Trabalhadores apelam a intervenção do Presidente da República
O Sindicato dos Trabalhadores das Industrias
Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte)
reclamou, na passada quinta-feira, a intervenção do Presidente da República
para "impedir o encerramento" da Siderurgia Nacional, no Seixal e na
Maia. No entanto, quer na Maia quer no Seixal, onde o gigante do aço tem
empresas, os trabalhadores acreditam que a empresa terá acenado com deslocação
para Espanha como “forma de pressionar o governo português”. Na verdade, é que
anda ninguém do Governo se preocupou seriamente com o problema.
Trabalhadores apelam à intervenção do Presidente da República |
Em comunicado, o sindicato diz ter
"solicitado a intervenção" de Cavaco Silva numa "exposição"
enviada ao Chefe de Estado e adianta ter ainda pedido uma reunião ao ministro
da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira, "para defender a manutenção
da empresa, do emprego e combater a desindustrialização".
Com o mesmo objetivo, o sindicato já
terá realizado uma reunião com a Câmara da Maia, tal como a delegação do sul
fez com a autarquia do Seixal.
Em causa está a eventual deslocalização
da produção Siderurgia Nacional para Espanha, devido aos custos da energia em
Portugal, que se refletem fortemente naquele que é o maior consumidor de eletricidade
no país.
Há cerca de um mês, os trabalhadores
da empresa dizem ter sido informados desta possibilidade pela administração,
tendo, desde logo, apelado à intervenção do Governo.
Com duas unidades fabris em Portugal,
no Seixal e na Maia, a Siderurgia Nacional emprega cerca de 750 pessoas em
Portugal.
Agora de capitais espanhóis, o grupo
tem ainda uma unidade na Galiza.
Adiantando ter-se já reunido com a
administração da Siderurgia Nacional na Maia, o Site-Norte diz ter visto
confirmados "os rumores sobre a hipótese de encerramento" devido a
"dificuldades de mercado, nomeadamente a nível ibérico, e à queda do
negócio imobiliário".
"Acrescentou ainda a
administração da Siderurgia dificuldades com preços de matérias-primas e,
sobretudo, os preços elevados da energia, que pesam muito em alguns problemas
que estão a atravessar".
Deslocação para Espanha
pode apenas representar pressão
Segundo o sindicato, a administração
da Siderurgia na Maia recordou que, em Espanha, "foi possível efetuar um
acordo com o respetivo Governo sobre preços energéticos" e que, "no
mesmo sentido, foi solicitada a intervenção do Governo português, para ajudar a
manter a empresa em Portugal".
Apesar de ter já "realizado
reuniões com responsáveis governamentais", a administração da empresa
disse ao Site-Norte não ter ainda obtido "qualquer resultado" e terá
salientado que "a viabilidade da empresa em Portugal passa muito por
medidas governamentais".
No passado dia 7, o Sindicato dos
Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente
do Sul disse, contudo, acreditar que a Siderurgia Nacional vai continuar em
Portugal e que a eventual deslocação para Espanha foi uma forma de pressão.
Agências de Notícias
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