Barcos suprimidos preocupa PCP do Montijo

Transtejo vai ter novos maquinistas à custa de rescisões amigáveis

As ligações fluviais entre o Terreiro do Paço, em Lisboa, e o Montijo, foram suprimidas em alguns horários por “motivos de ordem técnica”, avançou a Transtejo. No entanto, o verdadeiro problema foi a falta de pessoal, nomeadamente de maquinistas práticos. A empresa precisa de pessoal e o Governo não terá dado autorização a tempo. A resposta já terá chegado e diz que o Governo autoriza quatro contratações mas exige rescisões amigáveis noutros sectores da empresa. Os problemas nas ligações, no entanto, podem continuar. A Comissão Concelhia do Montijo do PCP promete “pedir explicações” na Assembleia da República e considera “um desrespeito” pelos utentes.

Situação na Transtejo preocupa PCP do Montijo 

O Grupo Transtejo reconhece que não tem trabalhadores suficientes para assegurar as tripulações e por isso, nos próximos dias, pode haver problemas semelhantes aos registados a 11 de Dezembro. Recorde-se que nesse dia a Transtejo teve de suprimir algumas ligações entre Lisboa e Montijo.
Inicialmente, a empresa alegou motivos de ordem técnica que impediram durante a tarde a travessia de barco entre o Montijo e Terreiro do Paço, em Lisboa. No entanto, em declarações à Rádio Renascença, a Transtejo reconheceu que o problema deveu-se à falta de pessoal.
Nestes esclarecimentos, a Transtejo adiantou ainda que “esta situação não é nova, que a empresa nunca teve efectivos para substituições devido a férias, mas tem resolvido o problema com contratações a termo certo”. A empresa refere ainda que a “situação agravou-se com a passagem à reforma de alguns maquinistas e pedidos de rescisão de contrato”.

Governo autoriza contratação de quatro maquinistas 
Para resolver a falta de maquinistas que tem condicionado a circulação dos barcos da Transtejo, o Governo autorizou a contratação de mais quatro maquinistas para a empresa.
O despacho conjunto dos secretários de Estado do Tesouro e dos Transportes tem carácter extraordinário e esclarece, desde já, que pressupõe a equivalente redução do número de trabalhadores noutras áreas da empresa.
De acordo com informação recolhida junto do Ministério da Economia, essa adaptação irá ser feita através de um plano de rescisões amigáveis a implementar pela empresa num prazo não superior a seis meses.
Até lá, sem trabalhadores suficientes para assegurar as tripulações, nos próximos dias, pode haver problemas semelhantes aos registados no dia 11 deste mês.

PCP vai pedir explicações 
O problema é visto “com apreensão “ pela Comissão Concelhia do Montijo do PCP.
Os comunistas consideram “um desrespeito, que já vem sendo habitual, pelos utentes deste serviço, uma vez que não houve qualquer aviso prévio, [dia 11] nem foram garantidas pela Transtejo as devidas alternativas”. Para o PCP do Montijo, “estas limitações ao direito da mobilidade, são consequência direta do Pacto de Agressão assinado entre PS/PSD/CDS com a Troika estrangeira, e têm um impacto brutal na vida das pessoas”.
Com a aprovação do Orçamento do Estado para 2014, “o risco de esta situação voltar a acontecer, ou mesmo passar de uma situação ocasional para uma situação diária é ainda maior”, refere o partido em comunicado enviado ao ADN.
O PCP irá levar esta questão à Assembleia da República, “questionando os motivos que levaram a esta situação, exigindo que exista um real investimento público na Transtejo, melhorando a qualidade do serviço”, refere a concelhia do Montijo.
Os comunistas apelam ainda “aos utentes e a todos os cidadãos do Montijo, que se insurjam contra estas medidas, e participem na Vigília da CGTP-IN do próximo dia 19 às 19 horas, em Belém, com a exigência de que o Presidente da República vete o Orçamento do Estado para 2014”.

Agência de Notícias
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