Almada, capital do teatro de 4 a 18 de Julho
Agência de Notícias
A 30.ª edição do
Festival de Teatro de Almada vai ter em palco mais dez espectáculo que a
anterior, sendo dezoito deles apresentados por companhias estrangeiras e dez
portuguesas, contando ainda com seis estreias. Outra das marcas é a homenagem
ao seu fundador, o encenador e autor Joaquim Benite. Peter Stein, José Luis Goméz, Luís Miguel Cintra, Ibsen, Strindberg,
Beckett marcam presença.
Organização apresentou 30ª edição do Festival de Teatro de Almada |
A decorrer de 4 a 18 de Julho, em nove salas entre Almada e
Lisboa, a edição deste ano será a primeira após o falecimento do encenador e
autor Joaquim Benite, criador deste festival que deu o primeiro passo num palco
montado no Pátio Prior do Crato, em Almada Velha, e veio a tornar-se num dos
mais importantes da Europa.
“O que distingue
Joaquim Benite é a capacidade de ter criado um projecto não pessoal, mas para a
população. E também a forma como preparou o futuro de um projecto com base num
teatro ideológico que sobrevive para além do seu falecimento ”, afirma Rodrigo
Francisco.
A falta de verbas continua a ser uma das dores de cabeça da
organização do Festival de Almada, mais ainda quando a Secretaria de Estado da
Cultura criou um tecto financeiro a ser dividido entre a sustentabilidade da
Companhia de Teatro de Almada (CTA) e o Festival. “Através da DGArtes o
Festival recebe 150 mil euros”, refere o director da Companhia. Da Câmara de
Almada recebeu 200 mil euros e a própria CTA através de receitas próprias
investiu 195 mil euros. Por isso Rodrigo Francisco comenta que a subvenção estatal
“recuou 19 anos, para níveis de 1997”.
Mas com trabalho para captar fundos do QREN, acordos com
entidades que normalmente apoiam o Festival e a entrada de novos
patrocinadores, a 30.ª edição montou um programa alargado que vai ainda prestar
tributo a “três mestres do teatro”: os encenadores Luís Miguel Cintra, o alemão
Peter Stein e o espanhol José Luís Gómez.
Nomes presentes ainda deste festival são os dramaturgos
Samuel Beckett, August Strindberg, Henrik Ibsen, o ator Klaus Maria Brandauer,
que atuou em filmes como "África minha", "O pianista" ou
"Nunca mais digas nunca", o Thêatre de Ville, do luso-descendente
Emmanuel Demarcy-Mota, e companhias como os Artistas Unidos e a Cornucópia.
Preços mais
acessíveis
Para além do trabalho de companhias nacionais, o público
vai ter em palco produções francesas, gregas e finlandesas, entre outras. O
programa contempla ainda música sinfónica e ópera, homenagens a Joaquim Benite
através de material documental, um colóquio sobre a sua obra e documentário
“Não basta dizer não” sobre a criação do seu último espectáculo, Timão de
Atenas, de Shaskespeare.
O espectáculo de honra desta edição, o mais votado pelo
público no ano passado, é O senhor Ibrahim e as flores do Corão, encenado e
interpretado por Miguel Seabra. Público que este ano vai ter preços mais
acessíveis para os espectáculos; as assinaturas para todo o programa é de 70
euros, mas se forem adquiridos dois passes ficam ambos por 100 euros.
A autora do cartaz do 30.º do festival, que a partir de
agora passa a designar-se Festival de Almada Fundado por Joaquim Benite, é a
artista Adriana Molder, que tem patente na Casa da Cerca a exposição
Dodecaedro. Um trabalho que apresenta doze rostos femininos, todos eles na
transformação de uma mesma mulher.
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