Benfica joga hoje Final da Liga Europa


Regresso à cidade onde foi feliz

No pico da glória encarnada, os actuais campeões europeus não eram ninguém. Agora, é o Benfica que vem do maior jejum de finais. A última vitória encarnada também foi em Amesterdão, há 51 anos. Derrotou então o poderoso Real Madrid por 5-3 e trouxe a Taça dos Campeões Europeus para Lisboa. Será que Jesus consegue o mesmo diante do Chelsea, atual campeão em título da Liga dos Campeões.  

Benfica joga esta noite na Arena de Amesterdão final da Liga Europa 
 Numa das bancadas do Arena de Amesterdão há bandeirinhas azuis e brancas, já à espera dos adeptos do Chelsea. Na conferência de imprensa, quase um terço das perguntas feitas a Jorge Jesus, Ola John e Luisão puxa ainda pelo peso da derrota no clássico de sábado. Por mais que o Benfica tente seguir em frente, há algo que o puxa para trás. E não é só o passado mais recente, esse que põe em causa uma época que até há dias era consensualmente brilhante. Em Amesterdão, os encarnados são arrastados para uma viagem ao passado, para pouco mais de oito quilómetros do estádio da final de hoje. É a sombra do Benfica bicampeão europeu, o Benfica que atingiu o pico da sua glória internacional, do qual entretanto caiu lentamente. Neste caso, estar de regresso à capital holandesa é também um sinal de recuperação.
“Nos anos 60 e 70 era das equipas que em mais finais estavam”, diz Jorge Jesus, com um desvio na pontaria – na década de 70 o clube não foi a nenhuma. “Nos últimos anos assim não tem sido, mas de há uns anos para cá o Benfica tem vindo a recuperar esse prestígio”, prossegue. Para trás já estava a primeira resposta do treinador, que marcou de imediato um contraste em relação à conferência do Dragão: “É a minha primeira final de uma prova europeia. Mas de certeza que vou ter mais passagens como esta, que estou a ter com muito orgulho e satisfação.” Pronto, estava de volta o Jesus superconfiante.

Jogadores confiantes 
Jogadores e treinador dizem-se motivados para vencer final 
Longe da vista, longe da cabeça: a distância de Portugal dá tranquilidade aos encarnados. E não é só pelas palavras de JJ. Luisão utiliza a expressão “feliz” para classificar uma série de aspectos, desde o ambiente no plantel ao reencontro com David Luiz e Ramires. “E há aquele friozinho no estômago de estar a jogar uma final”, assume o capitão. Ola John ri-se quando lhe perguntam se o Chelsea está mais fraco este ano. Depois diz “nããão”, para depois concluir: “Estão na final.” Ricardo Lemos, assessor do clube, dá-lhe um calduço como quem aprova o comportamento, por muito que o extremo holandês (joga em casa) pareça demasiado envergonhado para se alongar em comentários.

O Chelsea de Abramovich
O Benfica vive a época quase inteira como favorito onde quer que entre. Aqui não é bem assim, por muito que na fase da sua maior grandeza o Chelsea fosse um zé-ninguém na Europa. À excepção da conquista da Taça das Taças (1971), todo o palmarés dos blues foi construído ao longo dos últimos 15 anos. Desde 2003, emergiu apoiado na fortuna de Roman Abramovich e esteve em duas finais da Liga dos Campeões – ganhou uma, há um ano. Se vencer esta noite, será a primeira equipa detentora dos dois troféus da UEFA em simultâneo.
Mesmo assim, Petr Cech desconversa a história do favoritismo; Frank Lampard faz o mesmo; e Rafa Benítez mostra-se orgulhoso. “Escolhemos jogadores inteligentes para vir aqui falar”.
Em futebol não interessa quem fale bonito ou não. Interessa que ganhem bonito e tratem a bola com perícia.

Chelsea já fez 67 jogos esta época
Apesar de ambos terem sido desviados da Champions para aqui, Benfica e Chelsea têm na Liga Europa um caminho para marcar uma época, mesmo falhando tudo o resto. E chegam aqui no limite do cansaço: os ingleses levam 67 jogos esta época, contra 53 da equipa da Luz (o Benfica tem mais vitórias, 39 contra 38). Em média, um jogador do provável onze de Benítez (Eden Hazard fica de fora, John Terry ainda está em dúvida) tem em média 47 jogos nas pernas – no Benfica são 39. Se a capacidade física até pode fazer a diferença, pelo menos Jesus fica satisfeito por estarem as duas equipas no mesmo ponto de partida. “Têm as mesmas horas de recuperação, o mesmo tempo para poder só recuperar e não treinar.” Benítez, na véspera do penúltimo jogo como treinador do Chelsea, agarra-se antes aos números de uma temporada difícil: “Temos jogado duas vezes por semana nos últimos seis meses”.
Nunca o Benfica passara tanto tempo (23 anos) sem uma final europeia; o Chelsea, por outro lado, está na segunda consecutiva. Esses extremos tocam-se esta noite. E, como Jesus diz na última frase da conferência, “não há desculpas”.

O percurso do Benfica na Europa 
Benfica quer fazer festa esta noite na Holanda e... em Lisboa 

O Benfica convidou todos os clubes europeus que o defrontaram esta época para estarem na final da Liga Europa em futebol, na qual a equipa “encarnada” defrontará hoje o Chelsea, em Amesterdão.
O convite foi endereçado a Bayer Leverkusen, Bordéus, Newcastle e Fenerbahçe, clubes que o Benfica eliminou para chegar à final, mas também a Barcelona, Celtic e Spartak Moscovo, adversários na “Champions”, adiantou fonte do Benfica à agência Lusa.
Em Amesterdão, os “encarnados” irão disputar a nona final europeia da sua história e regressam ao último palco onde conquistaram o derradeiro troféu, em 1962 na final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, com o Real Madrid (5-3).
Na sua história, o Benfica esteve em oito finais europeias, sete na Taça dos Clubes Campeões Europeus, atualmente e com novo modelo designada de Liga dos Campeões, e uma vez na Taça UEFA, também com novo figurino e que deu lugar à Liga Europa.
Os únicos triunfos do clube da Luz tiveram lugar em 1960/61 e 1961/62, então frente a FC Barcelona (3-2) e Real Madrid (5-3), respetivamente.
As restantes finais perdidas aconteceram com AC Milan (1963, 2-1), Inter Milão (1965, 1-0), Manchester United (1968, 4-1), PSV Eindhoven (1988, 0-0, 6-5 nas grandes penalidades) e novamente com AC Milan (1990, 1-0).
A última final na segunda prova europeia data de 1983, com a equipa “encarnada” a perder a duas mãos (derrota fora 1-0 e empate a 1-1 na Luz) com os belgas do Anderlecht.
Esta temporada o Benfica terminou em terceiro lugar na fase de grupos da Champions, atrás de FC Barcelona e Celtic Glasgow, e foi relegado para a Liga Europa.
Na segunda competição da UEFA eliminou sucessivamente os alemães do Bayer Leverkusen (vitórias 1-0 fora e 2-1 em casa), os franceses do Bordéus (vitórias 1-0 em casa e 2-3 fora), o Newcastle de Inglaterra (vitória 3-1 em casa e 1-1 fora) e Fenerbahçe, da Turquia, (derrota 1-0 fora e vitória 3-1 em casa).
Hoje às 19h45 defronta o Chelsea em directo na SIC.
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Agência de Notícias 

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