Dar nova vida ao bairro da
Bela Vista
A criação de espaços de
lazer, que asseguram a fácil circulação entre os blocos de edifícios, é o
principal objetivo da reabilitação dos 19 pátios do bairro da Bela Vista, em
Setúbal, inaugurados no sábado à tarde pela Câmara de Setúbal.
Iluminação,
repavimentação, drenagem de águas pluviais e arborização foram aspetos alvo de
intervenção destas áreas comuns, com uma área total de 32 mil metros quadrados,
criando novas zonas de estadia e equipamentos para uma ocupação coletiva e
multifuncional.
A substituição
integral dos pavimentos, com a introdução de materiais de várias cores,
calçadas de vidraço e cubos de granito, é uma das operações mais percetíveis
nestes espaços, aptos para acolher várias atividades e diversos comportamentos
sociais.
A remodelação da rede de iluminação pública, com a colocação de novos focos de
luminosidade nos pátios e passeios, foi outras das ações executadas nesta
empreitada, no âmbito da qual foram plantadas mais de duas centenas de novas
árvores de folha caduca, que permitem o ensombramento durante os períodos de
maior radiação solar e o aproveitamento de calor nas épocas frias.
Além de mobiliário
urbano, como bancos e papeleiras, e de sumidouros para aumentar a eficiência da
drenagem das águas pluviais, foram também criadas zonas de estacionamento
organizado e definidas condições para a entrada e circulação de viaturas de
emergência e para cargas e descargas.
As operações
incluíram, igualmente, a recuperação de um anfiteatro existente num dos pátios
e a criação de outras duas zonas, noutros locais, com funções idênticas, que
permitem a prática de desportos e a dinamização de diversas iniciativas
culturais.
Transformar a Bela Vista num bairro “onde todos se sintam
bem”
Durante cerca
de duas horas, a presidente da autarquia, Maria das Dores Meira, acompanhada de
vereadores e do presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, percorreu
estes espaços requalificados, dotados de rampas e escadas que asseguram, sem
barreiras urbanísticas, a continuidade dos percursos entre os 19 pátios.
População e autarquia desejam que este seja o início de uma nova fase |
No último, com
um anfiteatro, foi descerrada uma placa que assinala a inauguração deste
projeto, que a autarca destacou como uma “âncora” para uma melhor qualidade de
vida e sentimento de pertença dos moradores.
A presidente lembrou
ainda que noutra intervenção, de recuperação de edifícios, como a pintura de
fachadas, no âmbito do programa municipal “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, foram
os próprios moradores que, “com as suas mãos e o seu saber”, quiseram “ajudar a
transformar o bairro”, tornando-o num espaço onde “todos se sintam bem”.
De igual
forma, decidiram o que se deveria arranjar, pintar e melhorar, uma vez que a
Câmara Municipal “apenas criou as condições para que fosse também a população
do bairro a assumir esta colossal missão”, diz Maria das Dores Meira.
O projeto “Reconversão
dos Espaços Comuns da Bela Vista”, integrado no programa RUBE – Regeneração
Urbana da Bela Vista e Zona Envolvente, teve um investimento de 1 milhão e 285
mil euros, comparticipado em 65 por cento através PORLisboa – Programa
Operacional Regional de Lisboa, ao abrigo do QREN – Quadro de Referência Estratégico
Nacional.
O inicio da transformação da Bela Vista
A marcar este dia em
que foi formalizado “mais um estágio da transformação” que está a acontecer no
bairro, foi ainda inaugurado o Núcleo Museológico Urbano da Bela Vista, projeto
desenvolvido pelo escultor João Limpinho.
A partir de
materiais como a sucata, o escultor deu forma às peças e as crianças das escolas
do Agrupamento Ordem de Sant’Iago ofereceram cor ao conjunto de borboletas
intitulado “A Metamorfose”, instalação que pode ser vista junto da EB1/JI da
Bela Vista, na Rua do Monte.
O escultor
explicou que esta primeira peça, símbolo do “início da transformação da Bela
Vista”, pertence a um conjunto de outras 16 que serão colocadas nos vários
pátios, constituindo o Núcleo Museológico Urbano, outra ação do programa RUBE,
que se espera vir a “atrair gente fora do bairro” proporcionando um “convívio
saudável”.
A presidente
da Autarquia frisou que as borboletas são uma “metáfora da metamorfose que se
está a operar na Bela Vista, um bairro de muitas culturas, um bairro que se
transforma, evolui e fica mais belo”.
Maria das
Dores Meira exemplificou esta mudança com o trabalho conseguido no Forte da
Bela Vista, bairro que “foi todo recuperado pelos moradores” através do
programa municipal “Nosso Bairro, Nossa Cidade”. “Hoje não tem um risco numa
parede”.
Ao enunciar as
várias ações – desde as pinturas de fachadas à limpeza e arrumação dos
condomínios, passando pela retificação de caixas de recolha de esgotos
domésticos –, a autarca destacou a proximidade com a população, lembrando a
realização de 107 reuniões com 745 moradores, a eleição de 220 interlocutores em
todo o processo de renovação da Bela Vista e bairros envolventes e a
constituição da comissão de moradores do Forte da Bela Vista.
Agência de Notícias
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