A
carta que nunca te entreguei
Quem
diria… que há mesmo momentos na vida em que paramos para pensar como tramado
consegue ser o destino e as voltas que a vida dá…Quem
diria… que hoje me levanto cedo e te espero acordar e celebro logo com um beijo
quando encontro o teu olhar… que brinco com a forma como ele me hipnotiza, que
o teu sorriso pela manha é o que me faz continuar… que a brisa fresca que nos
envolve me acalma, que o calor do teu corpo me paralisa e que o teu abraço… ah
o teu abraço… quisera eu ter descoberto mais cedo a força do teu abraço.
Quem
diria naquela noite fresca de verão que te conheci que tempos mais tarde o
destino nos faria cruzar e quem diria que eu me ia apaixonar… Logo eu… que
sempre duvidei do amor e que mesmo depois de cair nas garras dele jurei que
jamais aconteceria… logo eu que nunca fui de gostar facilmente das pessoas…
logo eu que sempre fui de mau feitio permanente e que sempre achei que não
encontraria um feitio à minha altura, para me irritar, para me dar luta, para
me provar que existe sempre alguém à nossa espera, mesmo sem saber… alguém para
nos desarmar, para nos inquietar, alguém para nos fazer florescer um lado
sensível, que é grande… enorme… alguém que nos faz amar.
Há
uma luz que te ilumina, o brilho que sai dos meus olhos quando te encontram… há
em ti uma essência quem não mesmo consigo explicar… Ao teu lado sinto-me
protegida, desejada, querida e acima de tudo ao teu lado sinto verdade….
Verdade nas tuas palavras, de como elas ecoam não da tua boca mas do fundo dos
teus olhos. Esses acastanhados, fortes, marcados pela luta da vida,
transformam-se em olhos de menino, garoto, indefeso e frágil q só eu posso
proteger… envolvo-te nos meus braços como quem envolve o mundo e sinto-me
entrar numa bolha, como uma bola de sabão inquebrável por qualquer ser. E quem
perguntar porque estou sempre a sorrir, diz-lhe que olhe no meu olhar, não há
maneira mais fácil de explicar.
És
noite de festa, a razão que me faz dançar e quando no ar já não se ouvem
melodias, olho para ti e juntos cantamos uma canção… a minha... tua… nossa canção.
Como fazem os apaixonados, loucos, endiabrados… dançando no meio da rua,
celebrando a vida e um grande amor…
Querendo
apenas que saibas como te transformaste importante para mim, como preciso de
ti... Quão bela sou quando estou contigo e quão maravilhoso tu próprio és.
Amo-te
Cátia Neves
Lisboa
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