Carris: sindicatos exigem subsídio para ir ao barbeiro

12 euros por mês para os trabalhadores da Carris cortar o cabelo

A administração da Carris e os sindicatos vão reunir-se para debater a possibilidade de encerrar as barbearias da empresa, em troca do pagamento de 12 euros a cada trabalhador, para que possam cortar a barba ou o cabelo, uma proposta dos representantes dos trabalhadores da Carris, avança o Diário Económico.

Funcionários da Carris querem subsídio de barba e cabelo 

Segundo o jornal, a administração da Carris vai reunir-se com os representantes dos trabalhadores para debater o encerramento das barbearias da empresa, a troco do pagamento mensal de pouco mais de 10 euros a cada trabalhador.
Esta e outras questões relacionadas com a Carris já tinham sido levadas à Assembleia da República, a 24 de Maio, e voltam a estar na ordem do dia.
Os comunistas dizem ainda que a cláusula 69º, que abrange estes serviços, "há anos que deixou de ser respeitada, tendo a empresa procedido ao encerramento das barbearias".
O documento foi assinado pelos deputados do PCP Bruno Dias e Miguel Tiago, que acusam ainda a administração da empresa de não respeitar o horário semanal de 40 horas e as cláusulas relativas ao pagamento suplementar.

Administração surpreendida com pedido
A administração admite que essa regalia faz parte do contrato da empresa, mas estranha o pedido na atual situação de crise económica, salientando que as barbearias não são usadas há anos e que a própria Comissão de Trabalhadores sugeriu que se adaptasse o espaço para uma sala de refeições. Em declarações ao DE, uma fonte oficial da administração da Carris indicou que, "até 2007, a empresa teve barbeiros no seu quadro de pessoal e após esta data as instalações mantiveram-se operacionais", adiantando ainda que "não é possível apurar com exactidão quais eram os custos anuais associados a este serviço".
O ADN sabe que há quatro estações da Carris que têm uma sala disponível com uma cadeira de barbeiro – Santo Amaro, Pontinha, Musgueira e Miraflores – que estão vazias. A proposta dos 12 euros vai ser discutida entre a administração da Carris e os vários sindicatos da empresa, sendo que há os que consideram a questão das barbearias um ponto lateral.

Tribunal de Contas “arrasa” gestão
As negociações vão decorrer numa altura em que o Tribunal de Contas revela que a Carris subiu os salários base da administração em 2009/2011 após a lei que eliminou as despesas de representação e remunerações por acumulação de funções.
O relatório revela também preocupações sobre as contas da empresa por causa dos contratos swap que celebrou. As perdas avultadas com estes contratos e a dificuldade da Carris em refinanciar dívida aumentaram os custos financeiros para 51,3 milhões de euros em 2011. Para a instituição liderada por Guilherme d’Oliveira Martins, estes gastos "ameaçam a sustentabilidade" da empresa.

Agência de Notícias 

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