Serviço de oncológia no Barreiro chega ao Parlamento

PSD e CDS asseguram que oncologia no Barreiro não vai fechar

PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes pediram nesta quinta-feira ao Governo a continuidade dos serviços de oncologia no centro hospitalar Barreiro/Montijo, juntando-se a cinco mil cidadãos que assinaram uma petição contra a redução de médicos desta especialidade, avança a agência Lusa. Em resposta, os partidos da maioria asseguraram esta quinta-feira no parlamento que não há qualquer intenção do Governo de encerrar o serviço.

Maioria garantiu, no Parlamento,  oncologia no hospital do Barreiro  

“Os recursos humanos, nomeadamente os especialistas de oncologia médica em tempo completo, não são suficientes para atender todos os doentes”, afirma o texto do abaixo-assinado, que acrescenta que “os médicos especialistas de oncologia médica que recentemente saíram do serviço não foram até ao momento substituídos”.
Para os subscritores, “não se descortina qualquer razão válida para o desprover de recursos humanos especializados” e, com esta medida, “fica posto em causa o interesse público configurado pelos doentes e pela instituição, que definiu desde 1997 a oncologia como uma área de desenvolvimento estratégico e realizou investimentos vultuosos para garantir este objectivo, agora posto em causa”.
Este centro hospitalar tem o “ciclo completo para diagnóstico e tratamento de doentes oncológicos, único na península de Setúbal”, refere ainda a petição, que será discutida em plenário na quinta-feira, a par de iniciativas de todos os partidos da oposição.

As bancadas do PCP, BE e Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) reclamam a contratação de médicos especializados para o serviço de oncologia do centro hospitalar, bem como a implementação de uma plataforma de complementaridade entre os hospitais do Barreiro, Almada e Setúbal.
No seu projecto de resolução, o PCP refere que “o adiamento da resolução definitiva das carências registadas no serviço de oncologia do centro hospitalar Barreiro/Montijo demonstra um comportamento desumano do Governo relativamente aos doentes oncológicos”. "O grave problema que mais uma vez aqui se coloca é o da carência de profissionais de saúde. Num curto espaço de tempo, o serviço de oncologia perdeu vários especialistas a tempo inteiro, sem terem sido substituídos", alertou o deputado comunista Bruno Dias, repudiando o "carácter particularmente revoltante e até desumano deste tipo de opções políticas".
O Bloco de Esquerda recorda que a proposta de complementaridade entre os três hospitais do distrito de Setúbal data de 2007, mas “a escassez de profissionais bem como constrangimentos diversos entre as unidades hospitalares têm impedido a efectivação desta plataforma”, diz Mariana Aiveca.
Na sua iniciativa, Heloísa Apolónia, do PEV, relata que o centro hospitalar Barreiro/Montijo cedeu “por interesse público de um especialista do serviço de oncologia para o hospital Garcia de Orta”, em Almada, defendendo que “não pode acontecer que para ajudar num lado se danifique no outro, comprometendo o funcionamento de serviços de saúde e de respostas à população”. Heloísa Apolónia referiu ainda que foi criado "um serviço de excelência, coisa quase rara", mas a carência de profissionais de saúde levou a uma "insuficiência do próprio serviço".

PSD e CDS-PP garantem continuação de serviço
Em reposta, os partidos da maioria asseguraram esta quinta-feira no parlamento que não há qualquer intenção do Governo de encerrar o serviço de oncologia no Centro Hospitalar Barreiro/Montijo.
O social-democrata Bruno Vitorino disse não compreender as iniciativas dos três partidos, ao afirmar que já foi repetido "à exaustão" que "não há orientações nem decisões políticas para encerrar", acusando a "esquerda radical" de recorrer a "falsidades e ao alarme geral".
O deputado do CDS João Serpa Oliva afirmou que "a falta de especialistas é um dos problemas mais graves" na oncologia e assegurou não existir "qualquer opção governativa" de encerrar este serviço. Pelo contrário, sublinhou, já abriram vagas para contratar novos profissionais, mas o conselho de administração tem tido "dificuldade em encontrar" interessados.
A socialista Antónia Almeida Santos citou uma resposta do Governo no mesmo sentido e acrescentou: "Quero acreditar nisto e não na hipótese, que já ouvi, de um mega centro hospitalar para 700 mil utentes na península de Setúbal".


Agência de Notícias 

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