado envergonhado para se alongar em comentários.
O Chelsea de Abramovich
O Benfica vive a época quase inteira como favorito onde quer que entre.
Aqui não é bem assim, por muito que na fase da sua maior grandeza o Chelsea
fosse um zé-ninguém na Europa. À excepção da conquista da Taça das Taças
(1971), todo o palmarés dos blues foi construído ao longo dos últimos 15 anos.
Desde 2003, emergiu apoiado na fortuna de Roman Abramovich e esteve em duas
finais da Liga dos Campeões – ganhou uma, há um ano. Se vencer esta noite, será
a primeira equipa detentora dos dois troféus da UEFA em simultâneo.
Mesmo assim, Petr Cech desconversa a história do favoritismo; Frank Lampard
faz o mesmo; e Rafa Benítez mostra-se orgulhoso. “Escolhemos jogadores inteligentes
para vir aqui falar”.
Em futebol não interessa quem fale bonito ou não. Interessa que ganhem
bonito e tratem a bola com perícia.
Chelsea já fez 67 jogos
esta época
Apesar de ambos terem sido desviados da Champions para
aqui, Benfica e Chelsea têm na Liga Europa um caminho para marcar uma época,
mesmo falhando tudo o resto. E chegam aqui no limite do cansaço: os ingleses
levam 67 jogos esta época, contra 53 da equipa da Luz (o Benfica tem mais
vitórias, 39 contra 38). Em média, um jogador do provável onze de Benítez (Eden
Hazard fica de fora, John Terry ainda está em dúvida) tem em média 47 jogos nas
pernas – no Benfica são 39. Se a capacidade física até pode fazer a diferença,
pelo menos Jesus fica satisfeito por estarem as duas equipas no mesmo ponto de
partida. “Têm as mesmas horas de recuperação, o mesmo tempo para poder só
recuperar e não treinar.” Benítez, na véspera do penúltimo jogo como treinador
do Chelsea, agarra-se antes aos números de uma temporada difícil: “Temos jogado
duas vezes por semana nos últimos seis meses”.
Nunca o Benfica passara tanto tempo (23 anos) sem uma final europeia; o Chelsea, por outro lado, está na segunda consecutiva. Esses extremos tocam-se esta noite. E, como Jesus diz na última frase da conferência, “não há desculpas”.
Nunca o Benfica passara tanto tempo (23 anos) sem uma final europeia; o Chelsea, por outro lado, está na segunda consecutiva. Esses extremos tocam-se esta noite. E, como Jesus diz na última frase da conferência, “não há desculpas”.
O percurso do
Benfica na Europa
Benfica quer fazer festa esta noite na Holanda e... em Lisboa |
O Benfica convidou todos os clubes europeus que o defrontaram esta época para estarem na final da Liga Europa em futebol, na qual a equipa “encarnada” defrontará hoje o Chelsea, em Amesterdão.
O convite foi endereçado a Bayer Leverkusen, Bordéus, Newcastle e
Fenerbahçe, clubes que o Benfica eliminou para chegar à final, mas também
a Barcelona, Celtic e Spartak Moscovo, adversários na “Champions”,
adiantou fonte do Benfica à agência Lusa.
Em Amesterdão, os “encarnados” irão disputar a nona final europeia da sua
história e regressam ao último palco onde conquistaram o derradeiro troféu, em
1962 na final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, com o Real Madrid (5-3).
Na sua história, o Benfica esteve em oito finais europeias, sete na Taça
dos Clubes Campeões Europeus, atualmente e com novo modelo designada de Liga
dos Campeões, e uma vez na Taça UEFA, também com novo figurino e que deu lugar
à Liga Europa.
Os únicos triunfos do clube da Luz tiveram lugar em 1960/61 e 1961/62,
então frente a FC Barcelona (3-2) e Real Madrid (5-3), respetivamente.
As restantes finais perdidas aconteceram com AC Milan (1963, 2-1), Inter
Milão (1965, 1-0), Manchester United (1968, 4-1), PSV Eindhoven (1988, 0-0, 6-5
nas grandes penalidades) e novamente com AC Milan (1990, 1-0).
A última final na segunda prova europeia data de 1983, com a equipa
“encarnada” a perder a duas mãos (derrota fora 1-0 e empate a 1-1 na Luz) com
os belgas do Anderlecht.
Esta temporada o Benfica terminou em terceiro lugar na fase de grupos da
Champions, atrás de FC Barcelona e Celtic Glasgow, e foi relegado para a Liga
Europa.
Na segunda competição da UEFA eliminou sucessivamente os alemães do Bayer
Leverkusen (vitórias 1-0 fora e 2-1 em casa), os franceses do Bordéus (vitórias
1-0 em casa e 2-3 fora), o Newcastle de Inglaterra (vitória 3-1 em casa e 1-1
fora) e Fenerbahçe, da Turquia, (derrota 1-0 fora e vitória 3-1 em casa).
Hoje às 19h45 defronta o Chelsea em directo na SIC.
Agência
de Notícias
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