Buscas interrompidas no Meco devido ao mau tempo

 Corpos podem demorar semanas a aparecer 

A agitação marítima levou à interrupção da busca dos corpos dos cinco jovens que foram levados por uma onda na praia do Meco, no concelho de Sesimbra, na madrugada de sábado para domingo, e o aviso laranja do Instituto Português do Mar e da Atmosfera aponta para que a situação se mantenha nos próximos dias. Resta a procura junto à costa.

Buscas só estão a ser feitas por terra disse a Polícia Marítima 

O capitão do Porto de Setúbal, comandante Lopes da Costa, diz que as buscas marítimas já não foram retomadas na manhã desta quinta-feira pelo facto de as condições do mar não o permitirem “e não é previsível que se efectuem nos próximos dias”.
Aliás, mesmo em terra a forte chuva está a fazer com que as equipas tenham o trabalho dificultado e que o tenham de fazer de forma interrupta. “Durante a noite o patrulhamento foi feito com moto 4 mas cerca das 5h30 a chuva era torrencial e não havia visibilidade”, acrescentou o comandante Lopes da Costa, explicando que por agora vão fazendo as buscas em terra sempre que o tempo o permita.
Neste momento, a estratégia continua a ser a iniciada na terça-feira, ou seja, concentrar as buscas junto à costa,  não só por não ser possível entrar no mar mas, sobretudo,  porque os cálculos do Instituto Geográfico apontarem para que os corpos das quatro raparigas e do rapaz se tenham dirigido para sul e que exista 80 por cento de probabilidade de virem parar a terra. As buscas que inicialmente abrangiam uma área de três mil milhas têm agora cerca de cinco mil, entre a Praia do Meco e a Praia das Bicas. O comandante admite que estes casos variam muito e que os corpos tanto aparecem nas primeiras horas como podem demorar semanas ou mesmo meses.

Lusófona pede “introspecção” e “avaliação” sobre a tragédia  
Familiares  e amigos continuam no local onde são acompanhados  
Ao todo, no grupo estavam sete jovens, com idades entre os 21 e os 25 anos, todos estudantes da Universidade Lusófona. Um deles conseguiu sair do mar e foi quem deu o alerta às autoridades. O corpo de um outro foi encontrado já sem vida no domingo de manhã. Entretanto, num comunicado, a Universidade Lusófona, já veio “manifestar o seu pesar pelos trágicos acontecimentos”, anunciando a declaração de três dias de luto à comunidade académica e solicitando a todos “o maior recolhimento, introspecção e avaliação” da situação, disponibilizando ainda alguns docentes que leccionam na área da psicologia para darem apoio aos familiares dos alunos.
Questionado sobre se o jovem que sobreviveu já deu mais alguma informação importante para as operações, Lopes da Costa disse que qualquer eventual processo será posterior e que os dados em nada alteram muito as buscas. O jovem apenas disse que estavam todos calçados e trajados, o que segundo o comandante é um dado importante mas não determinante.
As famílias e amigos dos jovens têm estado também todos os dias no local, onde as autoridades têm mantido algumas tendas e equipamentos para que possam acompanhar as operações.
Agência de Notícias
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