Ex-jogador do Benfica condenado a 13 anos por abusos sexuais de menores
O antigo guarda redes do Benfica, Álvaro Reis, foi
condenado a 13 anos de cadeia por abusos sexuais de menores. O tribunal de Sesimbra
considerou que ficaram provados todos os crimes de violação e coação sexual das
duas enteadas, na altura com 13 e 15 anos. O arguido admitiu os factos, mas
sempre garantiu que as relações sexuais eram consentidas e que as menores, por
serem brasileiras, já tinham uma vida sexual activa. A defesa deve recorrer da
sentença.
Álvaro Reis foi condenado a 13 anos de cadeia |
Os crimes que cometeu são muito graves
e o tribunal considera que, "se saísse em liberdade, havia a probabilidade
de repetir os abusos sexuais. Não ficaria por aqui". Álvaro Reis,
ex-jogador do Benfica, não gostou de ouvir as palavras da juíza do Tribunal de
Sesimbra, ontem de manhã - foi condenado a 13 anos de cadeia por violar duas
enteadas entre 2008 e 2011.
A meio da
audiência, o ex-futebolista, agora com 63 anos, sentou-se [quando devia estar
de pé a ouvir o acórdão], e por mais do que uma vez interrompeu a juíza.
"As suas declarações durante o julgamento, em que dizia que as relações
sexuais foram consentidas, não convenceram o tribunal, e até soubemos que uma
delas ficou com uma depressão e a outra quis mesmo mudar de residência para o
Seixal, para se libertar dos abusos", continuou a juíza. E acrescentou:
"Todos os factos da acusação [cinco crimes de violação, onze crimes de
coação sexual e um de ato sexual com adolescentes] ficaram provados.
Agressor “irritado” com juíza
Sempre teve a ideia de que, por as
suas enteadas serem brasileiras, elas nunca iriam denunciá-lo por estes crimes.
Ainda hoje pensa que foi vítima de uma armadilha da sua mulher, mas o tribunal
não acredita nisso".
Álvaro Reis,
que aguardava esta decisão em prisão preventiva, disse a meio da sessão que não
estava a acreditar no que ouvia. "Estou a sentir-me mal com o que está a
ser dito aqui" A juíza respondeu: "Se não está bem chama--se o
INEM".
A par das
violações e dos abusos sofridos, segundo a juíza, ficou provado que as
raparigas, na altura com 13 e 15 anos, foram ameaçadas para manterem relações
sexuais, "uma de mês a mês e a outra duas a três vezes por semana".
Álvaro Reis forçava as jovens ao
silêncio, dizendo-lhes que se fosse denunciado, a mãe acabaria morta. O
advogado de defesa do ex-jogador não quis dizer se vai recorrer da decisão.
Defesa deve recorrer
Seis meses depois da detenção pela PJ de Setúbal, o
predador sexual foi agora acusado pelo
MP de Sesimbra por 17 crimes: cinco de violação agravada, onze de coacção
sexual - um deles de forma tentada - e um crime de acto sexual com adolescente.
Ontem os factos foram provados pelo tribunal.
A antiga glória do Benfica, que após abandonar o estrelato
se dedicou à pesca, começou a abusar da enteada mais velha em 2008 e a partir
de 2010, virou as atenções para a mais nova.
A defesa deve recorrer da sentença e reafirma que não há
provas de que as relações sexuais não tenham sido consentidas pelas menores.
A mãe das vítimas diz que a condenação é justa, mas não
paga o que aconteceu.
Agência de Notícias
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